domingo, 30 de setembro de 2012

Vencendo as Crises Antes do Divórcio

"As muitas águas não podem apagar o amor, nem os rios afogá-los. Se alguém oferecesse to-dos os seus bens de sua casa pelo amor, seria de todo desprezado." (Cânticos 8:7)
INTRODUÇÃO
Alguém disse que: “o Casamento é uma fortaleza sitiada, cercada, quem está fora quem entrar, quem está dentro quer sair”.
Este tem sido o versículo mais usado nos nossos convites de casamento, muitos dos quais já terminaram num Cartório. Um amor à prova de vendavais precisa de maturidade. Inspirado no amor de Deus será um amor forte, aceso e tão rico que ninguém pode comprá-lo.
Parece que nos envolvemos demais com o romantismo dos contos de fada e desprezamos o amor bíblico e maduro que fortalece os relacionamentos. Os casais precisam redescobrir este livro.
Precisamos com urgência de um programa de apoio às famílias que discuta a fundo as questões diárias que nos levam a essas crises e com coragem tratarmos da saúde conjugal afetada.
I – ESTEJAMOS ATENTOS A ALGUMAS QUESTÕES FUNDAMENTAIS
Sem vigilância mútua nosso casamento se expõe. Essa vigilância implica em avalia-ções freqüentes. Quando nos avaliamos, de algum modo corremos o risco dessa liberdade, mais vale a pena. Alguns mitos precisam ser banidos no começo da vida conjugal:
1 – Nenhum casamento vem pronto e acabado – A felicidade do casamento é artesanal e requer paciência. Durante o noivado traçamos o projeto. Agora temos a vida inteira para a construção e reformo ou aprimorar o acabamento. O amor deverá ser vivenciado pela renúncia, diálogo aberto e liberdade de expressão.
2 – Qualquer casamento está potencialmente sujeito à separação – Somos pecadores, falíveis e o Evangelho não nos isenta de tribulação. Mas alguns preferem ser ufanistas cegos que pensam que serão felizes por causa da sua fé apenas piedosa. Outros influenciados pelo pessimismo que se abate sobre as famílias desistiram na primeira dificuldade. Em ambos os casos, tem resultado uma vivência amarga, porque as fraquezas não foram tratadas com amor.
3 – Nem todos estão preparados para encarar as diferenças individuais – Nosso risco começa no noivado. Nós sabemos da diferença mas disfarçamos por causa da conquista. Não discutimos e até nem “brigamos” por essas questões e “despachamos a bagagem” para dentro do casamento. Ser diferente é simplesmente normal. No aconselhamento pré-nupcial sempre en-contramos noivos que me dizem que são “almas gêmeas”, e isso não raro, resulta em choque futuro. O segredo, para mim, consiste em tirar bom proveito dessas diferenças em função da unidade. Este é um dos grande segredos da vida conjugal.
4 – Muitas vezes os grupos de apoio são também grupos de pressão – Muitos dos casamentos que já acabados resultaram da pressão de pais, familiares, sociedade e mesmo a igreja. Mas nem sempre nós estamos convicto do que queremos. O mesmo grupo que escolhe para nós um casamento poderá nos cobrar depois o nosso fracasso. A Igreja precisa incentivar o poder in-dividual de decisão e apoiar.
II – PRECISAMOS DE SABEDORIA PARA VENCER AS CRISES
Encarar a crise como normal e que precisa ver vencida com amor é preciso identificar o ponto trazido ao casamento ou adquirido na trama doméstica da inter-relação. Falaremos de crises mas na verdade queremos falar de níveis de relacionamento. A crise vem da não compreen-são de um bom relacionamento
1 – Crise de mando e de poder – Os três Poderes em nossa casa – Talvez uma das sérias. Geralmente não resolvida no noivado vai tomando força e prejudicando a boa relação conjugal. O autoritarismo e a subserviência são dois pontos fracos. Na maioria das vezes o autoritário é machista e freqüentemente desfaçado de conteúdo bíblico. Se Deus for mesmo o Senhor da nossa família e aprendermos o que Deus ensinou ao primeiro casal sabe-remos administrar harmonicamente a nossa família.
2 – Crise de economia e finanças – o dinheiro desponde por tudo – Esta crise está intimamente ligada a de mando e poder. Se Deus for o Senhor da casa e a nossa visão de mordomia for bíblica, ninguém será sócio majoritário. Primeiro o Reino de Deus, segundo o casal harmonicamente, com sabedoria, incluindo os filhos discutirão juntos as suas decisões.
3 – Crise sócio-familiar – os demais da família – Quando dois se casam, um leque de fraternidade ou de intrigas podem estar se abrindo. O casal precisa dar espaço aos demais familiares até o limite e não interferir em qualquer decisão a ser tomada pelos dois. Muitos pais falham porque continuam a dirigir seus filhos por “controle remoto”.
4 – Crise de criatividade, falta humor e relaxamento no lazer – Em geral os noivos procuram ser criativos, cheios de bom humor e promovem seu lazer. Quando se casam, em nome de muita ocupação, ganhar mais dinheiro ou muitos cursos, enterram esta chance de vida ao casamento. Saber “quebrar o gelo” e dar um novo toque de alegria a relação conjugal é para muitos a porta da saída da crise.
5 – Crise afetivo-sexual – o que a falta de carinho pode fazer – Muitos casais se queixam sempre da famosa diferença entre ser noivo e ser casado. É como se tivessem sido enganados. Muitas promessas não cumpridas. E no afeto a crise é grande. Quando abandonamos os pequenos gestos começamos a “matar” o afeto do outro por nós. Cada um deve Ter liberdade de se expressar livremente e o outro de entender o seu gesto. As outras crises atingem a esta e quando não temos mais motivo para estarmos juntinhos e aquecidos, em qualquer idade, entramos numa área de risco e não raro tem sido aqui a porta da infelicidade. Este tratamento não tem contra-indicação, serve em qualquer idade.
6 – Crise da fé bíblica – Espiritualidade – Na verdade, a resposta à todas essas crises está na Palavra de Deus. Muitas vezes para convencer a família, igreja e pastor dizemos que estamos “no plano de Deus”, mas é o cultivo diário da Bíblia, oração em família, testemunho da palavra que manterão a família em pé. Sem espiritualismo falso.
CONCLUSÃO
Jamais minimize a crise nem a superestime. Juntos em oração, renúncia e franco diálogo, muitas crises serão vencidas. É preciso incrementar o aconselhamento bíblico da família nas igrejas e grupos de casais de mútua ajuda e que sejam confidentes.

Elias Teodoro

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sábado, 29 de setembro de 2012

Misericórdia e Justiça de Deus na Família

Muitos se perguntam porque algumas coisas vão mal em casa e ficam procurando alguém para culpar. O fato é que essas pessoas esquecem que Deus é justiça. O livro de Naum 1:3 diz que o Senhor se levanta com justiça contra os seus adversários. Quando nossas atitudes não são aprovadas, tornamo-nos adversários de Deus, ou seja, anulamos a atuação de Deus em nossa vida e em nosso histórico.
Existem quatro coisas que precisamos saber que fazem parte da vida de um homem e envolvem a família:

21. Ser justo. Existe uma finalidade no ser justo. Devemos nos perguntar por que e para que devemos ser justos. Às vezes, queremos ser agradáveis às pessoas apenas para recebermos aplausos, para que nos reconheçam e até nos respeitem.

Viver como justo. Para quê devemos viver como justos? O que nos leva a viver como justos? Se não for o amor e o respeito que temos por Deus e por família, será que valeria a pena guardar alguns sentimentos, enfrentar algumas situações? Muitas vezes temos vontade de “abrir o nosso peito” e falar tudo o que pensamos, mas nos deparamos com o fato de que existe em nós uma nova maneira de pensar, andar e agir. Nós não podemos decepcionar a Deus e nem aqueles que andam conosco e acreditam em nós.

3. Andar como justo. Por que temos que andar como justos e para quem temos que andar como justos? Vale a pena fazer as obras de um justo? Para responder a essas perguntas devemos compreender que há dois tipos de conhecimentos.

O primeiro é o conhecimento natural, ou seja, qualquer um pode exercer justiça. Os juízes, por exemplo, cuidam da justiça deste mundo com respaldo e responsabilidade. Esta é uma justiça natural.

O segundo tipo de conhecimento é espiritual ou sobrenatural. Essa é a justiça que excede a do homem. Existe até um adágio popular que diz que a justiça de Deus tarda, mas não falha.

O conhecimento da justiça natural é aquele que faz com que erremos ou tomemos atitudes no campo natural. Mas a justiça sobrenatural é aquela regida por Deus e que nos faz além de justos, justificados. Um homem só pode ser justificado pela fé e por ela tem paz e comunhão com Deus (Rm. 5:1-2).

Podemos perguntar: a nossa família precisa conhecer a justiça de Deus? Se Deus trabalhasse apenas na justiça, a nossa família mereceria a salvação dEle? Não. Não se equivoque. Nós não somos justos, porque resolvemos ser bonzinhos, mas porque Aquele que é bom resolveu nos tornar justos pela fé.

Qual é a diferença, então, entre um homem justo e um homem justificado? Qual é a diferença entre uma família de justos e uma família de justificados? O que é a essência para essa justificação? A diferença está em saber que o homem justificado passou pelo Calvário e por isso perde a alternativa de viver como homem injusto, como homem infiel, porque agora ele conhece a Deus e não pode mais viver qualquer tipo de vida. A vida dele tem que ser irrepreensível (II Pe. 3:14).

Qualquer pessoa que decida ser justo pode fazer as coisas corretamente. Tenho certeza que você conhece pessoas que não são crentes, mas que compram as coisas e pagam. Isso é justo? Sim. Mas há pessoas que são crentes, compram e não pagam. Outro exemplo é o de pais de famílias que nunca adulteraram, mas existem crentes que adulteram. Isso é justo? É justo que um homem nascido de novo, em aliança com o Senhor, viva em infidelidade, viva em adultério? Não! Não é justo, mas acontece. No dia-a-dia todos somos tentados. Mas, devemos usar todas essas oportunidades para vencermos o diabo e a carne, dizendo não ao inferno e sim para Deus.

Deus olha para a sua família com misericórdia e justiça e instalará na sua casa a salvação e a redenção. A nossa casa será chamada de muros de salvação e as nossas portas de salvação do Deus Todo-Poderoso. Deus quer que a Sua justiça entre em operação dentro da nossa casa, porque a misericórdia de Deus entra com bandeiras, mas a justiça de Deus entra com espadas para anular as questões da alma e acender as questões do espírito.

O que é a espada de Deus? É o tempo da justiça dEle. A espada de Deus entrará em sua casa e a colocará em ordem e mudará a história de toda a sua família. Você crê nisso? Para a misericórdia é o estandarte, mas para a justiça é a espada.

Deus tem uma casa que é chamada trono. Justiça é o Seu nome, verdade está por volta dEle. A base da casa de Deus é chamada justiça (Sl. 89:14; 97:2). Em nossa casa repousará essa essência vinda dos céus e ela será colocada como base nas estruturas da nossa casa. A justiça de Deus está vindo em direção a sua casa e ela será chamada a base da justiça de Deus e à volta da sua casa habitará a verdade do Todo-Poderoso.

Ninguém nunca terá uma quase casa se conhece o Calvário. Algumas casas são quase casa e quase família, porque algumas pessoas confundem casa com lar. O lar é a estrutura de segurança da família; a casa, um lugar onde a estrutura reside. Nem toda casa é um lar e nem todo lar tem uma casa.

Deus quer construir o nosso lar e nos dar casa nova. Ele quer nos dar uma residência física, mas antes quer nos dar uma residência espiritual. Passará a viver dentro de nós e nos reorganizará, colocando em nós Sua justiça e Sua verdade. Nenhum de nós, no plano de Deus, terá uma quase casa, mas uma casa completa, pois não faz parte do caráter de Deus dar nada pela metade para o homem.

Em sua casa entrará primeiro o estandarte que vai ser a bandeira da misericórdia e atrás virá a justiça de Deus para que todas as coisas que estão em desordem, sejam organizadas. Ele fará isso e você se alegrará muito com toda a sua família. Chegou o tempo de Deus para sua casa. A família não é um jogo de xadrez em que um dia se ganha e no outro se perde. A família é um projeto de Deus que independe de sorte. Justamente por ser um projeto, prevalecerá em ordem e o diabo não tocará nela. Jesus não permitirá que a ruína, a desgraça, a tormenta e os vendavais entrem em sua família, pois ela irá colecionar as vitórias do Senhor.

Renê e Ana Marita Terra Nova

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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Considerando a Cultura e o Tempo, Todos os Princípios Bíblicos São Válidos Para a Família?

INTRODUÇÃO
A questão é altamente pertinente e não pode ser respondida citando dois ou três versículos bíblicos, nem fazendo uma declaração de fé cheia de arroubos. É óbvio que creio na Bíblia e que tenho fé, mas a questão é de fundamentos, mais de assentimento mental ou espiritual. Para responder, preciso fazer algumas considerações, primeiro. Afinal, este assunto é tema para uma semana em curso de mestrado, e não pode ser esgotado em uma palestra.
É um pouco difícil fazer distinções bem delineadas entre religião e cultura. Muitas práticas religiosas estão ligadas à cultura de um povo onde a religião surgiu. Muitas práticas religiosas foram a transposição de alguma prática cultural para o nível do sagrado. O sábado hebreu já era praticado, anteriormente, na Mesopotâmia. O batismo cristão não pode ser considerado sem conexão com a imersão judaica, uma derivação dos banhos de purificação, que já foram uma ampliação dos ritos de purificação do judaísmo. Práticas seculares foram tornadas sagradas. Isto porque muitas das comunidades antigas remontavam sua origem aos deuses e sacralizavam sua cultura como expressão de vontade dos deuses.
Não há povo sem cultura. Ela é diferente de erudição, de inteligência e de habilidade profissional. Cultura é a expressão de ser um grupo. Todo grupo tem cultura. Ela é a expressão do humano, do imanente, do horizontal, na vida de um grupo. Também não há povo sem religião. Ela é a expressão do transcendente, da busca de superação do indivíduo, é o vertical, na vida de um grupo. Muitas vezes as duas linhas se misturam.
A própria religião cria uma cultura, com o passar do tempo. É a sua forma de se expressar ou de seus praticantes a expressarem. E em muitos grupos, a cultura religiosa, que geralmente se chama de tradição, acaba valendo mais que os princípios que originaram a religião. O teor do Alcorão e os atentados contra pessoas inocentes colidem entre si. A Inquisição foi um absurdo teológico, mas estava coerente com a tradição firmada de que a Igreja tinha toda autoridade. Como saber o que é o quê?
A religião cristã se propõe a ser algo acima das demais religiões. Ela se arroga o direito de ser produto da manifestação da Divindade em forma humana, algo absolutamente distinto de qualquer outra religião. Ela alega que Deus se revelou aos homens, sendo mais que produto da maturação de um grupo social. Não é algo que foi engendrado, mas que foi manifestado. Deus se fez homem, mais especificamente, um homem, Jesus de Nazaré.
A Bíblia, Palavra de Deus para os cristãos, é um livro normativo. Tem autoridade e é dele que emanam os princípios que regem nossa vida, em todas as áreas, inclusive a familiar. No entanto, a Bíblia não é um manual claro, preciso e unívoco, ou seja, sem possibilidade de interpretações diferentes. Não basta dizer que está na Bíblia. O que está na Bíblia pode ser revelação direta e normativa. Mas pode trazer, em uma aplicação literal, alguns problemas bem sérios. Todo religioso conservador apreciará os discursos dos amigos de Jó. Mas Deus lhes disse: “não tendes falado de mim o que era reto, como o meu servo Jó” (Jó 42.7). Posso pregar num texto pronunciado pelos amigos de Jó, dizendo o que está na Bíblia, ser ortodoxo, e dizer o que Deus não concorda que se diga.
A Bíblia foi revelada dentro de uma cultura. Não aconteceu num vácuo, mas dentro de uma determinada cultura. Diferente da nossa: rural, agrícola, num contexto oriental, centrado no masculino. A linguagem dos seus autores é poética, conotativa, e não denotativa. A argumentação é cíclica e não linear, é dedutiva e não indutiva, exatamente o oposto da argumentação ocidental e moderna. Como aplicar seus ensinos a questões particulares em tópicos mutáveis?
Nesta altura, pensei em desistir da palestra. Mas alinhavei algumas idéias para repartir com os que aqui estão. Começo com uma análise da família hebraica dos tempos bíblicos. Alguns itens podem nos ajudar a entender a questão.
Ela era centrada no masculino. O homem era o senhor, tinha autoridade, e a mulher era submissa, obedecia. O marido era o chefe absoluto da casa. Como pai era senhor incontestável. Era o sacerdote da família, nos tempos pré-mosaicos. Jó, por exemplo, oferecia sacrifícios por seus filhos (Jó 1.5).
Ela era centrada na força física e no tamanho da família. O trabalho era braçal e se dependia de muita gente para se ter riqueza. Por isso, era bem-aventurado quem tinha muitos filhos, como lemos no Salmo 127.5. Quanto mais filhos, mais gente para trabalhar. As famílias deviam ser numerosas para ter sucesso.
O núcleo familiar era mais amplo, incluindo avós e tios. Tenho um filho com 28 anos e uma filha com 24 anos. Toda a vida delas deles foi sem parentes. Sempre fomos nós, apenas nós quatro. Foram criados sem ingerência de outros e os pais sempre vivemos em função de um núcleo pequeno. Tornamo-nos um gueto dentro de minha família e da família de minha esposa. Se não tivéssemos um relacionamento muito forte, a influência de fora seria maior, pois haveria mais pessoas da rua do que da família. O núcleo mais amplo preservava mais os laços familiares. E neutralizava a influência de fora. Havia muita gente para se relacionar.
Os casamentos, muitas vezes, eram arranjados para que o patrimônio ficasse dentro do mesmo clã. Abraão não queria que seu filho se casasse com uma moça de fora, e pediu a Eleazar que fosse procurar uma esposa para Isaque. O que chamamos de “amor” era secundário. Muitos casamentos eram utilitários e não românticos. Mesmo assim houve um Jacó apaixonado por uma Raquel. Via de regra, prevalecia a conveniência.
Estes quatro itens mostram algo: a figura masculina era incontestável, os filhos eram bens também materiais (bens inelásticos, mas bens), os casamentos eram arranjos e nem sempre um cortejo ou uma paquera. Quando lemos a Bíblia e quando lemos sobre as famílias da Bíblia, devemos ter isto em mente. Os princípios foram exarados com este contexto.
Agora façamos uma análise muito sucinta da família de hoje.
Ela tem autoridade bipartida. Mesmo havendo uma voz que decide, há opiniões outras e muitas vezes até mesmo dos filhos. Na cultura ocidental contemporânea, a autoridade como um todo, tem sido contestada. Associa-se com repressão. A rebelião é mostrada como normal e, em algumas correntes de pensamento, como saudável. Isto se projeta na família.
O núcleo familiar é menor. A influência maior sobre uma criança não é da família, incluindo avós e tios. É da rua e da mídia. Os valores familiares têm sido sobrepujados. Há uma campanha na mídia (e isto não é ser alarmista) voltada contra a família. Nas novelas, os adultos nunca têm razão, só têm deveres, e nunca têm direitos. Os jovens sempre têm razão, são idealistas, nunca têm deveres, têm apenas direitos. Isto mina a autoridade e contesta os padrões de ontem.
A visão matrimonial é mais romântica. E filhos em número elevado não são lucro. São pancada no bolso. E quando trabalham, é para si que o fazem. Muitas mulheres vivem mais em função de realização profissional do que doméstica. O pai não é mais sacerdote. É pagador de contas. O lar não é seu castelo, em alguns casos, mas seu calabouço. Os relacionamentos são muito diferentes. A vida é passada mais na rua que em casa.
A sociedade é mudancista, dinâmica, com as informações se sucedendo de maneira muito rápida. Há informações inúteis, absolutamente desnecessárias. Troca-se conceitos como se troca de roupa. Como cantava Raul Seixas, “Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo, tudo”. Isto abala as famílias e os relacionamentos.
Agora, a questão: podemos aplicar os valores de uma cultura rural, de dois a três mil e quinhentos anos atrás, num contexto completamente diferente, à nossa cultura? Funcionam?
Minha resposta é sim e também não. E explico. Há valores e princípios locais, temporários e relativos. Há valores e princípios universais, eternos e absolutos. O hebreu acampado, em peregrinação, deveria carregar uma pazinha consigo. Após fazer suas necessidades, deveria cobri-las com areia. Como o gato faz. Entende-se o ponto em questão. Imaginemos três milhões de pessoas acampadas por seis meses num lugar, urinando e defecando. Quantas epidemias surgiriam em pouco tempo! Hoje temos banheiros e descargas. Isto é o exemplo de um princípio local, e ao mesmo tempo temporário, restrito a um lugar e a uma época. O hebreu do Antigo Testamento não deveria matar. O homem do Novo Testamento, também não. O de hoje, também não. Temos aqui um princípio de valor eterno, ultrapassando tempo e local. Quando o abandono de um valor não prejudica vidas, não machuca a sociedade, não afeta a moral nem a fé, aí está o indício de que pode ser temporal ou relativo. Quando prejudica a vida de outros, machuca a sociedade, agride a fé e vai contra o sagrado da vida e dos relacionamentos, aí está um indício de que pode ser absoluto e eterno. Mas a discussão não deve ser filosófica nem seguir o caminho da Ética Moral… Voltemos ao assunto.
Mudam-se os tempos e muda-se a cultura. Precisamos de sabedoria para entender o que é relativo e o que é absoluto, na Bíblia. A questão dos cabelos das mulheres deve ser considerada rigidamente, como no tempo bíblico? A Bíblia rege nossa indumentária, sabendo-se que ela nunca foi única? Devem os homens manter barba em vez de rapá-la? O que é cultura e o que é revelação, na Bíblia? Como saber o que é relativo e o que é absoluto? Pode a família buscar orientação na Bíblia, um livro escrito entre 3.400 a 1900 anos? Tanta coisa mudou! Não seria melhor abandonar a Bíblia, e cada um tentar seu próprio caminho? Creio que não. A Bíblia é Palavra de Deus, mas traz em si algo fascinante. Não foi produzida de uma tacada. Foi um longo processo de maturação. Seus conceitos foram testados por séculos. E têm ultrapassado os séculos. Não é um livro embolorado, mas dinâmico e vivencial. Ele trata de gente, gente real, de carne e osso. Não é um manual de regulamentos. Observando as vidas de seus personagens podemos aprender algo para nossas famílias. Assim sendo quero alinhavar algumas sugestões que, creio, poderão nos ajudar numa resposta satisfatória, principalmente no tocante á família. Serão os valores que devemos praticar, formulados não em termos filosóficos ou abstratos, mas de compreensão da visão bíblica.
Mudam-se costumes e valores, mas permanece um princípio, que é o basilar: a família é propósito divino. Somos seres gregários, ou seja, feitos para vivermos em comunhão. “Não é bom que o homem esteja só” é um princípio que ultrapassa os limites da busca de uma mulher para Adão. Fomos feitos para vivermos em companhia de outras pessoas. A família deve buscar companheirismo. Quando uma família não consegue isto, ela está em perigo. Seus componentes devem procurar entrar em acordo. Se for necessário, pedir ajuda. Mas família é lugar de comunhão. Isto continua. Não é um lugar para solidões amontoadas, mas de interação. Deus deseja uma família interada. Os ataques à família e as vozes que a declaram sem valor hoje, por certo que não são vozes de inspiração divina.
Um outro princípio: não apenas na cultura secular, mas na Bíblia, a família é lugar de socialização. Em Deuteronômio vemos que os pais deviam ensinar aos filhos o que Iahweh fizera pela nação. Os valores espirituais e culturais deviam ser aprendidos em casa. A família preparava para o grupo social maior. Se a família falha, a sociedade, o grupo social maior, entra em crise. É o que vemos hoje. Famílias falhando, sociedade em crise. A família deve possibilitar e ensinar a vida em grupo, e os pais devem ensinar valores morais e religiosos, em casa. A melhor igreja para os filhos é a vida do papai e da mamãe. O hebreu do Antigo Testamento ensinava o filho em casa. Este é um princípio bíblico forte: religião se aprende em casa e Deus se conhece em casa. Muitos pais têm jogado para a escola e para a igreja a tarefa de educar seus filhos. Isto é tarefa sua. A família deve educar em todos os níveis, e uma educação voltada para relacionamentos sociais. A visão pós-moderna, de “cada um na sua”, por exemplo, não pode ser aceita por uma família cristã. O egoísmo não é valor cristão.
Terceiro princípio: adequação à vida. Neste sentido, a família fornece abrigo e prepara a vida. Ela faz a mediação entre o grupo menor, a casa, e o maior, a sociedade. A responsabilidade da família é muito grande. Filhos desajustados terão dificuldades em serem cidadãos ajustados. E casais em conflito dificilmente produzirão filhos ajustados. Quando um casamento não dá certo, a família é prejudicada, a igreja também, e a sociedade, idem. A família deve preparar para a vida com seu próprio ambiente. Um outro princípio: bons relacionamentos domésticos. Paulo cuidou de alguns deles.
Quarto princípio: vivência dadivosa. Preservar a família é um princípio que extrapola contexto e épocas. Um bom cristão deve ser um bom cidadão e um bom membro de família. Desconfio do crente muito piedoso na igreja e que é um demônio em casa. E da irmã tão santa na igreja e ruim de relacionamento em casa. Família não é algo fora de moda e vale a pena ser preservada. O investimento maior de um membro da família não pode ser em si, mas no grupo. As famílias bem sucedidas na Bíblia eram famílias com senso de dedicação. O amor de Penina por Ana é significativo. O cuidado de Jacó com a família ao ir se encontrar com Esaú também mostra isto. Ele pôs a família atrás de si para protegê-la. Ele não teorizou um princípio, mas exibiu-o na vida. Preservou as mulheres e as crianças.
Quinto princípio: amor. Isto nunca está fora de tempo. Se a família prepara para a vida, deve fornecer amor. Não se vive sem amor. E amor não é melosidade. É solidariedade. O padrão bíblico mostra que as famílias tinham cumplicidade, ou seja, elas se defendiam. Os povos bíblicos nasceram de famílias. Uma família precisa viver em amor. A família da mídia vive em competição e em busca de mais bens. A família bíblica deve viver em solidariedade. Jesus disse que “uma casa dividida não pode subsistir”. O princípio de equilíbrio e de harmonia deve prevalecer. Este é um valor bíblico que não se acaba com o tempo: união e solidariedade, expressões visíveis do amor.
Sexto princípio: correção. Se a família prepara para a vida, deve providenciar correção. A questão da disciplina é muito controvertida. A Bíblia manda usar a vara, mas modernas correntes psicológicas e pedagógicas desestimulam tal prática. Lembremos que a palavra traduzida por “vara” é a mesma que significa “padrão”. As crianças precisam de padrão. Se isto vai incluir castigo físico não creio que caiba à igreja legislar para o casal. Mas o casal precisa saber que deve corrigir os filhos. Este foi o problema de Davi com relação aos seus filhos. Lemos em 1Reis 1.6: “nunca seu pai o tinha contrariado, dizendo: Por que fizeste assim?”. Davi não corrigia os filhos. Os resultados foram notáveis: um caso de incesto, um fratricídio e tentativa de parricídio. Filhos precisam de balizamento, de norte, de um rumo. Cabe aos pais dar isto. Mas antes, eles precisam ter isto em sua vida. Poderíamos dizer que este princípio é o da educação dos filhos.
Surge um problema em termos de princípio: a submissão da mulher ao marido. Leciono para pastores, num seminário de um grupo fundamentalista. E eles me aceitam, assim mesmo. Numa divagação, um deles comentou o problema das mulheres de sua igreja não quererem se submeter aos maridos. Inclusive a mulher dele. Perguntou como eu tratava com isto. Pensei muito para poder entender a diferença de contextos. Na realidade, não estou enfrentando este problema na minha igreja e nunca enfrentei em casa. Houve um tempo em que eu pastoreava e ganhava 800,00 cruzeiros por mês. Minha esposa lecionava e ganhava 1.300,00 cruzeiros. Isto nunca nos trouxe problemas e eu ficava feliz pela capacidade dela. Nunca tivemos problemas de autoridade. O enfoque que demos ao nosso relacionamento nunca permitiu que surgisse este problema. Nestes dias, estudando Tiago para preparar lições de EBD, detive-me no que ele chama de “lei real, lei perfeita, lei da liberdade”. É o amor. Onde há amor (e volto a dizer que amor é mais que melosidade) há entendimento. Numa família cristã, se se cultiva o amor, a autoridade nunca é opressão. É apenas liderança. Alguém tem que bater o martelo para fechar o negócio numa hora. Nosso conceito de submissão é de subordinação. E achamos que receber submissão é o mesmo que ser um sultão. Pode não parecer erudito, mas vou citar O Pequeno Príncipe: “a autoridade repousa sobre a razão”. A irrazoabilidade não pode presumir receber submissão. Submeter-se a alguém é um ato de amor. Por isto a Igreja é submissa a Cristo. Exercer domínio é um ato de amor. Por isto Cristo nos lidera. Submissão sem amor é servilismo. Autoridade sem amor é fascismo. Mas e o princípio bíblico? Simplesmente diluo-o na lei real ou lei perfeita ou da liberdade, de que fala Tiago.
Outro princípio bíblico inalterável: justiça, ou imparcialidade no trato. Isaque preferia um filho. Rebeca preferia outro. Criaram dois filhos que se odiaram por toda a vida, Esaú e Jacó. O ódio entre os dois continuou no Novo Testamento entre os Herodes, que descendiam de Esaú, e Jesus, Tiago e Paulo, descendentes de Jacó. Este é um princípio bíblico inalienável: pais não podem preferenciar filhos. Têm que falar a mesma linguagem. O casal deve ter a mesma visão da família. Isto requer diálogo, vivência e adaptação um ao outro.
Permanece o princípio da honestidade. Nenhuma sociedade privilegia ou exalta a desonestidade. Provérbios 22.1 nos diz que fama é melhor que bens materiais. Vivemos num mundo materialista. Este princípio não é utópico? O Juiz Lalau poderia terminar sua vida com dignidade. Terminará em opróbrio. A Bíblia sabe o que diz e seus valores de cunho moral permanecem como válidos. A família deve ensinar a honestidade nos negócios. Pais precisam ser honestos na vida como um todo. Isto se ensina mais com atos que com palavras. Não foi abolido pela malandragem televisiva.
Mais coisas poderiam ser ditas, inclusive em termos de mudanças e de preservação de princípios, mas entendo que não estamos numa discussão filosófica, mas prática. A questão é: como aplicar a Bíblia para a família hoje. Minha resposta é esta: não é citando versículos aleatoriamente, como numa metralhadora. Nem dando “chá de Bíblia” nas pessoas. É vendo como valores de ontem continuam válidos hoje. E como as atitudes de hoje devem refletir nosso entendimento da Bíblia. E, julgo importante: como a Bíblia me ensina a mim, mais que aos demais membros da família.
Vou terminar como o autor de Macabeus, que disse que era aquilo que tinha para dizer. Se havia ficado bem, muito bem. Se não, paciência. Era o que tinha para dizer. Está dito.

 Isaltino G. C. Filho

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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Porque os homens e as Mulheres são tão Diferentes?

 A grande opção
Apesar de todas as dificuldades e desafios que a relação a dois envolve, as pessoas continuam encontrando boas razões para se casarem, que vão desde o medo de estar só (Gn.2.18), até os desencadeados pelos temores da vida contemporânea, de construir um lar que funcione como porto seguro num mundo cada vez mais cheio de incertezas, além de outros.
As diferentes motivações e necessidades
Homem e mulher são dois modos de ser. Têm estruturas cerebrais diferentes, estruturas emocionais diferentes e diferentes campos perceptuais da dimensão espiritual, ainda que em essência, sejam seres humanos.
Em face dessas diferenças fica mais fácil compreender que, em se tratando de casamento, as razões do homem parecem não ser as mesmas da mulher, de modo que, ao empreenderem o matrimônio, ambos o fazem por diferentes necessidades e motivações.
O QUE ELES QUEREM?
Satisfação sexual
Sem nenhum exagero, para homem, o casamento se faz na cama. Acredito que este instinto é mais focalizado no homem que na mulher.
No casamento o homem projeta a sua realização e satisfação sexual. Quando isto não acontece, o casamento pode perder a sua razão de ser, pois quase nada pode compensar tal carência. É evidente, que com a exploração que a mídia e a sociedade em geral, fazem do sexo, os problemas sexuais no homem, podem se transformar facilmente em traumas psicológicos.
Companhia prazerosa
Desde o princípio foi constatado por Deus. De fato, o homem é carente de uma companhia, da presença estável de uma mulher que esteja ao seu lado, livrando-o da terrível sensação de solidão.
O relacionamento para o homem é presença; ele se guia pela vista, ainda que não necessariamente, pelo tato, como acontece com a mulher. É necessário porém, que esta companhia lhe seja prazerosa, no sentido de lhe proporcionar certas gratificações ou prêmios, em face de sua condição de provedor. Pelo menos é assim na psique do homem.
O homem considera uma atividade compartilhada com sua companheira como uma alta expressão de intimidade. Isto lhe causa muito prazer. A mulher conquistaria melhor seu marido se participasse mais, com ele, de atividades recreativas. Na realidade, para o homem, não é tão importante o realizar junto, mas, estar junto dele em atividades que lhe dão prazer.
Uma esposa atraente
O livro de Cantares de Salomão ilustra bem esta necessidade do homem. O escritor, ao longo de todo o livro não deixa de expressar o seu encanto com as formas de sua esposa, partes do seu corpo que em geral, recebem alta cotação do clube masculino, chegando mesmo a descrevê-las, comparando-as com paisagens e formas da natureza que tanto os fascinam. Talvez, em função da valorização que o homem dá à aparência de sua esposa, muitas mulheres estão percorrendo verdadeiros calvários para manter suas formas bem acentuadas, o que tem levado algumas, inclusive, a comportamentos obsessivos a esse respeito. É bom lembrar que nem sempre as pessoas têm total controle sobre alterações que se processam no seu corpo.
Uma guardiã do lar
Muitas mulheres enganam-se, ao imaginar que os homens abandonaram definitivamente a imagem internalizada, ao longo de milhões de anos, da esposa que cuida da casa, desempenhando tarefas típicas dessa função. Muitas mulheres, inspiradas nos ideais feministas abandonaram por completo o cuidado da casa, para que não fossem vistas como súditas do império machista. Esta mudança radical causou um forte impacto na relação conjugal. Nem a mulher nem o homem conseguiu assimilar bem tal mudança. Estudos revelam que a grande maioria dos homens casados ainda se incomoda muito quando as suas esposas deixam de lhes fazer pequenas tarefas como, prega os botões de suas camisas.
Admiração
O desejo de ser admirado e reconhecido é mais aguçado no homem que na mulher. O homem parece viver em função desse desejo, que lhe é visto como o preço mais justo que pode lhe ser pago por aquilo que ele realiza. Sem admiração o homem definha e empobrece. Sem admiração, sua motivação para as conquistas e para as realizações se esvaem e seu entusiasmo pela vida desaparece. A admiração para o homem funciona como combustível e ao mesmo tempo, como parâmetro que mede a eficácia de seus atos.
O QUE ELAS QUEREM?
Afeto
A mulher é movida por afeto, que é o mais nutritivo alimento do seu coração. Quando elege o seu cônjuge, ela espera receber dele afeto, em forma de palavras, de toques e de atitudes, pois as relações conjugais lhes são sinônimos de relações afetivas. A sensibilidade da mulher ao toque, por exemplo, é dez vezes maior do que a do homem. O casamento para a mulher, é acima de tudo, a expressão máxima de amor e compromisso entre duas pessoas, e só secundariamente, entendido como uma instituição.
O afeto é uma de suas necessidades permanentes e, independente do tempo que está casada, a mulher espera receber sempre do seu esposo boas e constantes doses de carinho e afeto.
Intimidade
No relacionamento conjugal, quanto mais proximidade, melhor. No caso da mulher, parece que sua estrutura emocional e sua estrutura cerebral, têm este campo de necessidade maior que a do homem, fazendo com que, a convivência íntima seja muito mais buscada por ela do que por ele, no casamento. A mulher cobra constantemente do homem esse tipo de convivência e um ambiente onde haja compreensão empática e um nível de confiança baseado no compromisso da fidelidade e da continuidade das relações conjugais.
Diálogo
Um outro aspecto relevante, é que para a mulher, a comunicação vai além de mera conversa clichê, aquela que se faz através de frases prontas e chavões, em que as palavras soam vazias. Ao se comunicar, a mulher expressa sentimentos e usa a comunicação num nível mais profundo, para se aproximar e tornar-se íntima. Daí a sua grande necessidade de falar sobre a relação e de ter o feeedback do seu cônjuge a esse respeito.
Sem sombra de dúvida, ao lado de um homem calado, com o olhar perdido, sempre há uma mulher se sentindo desprezada e distante, com a sensação de que algo vai muito mal na sua relação conjugal. O silêncio do homem é uma das maiores ameaças para a mulher.
Honestidade
A personalidade de uma pessoa sempre foi um aspecto importante a ser avaliado no momento de se decidir por uma relação duradoura. Nas mulheres, isto parece ser ainda mais valorizado que nos homens. Enquanto estes têm a tendência de se basear mais pela vista, aquelas se interessam mais por qualidades interiores do homem, os traços de sua personalidade, suas características pessoais, seu caráter. A honestidade é um dos traços que a mulher mais admira no homem. Só numa relação de honestidade e franqueza a mulher se sente segura e tranqüila para expressar livremente toda a grandeza dos seus sentimentos.
Sustento financeiro
Quase que em toda história da humanidade o homem exerceu o papel de provedor da família. Era o responsável pelo abrigo e o sustento desta. Há no seu cérebro, uma estrutura programada para esse tipo de comportamento e, mesmo nos nossos dias, não é simples para ele conviver numa situação em que a mulher esteja fazendo o seu papel, como acontece em muitas famílias. A mulher, por sua vez, não superou o condicionamento de milhões de anos, vivendo sob a proteção do homem e continua a vê-lo como o mantenedor do lar, mesmo nos casos em que esteja ganhando mais que ele.
Concluindo, a dinâmica dessas diferenças dentro de um ambiente de mútua compreensão enriquecerá ainda mais a fascinante aventura da vida, o casamento.

Pr. Josué Gonçalves

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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Como Havemos de Viver Juntos

Vivemos tempos de triunfo público e fracasso íntimo. A grande pergunta que todos os que já são casados deveriam fazer é essa “Como havemos de viver juntos?”. *O verbo haver no lugar do verbo dever foi proposital, pois saber viver é uma questão de bom senso e não de dever. Nem sempre um casamento que dura tem valido a pena, mas com certeza aquele que vale a pena dura. Boa parte dos casais cristãos estão juntos por conveniência, medo, mas não por virtude (amor). Casar dentro da vontade de Deus não é garantia de sucesso. Se você pensa ao contrário, pergunte para Adão e para Oséias quando chegar ao céu (se é que você vai para lá). Se submeter à vontade de Deus para casar é apenas metade do processo, é preciso se submeter a ela para continuar casado. Então, o que se deve saber, fazer e querer para que o casamento valha a pena?

I. abandonem todas as regras se quiserem que a relação de vocês dê certo – o casamento não é um problema, é pior que isso, é um mistério. Regras não tem o poder de transformar uma relação. Não somos behavoristas. Joguem fora os manuais, não somos máquinas que precisam de ajustes, mas seres humanos que precisam de graça! Vivam por valores e princípios e não simplesmente por regras!!!

II. desapeguem-se um do outro se quiserem viver sempre juntos – duas metades não formam um inteiro. É preciso três para se tornar um. Que não seja a necessidade, mas a liberdade que os mantenham juntos. Pratiquem a filosofia do “Eu te amo, mas sou feliz sem você”. Vocês precisam estar satisfeitos em Deus para poderem satisfazer um ao outro. A porta do amor está sempre aberta para ir e para voltar. É aqui que o sentimento de ciúme ganha um novo sentido e passa a ser parecido com o ciúme que Deus sente de nós. Você sentirá ciúmes do outro, não por medo de perdê-lo, mas por receio que ele se perca. O outro não determina sua segurança, é você que cuida para dar base a ele. Não seja a falta o motor da sua existência, mas a plenitude de Deus. Viver em função do outro não é amor, é idolatria! Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas dar-se ao outro para completá-lo.

III. ame seu parceiro apesar das qualidades dele – preste atenção que eu não errei não. Eu não disse para você amar seu cônjuge apesar dos defeitos que ele tem, mas apesar das qualidades. Afinal, sempre amamos algo e não alguém. Amamos o corpo (eros), mas daí vem uma doença, a velhice etc, e nosso amor perece junto. Outras vezes amamos seu discernimento, sua coragem, seu bom humor, sua sinceridade, seu romantismo (phileo), mas e se ele perder tudo isso? O que sobra? O amor de Deus (agapao) ama alguém e não algo, ele vai além do corpo e da alma, ele toca o espírito, onde está o ‘EU’ oculto. Há um amigo meu que casou há algum tempo com uma mulher mais velha, e hoje essa diferença de idade está pesando, e para piorar ela está doente e ele me disse que deixou de ser um marido para se tornar um enfermeiro. Mas na verdade ele nunca foi um marido, pois é nessa hora que ele deveria revelar-se como tal. Se amarmos somente a aparência ou as qualidades, estamos nos colocando em vulnerabilidade, pois sempre haverá quem seja mais belo ou mais virtuoso. Não é uma questão de compaixão, é uma questão de amor. Não ame seu parceiro porque ele é bom ou belo, mas para torná-lo bom e belo. O verdadeiro amor diz “preciso de ti, porque te amo”, o amor fraco diz “eu te amo, porque preciso de ti”. Não ames pela beleza, pois um dia ela acabará. Não ames por admiração, pois um dia desiludir-te-ás. Ama apenas, pois o tempo nunca pode acabar com um amor sem explicação.

IV. aprendam a morrer se quiserem saber viver – a lição de como viver não está nas escolas ou nas academias. E por mais irônico que seja, somente quem aprendeu a morrer, ou seja, orienta sua vida sob essa perspectiva do fim, pode começar a viver. Vivam cada dia, não como se fosse a primeira vez, mas como se fosse a última. Nosso maior medo não é mais o de morrer, mas o de morrer sem nunca ter vivido. Mas só viveremos intensamente quando tomarmos consciência da brevidade e transitoriedade da nossa existência.

V. é preciso mais do que tirar a roupa para fazer sexo no casamento, é preciso tirar as máscaras – entregar o corpo sem entregar a alma no casamento é prostituição legalizada. Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil. Mais do que dividir a cama, é preciso dividir o coração. Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal. Ser verdadeiro não é o mesmo que ser sincero. Muitos maridos se masturbam em cima de suas esposas, mas não fazem sexo com ela. Dividem a mesma cama, mas não o coração. O prazer do sexo é um efeito colateral, não alvo na relação. Quando o sexo é feito sem reverência e sem honra, ele se torna lascívia.

VI. pratiquem a aceitação inconformada – não é o perfeito que precisa de amor, mas o imperfeito. Amar é aceitar o outro como é, mas não deixá-lo como está. O amor é por natureza transformador.

VII. casamentos acabam não pelo mal que fazemos um ao outro, mas também pelo excesso de bem – cuidado com a necessidade de se sentirem necessários. Não trate seu parceiro como um animal de estimação. A finalidade do doar no casamento, não é tornar o outro dependente de nós, pelo contrário, sua finalidade é tornar-nos supérfluos. Precisamos doar com a finalidade de alcançar a recompensa de que o outro não precise mais de nós.

Conclusão –
Lembre-se que Deus pediu para você amar sua esposa, não para compreendê-la.

Anderson Zem

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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Como Cultivar a Presença de Jesus Cristo no Lar?

Um lar cristão é o lugar onde a presença de Cristo é a característica mais forte e a principal atração. Cada membro da família tem consciência de Sua presença, governo e orientação.
Tudo o que falamos nos capítulos anteriores são importantes para colocar em ordem a família, mas não é o suficiente. O que faz com que a família seja dinâmica, vital e espiritual é a presença de Cristo agindo em nosso interior, transformando-nos à sua semelhança.
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” Sl 127.1.
Tal como expressa o salmista, sem a presença de Cristo no lar, todas as ações, aspirações e esperanças se frustram. Como podemos ter a presença de Deus no lar diariamente? Qual é a nossa responsabilidade para que isso ocorra?

I. OS PAIS SÃO OS SACERDOTES DO LAR
Antes de Deus estabelecer uma ordem sacerdotal em Israel, os pais atuavam como sacerdotes de seu lar. Notemos alguns exemplos:
Noé (Gn 8.20-22);
Abraão (Gn 12.7,8; 13.4,18; 15.1-8; 17.1-22; 18.20-33);
Jó (Jo 1.5).
A função específica do sacerdote é vincular Deus com os homens. Os pais (marido e mulher) tem uma responsabilidade sacerdotal diante de seus filhos. Deus os comissionou para formá-los e criá-los, a fim de que sejam integrados na grande família de Deus. Também devem interceder por eles diante do Senhor, comunicar as instruções da parte de Deus, ser o exemplo de conduta e orientar a respeito do culto que devemos prestar ao Senhor.
Todo esse ministério se fundamenta na pessoa e obra de Jesus Cristo, a quem os pais se sujeitam e em nome de quem ministram (Gn 18.17-19; Ef 30; Lc 2.21-38).

II. JESUS CRISTO: UMA REALIDADE GLORIOSA NA VIDA FAMILIAR
Esta realidade se alcança quando a presença de Cristo é notória na vida dos pais. Entretanto, Deus quer se revelar de uma forma pessoal e íntima a cada membro da família.
As crianças tem uma grande capacidade para perceber a presença de Deus, crer e confiar nele. Encontram-se nas escrituras muitos exemplos disso:
a) Samuel conheceu a Deus quando pequeno (I Sm 3);
b) Davi foi testemunha da presença de Deus em sua infância (Sl 22.9,10);
c) Timóteo foi instruído na fé e no conhecimento de Deus por sua mãe e avó desde a infância (II Tm 3.15);
d) Jesus exorta para não subestimar a fé de uma criança (Mt 18.6). O Senhor usa as orações e os testemunhos (especialmente do pais) para conduzir outros membros da família à fé (Ver o caso da mulher samaritana – Jo 4.39-42). Observar alguns casos bíblicos em que a fé dos pais envolveu o resto da família:
Josué (Js 24.15);
Cornélio (At 11.12-15);
Lídia (At 16.14,15);
Carcereiro de Filipos (At 16.30-34).
Existem dois indicadores claros na vida familiar que evidenciam a presença de Cristo:
a) O bom uso do tempo. Dedicar-se diariamente para orar, ler e meditar na palavra, conversar com a família sobre os interesses do Senhor e o discipulado, indicam que a família reconhece a gloriosa presença de Cristo.
b) O bom uso do dinheiro e de todos os bens materiais da família, mostra que ela reconhece Deus como o provedor e dono de tudo. A generosidade é a maior evidência disso. Todos devem ser ensinados quanto a ser generosos e a repartir com outros suas necessidades. Os filhos imitam naturalmente a seus pais. Por isso devem ele ser o exemplo prático de tudo o que Deus espera deles.

III. COMO APRESENTAR JESUS CRISTO A NOSSOS FILHOS
É imprescindível viver diante de nossos filhos em total integridade, buscando a presença e direção do Senhor em toda a situação. Seja em momentos de tensão ou tranqüilidade, de alegria ou dificuldade, tanto nas boas como nas más. Há certos elementos que devem ser levados em conta:
A. NOSSO EXEMPLO – Gn 18.17-19 – O fundamento do sacerdócio dos pais é o amor e a devoção a Deus. Se os pais querem que seus filhos amem a Deus e o sigam, devem antes dar exemplo. Esse amor e devoção estão expressos numa vida de oração e dependência de Deus. Sua fé será conhecida pela maneira como vive. Caso contrário, será notória a hipocrisia. Quando vivemos para Deus independe se o nosso vizinho está ouvindo ou não. Nossos atos e atitudes são baseados no fato de que Deus governa de verdade sobre o nosso coração.
B. A PALAVRA DE DEUS – Dt 6.6-9; 11.1,19-21; Js 1.8 – Na medida em que os filhos crescem, deve-se comunicar-lhes a palavra de Deus. Eles devem amá-la, obedecê-la com reverência e apreciá-la como o maior valor que eles possuem. Para isso, deve-se usar tudo o que for possível: ler e contar histórias das sagradas escrituras para os filhos, fazer referências a ela, cantar porções da palavra, memorizar e citar textos.
C. REPRESENTAÇÕES SIMBÓLICAS – Js 4.20-24 – Os quadros, fotos, textos, mapas, desenhos e demais expressões gráficas que adornam a casa, e especialmente o dormitório dos filhos, exercem muita influência sobre seus pensamentos e desenvolvimento espiritual.
D. MÚSICA – Cl 3.16 – É extraordinária a influência que a música exerce sobre o ser humano! O Senhor deseja que seus filhos o louve e o adore com cânticos e hinos espirituais. Cantar a palavra é uma forma não só de louvar mas de memorizar e proclamar as verdades do Senhor. Por isso é bom que o papai e mamãe cantem para seus filhos desde o nascimento e que essa prática sempre esteja presente na vida da família.
E. NOSSA BÊNÇÃO – Mc 10.13-16 – A imposição de mãos e a oração abençoam, protegem, liberam, acalmam e saram a nossos filhos. Em virtude da autoridade paterna (e materna) e do nome do Senhor Jesus Cristo invocado sobre eles, a família é abençoada. É uma viva e poderoso expressão de nosso sacerdócio como pais.

IV. DISCIPULADO DA FAMÍLIA – Longe de tornar algo mecânico e frio, o discipulado da família é uma oportunidade grandiosa de poder demonstrar a presença de Jesus no lar. Dentre muitas coisas, sugere-se algumas que podem fazer parte desse ministério sacerdotal na família.
a) Leitura da palavra. Buscando sempre aplicar a palavra ao momento em que vive a família, quer seja de alegria ou de tristeza, de prosperidade ou de dificuldade, etc. E que seja sempre inspirativo, ou seja, aplicado com fé e ardor. Nunca como algo enfadonho. Para as crianças pequenas, sugere-se a leitura própria para a idade, com figuras e ilustrações.
b) Memorização de Textos Bíblicos. O melhor é acompanhar o que a igreja já pratica, usando a catequese das apostilas. Entretanto, textos que estejam relacionados a vida familiar também podem ser repetidos e memorizados.
c) Testemunhos e Transparência. Este é algo bom de fazer. Abre-se um espaço para comunhão onde todos podem se inteirar das necessidades uns dos outros e poder cooperar em conselhos e sugestões.
d) Oração. Este é um bom momento para ensinar pelo exemplo. Orações com objetivos específicos ajudam a ordenar a vida de oração. Que a família tenha uma lista comum de oração e que todos orem. É uma boa oportunidade para ensinar sobre ter fé e depender de Deus.

V. TESTEMUNHO DO LAR: UMA LUZ ENTRE OS VIZINHOS
A presença de Jesus Cristo na vida cotidiana da família é o melhor testemunho que se pode dar do lar. Esta característica se constitue numa grande atração para os vizinhos que, ao verem a vida que levam, desejarão conhecer o Senhor da família. A presença de Jesus na família faz a diferença entre o amor e a discórdia, entre a obediência e a rebelião, entre a ordem e a confusão, entre a disciplina e a desordem. É o mesmo que dizer: o reino de Deus é um reino de amor e poder.
Todos os membros da família devem manter sua disposição de compartilhar o amor com seus vizinhos e estar atentos às situações especiais quando se permite uma expressão maior de amor e de serviço.
Deste modo se estendeu a Igreja no começo e, da mesma maneira, deve-se estender melhor em nossos dias.

AD

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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Educação financeira ajuda evitar conflitos conjugais

Educação Financeira pode ser uma ‘boa terapia’ para resolver os problemas conjugais Só o amor não basta. Especialmente quando o assunto é convivência diária, problemas domésticos e finanças. Estudos apontam que o dinheiro (ou mais frequentemente a falta dele) é um dos principais causadores de brigas conjugais e até de separação. “Diferentes estilos de “enxergar” o dinheiro, ou de se organizar financeiramente, podem dar origem a pequenas tensões, que aos poucos vão ganhando a intensidade de um abalo sísmico”, disse André Massaro, educador financeiro e autor do livro MoneyFit, lançado recentemente pela Editora Matrix.

Segundo Massaro, quando conhecemos alguém e decidimos embarcar em um relacionamento afetivo de longo prazo, pesamos uma série de fatores: aparência física, nível cultural e social, “papo”, se é uma pessoa carinhosa e afetuosa, entre outras coisas. “Frequentemente esquecemos (ou negligenciamos) as implicações materiais dessa relação: como os recursos serão obtidos e geridos.” Na visão do educador, este é um problema cultural, pois não gostamos de misturar afeto com dinheiro, ainda que esses assuntos já sejam intrinsecamente misturados.

“Pensamos equivocadamente que é feio falar de dinheiro e finanças com a pessoa que a gente ama, porque pode dar a sensação de que somos mesquinhos ou inseguros, e de que não damos tanto valor assim ao amor puro e simples”, disse Massaro.

A saída, na visão do educador financeiro, seria seguir os seguintes passos:

1. Definir os Valores do casal: Os valores são os princípios que servem de “guia” para o casal. Conceitos como “amizade”, “companheirismo”, “fidelidade” etc. são exemplos de valores. Aspectos financeiros e materiais também devem ser contemplados nos valores do casal. Conceitos como “liberdade de tempo”, “segurança financeira” e “abundância material” são valores que expressam nossa postura com relação ao dinheiro e a nossos recursos. O casal deve ter uma visão muito clara de seus valores, inclusive aqueles que dizem respeito ao dinheiro.

Se um dos membros do casal acha importante ter abundância, e o outro se contenta com uma “vidinha tranqüila”, então isso terá que ser equalizado.

2. Estabelecer os Objetivos do casal: Uma vez estabelecidos os Valores do casal, deve-se começar a definir aquilo que o casal quer, observando que objetivos e valores não podem ser conflitantes. O tipo de casa onde se deseja morar, a quantidade de filhos que se quer ter, como vão criá-los, se terão um imóvel de lazer, se vão viajar todo ano, etc. Isso deve fazer parte da lista de objetivos.

3. Conhecer a si mesmos: Cada membro do casal deve ter uma visão muito clara sobre seus respectivos “eus financeiros”, ou seja, que tipo de pessoa eles são com relação ao dinheiro. Quanto ganham e até onde estão dispostos a ir para ganhar mais e, mais importante, qual é o padrão de gastos de cada um. A atitude das duas partes do casal deve ser coerente com os valores e com os objetivos.

4.Fazer uma “reunião financeira” mensal: Estabelecer um dia fixo (algo como “toda primeira segunda feira do mês” ou “todo dia 10 do mês”) e fazer uma reunião para avaliar como anda a vida e o desempenho financeiro do casal. Façam uma reunião “séria”, como se fosse um compromisso profissional, e deixando de lado qualquer assunto que não tenha a ver com as finanças do casal. Se quiserem, discutam o resto depois.

Avaliem o que está sendo feito e vejam se os valores, objetivos e “eus financeiros” estão sendo corretamente observados;

5. Definir responsabilidades: Dividir as responsabilidades financeiras de acordo com as habilidades, capacidades e gostos de cada um. Esqueçam conceitos como “isso é coisa de homem” e “aquilo é coisa de mulher”. Se a mulher tem maior potencial de gerar dinheiro, através de sua atividade profissional, e se o homem é mais eficiente e objetivo na hora de fazer compras no supermercado, explorem isso.

6. Planejar as finanças, mas não deixar de viver o presente: Fazer um planejamento cuidadoso dos gastos, mas não permitir que esse planejamento faça de suas vidas um inferno. Abra espaço para o prazer, e não se esqueçam do romantismo…

André Massaro

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domingo, 23 de setembro de 2012

Ló – Familiares em guerra

Génesis 13
De entre as situações conflituosas mais antigas, encontra-se a que ocorreu entre Abraão e Ló, há cerca de quatro mil anos, relatada no capítulo 13 do livro de Génesis. Ao analisá-la, podemos verificar que o diferendo havido entre os pastores de um e os do outro resultou do aumento das suas propriedades, particularmente o gado, a cuja criação se dedicavam. Assim, de tal modo se multiplicaram os seus bens, que a terra, ou seja, o campo em que se movimentavam, tornou-se pequena demais. Diz a Escritura que … não tinha capacidade a terra para poderem habitar juntos … (vr. 6). Essa foi a causa do conflito. Tratava-se, portanto, duma crise de crescimento.
Costuma dizer-se que “quanto maior a nau maior a tormenta”. O crescimento e o progresso podem acarretar dificuldades. Por exemplo: quando aumentam as nossas responsabilidades profissionais, quando aumenta a família, quando há mais ocupações, ou quando o negócio se expande, é natural que surjam problemas, contendas ou atritos. Semelhantemente, quando uma igreja cresce, quando há mais obreiros e mais actividades, é também normal surgirem dificuldades, divergências. Porquê ? Talvez por falta de espaço, interferências desagradáveis, personalidades que se chocam, sensibilidades temperamentais, excesso de intimidade, atropelos, desentendimentos.
Que fez Abraão para solucionar o problema ? Será que recorreu a estratagemas de pressão, a aliciamento ou a intrigas ? Nada disso. Em primeiro lugar ele promoveu um entendimento através de conversações. Dirigiu-se Ló. Sendo mais velho, tomou a iniciativa de ir falar com o sobrinho. E disse a Ló: Não haja contenda entre nós, e entre os nossos servos, porque somos irmãos…, isto é, familiares. (vr.
Também para os problemas da actualidade, quer no lar, no emprego, na Igreja ou na sociedade em geral, há que começar por estabelecer diálogo, ou seja, uma discussão franca, aberta e directa desses mesmos problemas. O diálogo é o segredo básico para a paz, como Jesus mesmo ensinou, com suprema autoridade, em Mateus 18:15/22.
Abraão promove conversações mas também fez concessões. Ele deixou que Ló escolhesse o campo da sua preferência, sujeitando-se a ficar prejudicado como, aparentemente, ficou. Com efeito, Ló escolheu a melhor terra do ponto de vista material, embora tivesse ficado com as cidades corruptas de Sodoma e Gomorra onde viria a ter grandes dificuldades de ordem moral e espiritual, ele e a sua família. (Génesis 19). Mas o que importa realçar é a atitude generosa de Abraão ao deixar que fosse o sobrinho a escolher. Ao dar-lhe preferência, procedeu como as Sagradas Escrituras viriam mais tarde a recomendar: Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual, também, para o que é dos outros. (Filipenses 2:4), …preferindo-vos em honra uns aos outros (Romanos 12:10), porque o amor não busca os seus interesses. (I Coríntios 13:5). É assim. Para que haja paz é necessário fazer concessões, dar oportunidade aos outros, ser-se compreensivo e flexível, manifestando genuíno amor.
No entanto, mesmo assim, há certos casos em que a única ou a melhor solução é a demarcação de campos. Demarcar significa delimitar, ou seja, fixar os limites, estremar. Na verdade, muitos conflitos ocorrem por não haver campos definidos para cada qual. Ora, se forem estabelecidas claramente as posições e as atribuições, se forem esclarecidas as situações e distribuidas concretamente as responsabilidades, será mais difícil haver atropelos, mal-entendidos e até duplicação de esforços desnecessária. Isto aplica-se às divergências na família, na Igreja, no âmbito duma empresa, ou mesmo nos grandes fóruns internacionais.
É sempre possível, natural e até salutar que haja pontos de vista diferentes, e cada qual tem todo o direito de possuir, manter e defender as suas convicções. Por vezes os conflitos resolvem-se sem ruptura, chegando-se a uma plataforma de entendimento. Mas nem sempre é assim. Por vezes, uma separação amigável é o mais indicado, ou a única saída viável.
O importante é que, em qualquer dos casos, os litigantes se continuem a aceitar e a respeitar mutuamente. E mesmo quando houver separação, demarcando cada qual o seu campo e o seu caminho, tudo seja feito de forma cordata, como Abraão e Ló se separaram através de um pacto pacífico. Separando-se mas continuaram a ser amigos.
E assim foi superada a crise de crescimento que ocasionou o litígio entre estes dois vultos da história bíblica. A paz e a harmonia entre eles foi conseguida através de conversações francas e directas, através de concessões reveladoras de boa-vontade e espírito generoso e, finalmente, neste caso extremo, pela demarcação de campos, definindo um plano e aceitando-o sem mais problemas, sem amargura nem ressentimentos.
Hoje, facilmente se condenam as guerras entre nações e as guerrilhas entre facções rivais, longe de nós. E, no entanto, talvez nada façamos para sanar conflitos ao pé da nossa porta, ou mesmo dentro de nossa casa, por alheamento ou intransigência de cada um de nós. O apóstolo Paulo aconselhava: Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. (Romanos 12:18). Mas é com a Palavra suprema e soberana do nosso Senhor e Mestre que concluimos: Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus. (Mateus 5:9)

Orlando Caetano

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sábado, 22 de setembro de 2012

Família, seu melhor investimento!

No Evangelho de João, capítulo 3, lemos que Jesus foi convidado para um casamento em Caná da Galiléia, onde realizou o seu primeiro milagre.
Os noivos e convidados celebravam alegremente as bodas quando, de repente, acabou o vinho. “O que fazer?” Todos se perguntavam. Jesus foi então prontamente chamado por sua mãe para resolver o problema. Vendo Jesus a dificuldade, intervém pedindo que enchessem as talhas de água. Esta água foi milagrosamente transformada no mais puro vinho, reconhecido e elogiado pelo mestre-sala.
Esta passagem é muito significativa! Quantos de nós temos convidado Jesus para ser o Senhor de nossos casamentos, lares, relacionamentos? Casamento é lugar da presença de Deus! Não foi por simples acaso que o Senhor realizou este milagre. Casamento é lugar de milagres de Deus!
No início da festa todos se alegraram, mas, em certo momento o vinho acabou. Jesus transformou a água, bebida essencial, porém insípida, incolor, inodora, accessível no mais requintado vinho. Isto significa que o Senhor presente,pode transformar relações sem prazer, sem alegria, sem cor, em relacionamentos íntegros, inteiros, completos. Apresentemos a Deus as nossas vidas, os nossos lares, muitas vezes semelhantes à água, para que sejam transformadas para o seu louvor e alegria nossa!
E, contrariamente ao que se diz, o segundo vinho foi incomparavelmente melhor do que o primeiro. Ao longo do tempo, ao invés de relações deterioradas, empobrecidas, pode-se ver e viver admiração, encanto, cumplicidade, respeito, aceitação, diálogo, alegria, preocupação com o bem-estar do outro. Isto é milagre de Deus em nossos lares!
Que tal investirmos mais nessa família criada por Deus e onde Ele nos colocou? Que tal olharmos para ela com mais amor, atenção, misericórdia, temor do Senhor? A verdade é que um bom relacionamento com cônjuge filhos, pais, irmãos, não vem pronto, de encomenda para nós. Ele precisa ser construído dia-a-dia.
Eu agradeço a Deus pela oportunidade e espaço que temos tido em nossa Igreja para estudarmos as famílias da Bíblia, aprendendo com elas, buscando respostas na Palavra de Deus para as nossas questões, orando juntos e compartilhando.
Venha ouvir a voz de Deus e conhecer a Sua vontade para as nossas famílias!
Venha abençoar e ser abençoado em nome de Jesus.



Carmelina Pirrone Cunha

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sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Fiz uma rápida inspeção...

“Fiz uma rápida inspeção e imediatamente disse aos nobres, aos oficiais e ao restante do povo: Não tenham medo deles. Lembrem-se de que o Senhor é grande e temível, e lutem por seus irmãos, por seus filhos e por suas filhas, por suas mulheres e por suas casas.” Neemias 4.14

Neemias foi levantado por Deus para reconstruir os muros da cidade de Jerusalém, que estavam em ruínas. Muros baixos, com brechas e frágeis se tornavam alvo fácil para a invasão inimiga. Ao perceber que os ataques eram dirigidos contra as famílias que trabalhavam na obra, Neemias convocou todos para que se engajassem na batalha. A ordem dada era para que cada um se comprometesse e lutasse por sua família.

Da mesma forma, hoje, as famílias sofrem muitos ataques e estão correndo sérios riscos. O maligno, inimigo de nossas almas, que veio para matar, roubar e destruir, não mede esforços para afetar este maravilhoso o projeto de Deus, chamado família. É chegada a hora de inspecionarmos os nossos muros e agirmos em conjunto, cada um fazendo a sua parte. Como maridos, esposas e filhos temos a missão de defender os nossos lares, usando das mesmas estratégias recomendadas por Neemias.

1) Não tenham medo

Os inimigos das famílias de Jerusalém eram perigosos e não desistiam facilmente. Satanás é ardiloso, cruel e não se cansa. Se baixarmos a guarda e vacilarmos, ele poderá fazer estragos. Apesar da sua capacidade destruidora, não podemos ter medo. Sabemos que Aquele que está em nós é maior do que aquele que está no mundo. Se resistirmos ao seu ataque, ele fugirá.

2) Lembrem-se do Senhor

Os moradores de Jerusalém precisavam se lembrar de quem era o Senhor. O nosso Deus é grande e temível, Ele é o Todo Poderoso. Quando compreendemos que servimos ao Senhor dos senhores, o nosso coração pode descansar em paz. Antes de lembrar o que o Senhor já fez por nós, precisamos lembrar quem Ele é.

3) Lutem

O envolvimento na batalha era um investimento pessoal e ao mesmo tempo conjunto. Cada habitante de Jerusalém tinha o seu papel na defesa dos seus domínios. Quando a família unida se reúne para orar, o inimigo desiste e perde a batalha. A defesa da família é responsabilidade de toda a família.

A luta pelas famílias não começa e nem termina aqui. Ela é uma ação contínua, duradoura e cada um de nós tem o seu papel a cumprir. Todos fazemos parte de uma família e temos a responsabilidade de lutar por ela, hoje e sempre. Portanto, defenda-a e preserve-a. Faça a sua parte, pois se você não tomar esta atitude, ninguém mais fará por você.


Pr. José Paulo Moura

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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O mito da família perfeita

Texto Básico: Gn.45.1-15
Não existe família perfeita!
Sua família não é prefeita, tal como a minha também não é. A imperfeição atinge a todas, desde as mais simples até as reais! Não me deixa mentir o exemplo atual da “família real” Inglesa. A princesa Diana foi uma vítima não apenas da mídia, mas de duas famílias enfermas. Ela cresceu em família abalada pelo divórcio dos pais e, aos 19 anos, casou-se com um homem cujo o coração já estava entregue a outra mulher.
A Bíblia também não esconde a triste realidade da imperfeição familiar. Pelo contrário ela revela a origem da imperfeição que foi o pecado (Rm.5.12), exemplifica essa imperfeição até mesmo na vida dos mais santos, mas o melhor de tudo, aponta para a solução que é a graça de Deus “crê no Senhor Jesus Cristo e será salvo, tu e tua casa”.
1.A ORIGEM DA IMPERFEIÇÃO FAMILIAR
A primeira família criada por Deus era perfeita em todos os sentidos: “Criou Deus, pois o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou: homem e mulher os criou. E Deus os abençoou… Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn.1.27,28 e 31). A expressão “Muito bom” indica que a família criada era ótima em todos os seus aspectos físico, moral, intelectual e espiritual. Aquela família seria a matriz de outras o que produziria uma sociedade perfeita
Entretanto, por causa da desobediência original, não somente cada cônjuge mas a família tornou-se defeituosa em sua essência. A família original rompeu a sua relação espiritual com o criador e herdou todas as conseqüências nefastas desse rompimento – Gn.3.7-24:
•senso de vergonha – v.7
•senso de culpa – v.8
•morte espiritual – v.24
•dificuldades e obstáculos com a natureza – v.17-19
•perversão da natureza – v.13
•morte física – v.19
As conseqüências poderiam ser resumidas nas palavras que aparecem no trecho: medo, fuga, esconder, maldita, inimizade, sofrimento, dor, fadiga, cardos e abrochos, suor, pó e expulso.
Em suma, a imperfeição familiar, tem origem, segundo a Palavra de Deus, na corrupção da natureza humana individual. A família é coletivamente enferma por causa da enfermidade individual de cada membro. “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe”, confessa o salmista.
2. RESTAURANDO A FAMÍLIA
A família do patriarcas – Abraão, Isaque, Jacó – estabelece uma paradigma para todas as famílias: Cada família possui virtudes e defeitos.
A família dos patriarcas como se vê nos capítulos 12 a 50 de Gênesis, desenvolveu algumas marcas negativas que precisam ser restauradas. As duas principais eram: o hábito de mentir e a predileção ou acepção dos pais no relacionamento com os filhos. (Gn.12.13; 20.2; 26.7; 27.24-46; 37.3).
José sofreu as conseqüências do ódio dos seus irmãos. A razão bem evidente era a preferencia do pai Jacó: “Ora Israel amava mais a José que a todos seus filhos, porque era filho da sua velhice”(Gn.37.3). Seus irmãos ressentiam desse predileção: “vendo, pois, seus irmãos, que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no e já não lhe podiam falar pacificamente” (Gn.37.4). em segundo lugar José por causa de um sonho prevê um futuro em que ele estaria numa posição de relevância sobre os irmãos. (Gn.37.5-10). E por causa disso, cheios de ciúmes, os seu irmãos decidiram matá-lo.
Em Gênesis 45.1-15, José é apresentado como um instrumento levantado por Deus, para abençoar a sua família. “Disse José a seus irmãos: Agora, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendeste para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haveres vendido para aqui; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós” (45.4-5).
Quais os aspectos que caracterizam a pessoa usada por Deus, para abençoar as famílias imperfeitas?
1. Uma pessoa cheia de amor.
“Então José, não se podendo conter diante de todos bradou : fazei sair a todos da minha presença; e ninguém ficou com ele, quando José se deu a conhecer a seus irmãos. E levantou a voz em choro”(45.1-2). José chora não as lágrimas do ressentimento, da vingança, do ódio, mas ele derrama o seu coração cheio de amor fraterno. “Assim não fostes vós que me enviaste para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de faraó…”
2. Uma pessoa realizada
A vida sempre conspirou contra José. Ele foi odiado, vendido, revendido, encarcerado e esquecido. Ele tinha tudo para ficar amargo, inferiorizado, pessimista e deprimido. Mas, não. Ele venceu todas as circunstâncias , e aos trinta anos tornou-se governador do Egito. (Gn.41.46)
3. Uma pessoa que tem orgulho da sua família
José mesmo ocupando um cargo de posição do Egito, não teve vergonha da sua origem simples e estrangeira. Ele apresenta a sua família à Faraó que afirma: “Então disse Faraó a José: teu pai e teus irmãos vieram a ti. A terra do Egito está perante ti: no melhor da terra faze habitar teu pai e teus irmãos” (Gn.47.5-6). Através de José, Israel e toda a sua família foi abençoada física, econômica e materialmente. (Gn.47.12)
4. Uma pessoa humilde
José via em sua biografia a ação soberana de Deus. Tudo que ele enfrentou foi providencialmente, na sua visão, permissão de Deus. “Deus me enviou adiante de vós”(45.5), “Deus me pôs por Senhor em toda a terra do Egito” (45.9), “Vós na verdade, intentaste o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem”(50.20). Deus seja louvado.
Conclusão
O que você deve fazer para restaurar as imperfeições de sua família?
1. Reconhecer as imperfeições de sua família, vendo-as como reflexo do pecado, condição em que se encontra qualquer ser humano. “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm.3.23). Portanto, toda família tem defeitos.
2. Entender que as imperfeições de sua família não implicam, necessariamente, que não há mais saída ou que não exista cousas boas no seu lar. Isto porque Deus sempre exercerá misericórdia sobre a família.
3. Lute você mesmo, assim como José, para restaurar a felicidade no seu lar. Seja o redentor da sua família.
4. Agradeça a Deus pela família que você tem. Ele não errou em ter lhe dado esses pais e irmãos.

Arival Dias Casimiro

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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Gravidez muda sexo entre casal

Para o casal, a gravidez é um período de adaptações. São adaptações em todos os sentidos: físicas, emocionais, existenciais e também sexuais. É importante ressaltar que a necessidade de adaptação não afeta só a mulher, nessa fase, mas também o homem. O nascimento de um filho envolve inúmeras sensações. Nesta fase o casal pode experimentar novos sentimentos, pois exige do casal um reposicionamento em termos de planejamento, produção, maturidade, sexo e outros.
É nesta fase também que surgem para ambos uma série de sentimentos ambivalentes provocados por este pequeno ser. Estes sentimentos independem do fato do feto ser ou não desejado e/ou planejado. Esses sentimentos são muito pertinentes e comuns neste período, pois trata-se das fantasias psíquicas com relação aos novos papéis ocupados na relação. O casal precisa se reestruturar novamente, negociar papéis, funções, planejar a vida econômica. Agora as demandas no relacionamento são outras.
A sexualidade da mulher na gravidez dependerá, entre outros motivos, de como ela se percebe, se avalia e se valoriza nessa fase. Enfim, dependerá grandemente de sua auto-estima. Sentir-se amada e atraente, além da realidade dos fatos de estar sendo, de fato amada e de ser, de fato atraente, além dos esforços de seu companheiro em deixar claro seu sentimento por ela, depende decisivamente de sua auto-estima e, conseqüentemente, de sua afetividade.
Pelo lado prático, outro fator que deve ser levado em conta, é a posição com que o coito é realizado. Para que se torne prazeroso, é necessário encontrar o modo e a posição mais cômoda e agradável. Cabe à mulher procurar essa posição, pois é ela que está com o corpo modificado. Muitas vezes, o tamanho avantajado da barriga na gravidez avançada torna mais difícil ainda esta ou aquela posição. Fatores que influenciam o desempenho sexual do homem.

Fases

No 1º trimestre, não é raro haver uma perda de desejo sexual por parte das mulheres. Uma primeira fase de contentamento cega as demais sensações, além das mudanças iniciais do corpo e dos genitais. A mulher volta-se para o planejamento de uma vida agora familiar, e não mais apenas de casal. Existem algumas fantasias de causar o aborto nesta fase, o que pode contribuir para a diminuição do desejo no casal, além de desconfortos comuns como náuseas.
O 2º trimestre é demarcado como uma volta do desejo feminino ao normal, ou até mesmo de maior intensidade. Algumas mulheres relatam que nesta fase, o desejo foi o mais intenso de suas vidas, sentindo-se muito atraentes e felizes. Para o homem, pode haver o primeiro impacto ao perceber, de fato, a gestação de sua esposa, pois nesse período a barriga torna-se mais aparente.
O 3º trimestre apresenta maiores desconfortos, principalmente após o 8º mês. A freqüência urinária pode aumentar e a barriga muda o centro de gravidade da mulher, tornando-a um pouco mais desajeitada ao caminhar. As fantasias voltam, agora de serem flagrados e espiados pelo feto durante a relação sexual. Alguns homens temem bater na cabeça do bebê com o pênis durante a penetração. As posições assumidas no ato sexual vão se restringindo mais, havendo preferência pela posição “de ladinho”. A ameaça de aborto é temida, bem como complicações de parto prematuro. Os casais ficam mais reticentes em buscar atividade sexual, e alguns até mesmo se abstêm.
É muito importante, portanto, que o casal esteja unido, ou seja, respeitando, apoiando e compartilhando as dúvidas e conflitos que possam aparecer neste momento.

Joel Rennó Jr. é coordenador Geral do Pró-Mulher, Projeto de Atenção à Saúde Mental da Mulher do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. E-mail: saude@diariosp.com.br. 

Fonte: Diário de São Paulo, São Paulo,

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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Família do pastor ou família de pastores?

“Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja. É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito, pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” I Timóteo 3:1-5
Até onde posso ver, esse texto apresenta a família como um referendo para quem almeja o episcopado (supervisão, função de quem é pastor.) Paulo orienta seu discípulo sobre as bases para a unção do ancião. Em primeiro lugar, deixa claro que não há nenhum problema em alguém querer a função de bispo (supervisor do rebanho de Deus). Fiel também é a palavra: se alguém aspira o episcopado, excelente obra almeja, (v.1) Em segundo lugar, apresenta os pré requisitos que tornam uma pessoa possível de ser ordenada pastor. E, nestes, encontramos uma referencia de como cuidar de nossa casa, (v.4).
Uma pessoa, entre outras qualidades, para ser considerada como postulante ao pastorado, tem de governar bem a sua casa. Seus filhos tem de ser disciplinados e respeitosos. É essa realidade familiar que atesta se o candidato é ou não um líder. É algo a ser observado antes da ordenação, (vs.4-5). Essa, penso, é a relação entre a família do ministro e o seu ministério. A família respalda o seu ministério, porém, não necessariamente, ministra com ele.
Na história recente da igreja, entretanto, tem sido cobrado que a família do pastor ministre com ele: os filhos tem que ser lideres exemplares, a esposa, além de organista, tem de estar liderando as senhoras e o serviço social. Mais que a família do pastor, tem de ser uma família de pastores.
Curiosamente esse é um fardo que, em geral, só é colocado sobre a família do pastor. Os demais oficiais da Igreja ficam isentos: a família do presbítero não tem de exercer presbiterato, a do diácono não tem de exercer o diaconato. Porém, a família pastoral, pôr meio de, na maioria das vezes, meias palavras, se espera um exercício de pastorado: – “mas você não é o filho do pastor?”
Essa sobrecarga injusta acaba por gerar, no pastor e na sua família, um estresse insuportável. O ministério, ao invés de fonte de benção, converte-se em fonte de neuroses e sofrimento. E fica pior se o pastor adota essa mesma postura, tornando-se assim, o algoz da própria família.
Para o bem da Igreja, do pastor e de sua família, seria bom se a comunidade compreendesse que a família do pastor não é co-pastora e tem de ser pastoreada como qualquer outra. A família concede ou não ao cristão autoridade para postular o ministério. No demais, a família do ministro é apenas mais uma família da comunidade, que merece ser tratada como qualquer outra, isto é, bem tratada.

Pr.Ariovaldo Ramos

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segunda-feira, 17 de setembro de 2012

ESTEJA SEMPRE ATENTO AS NECESSIDADES DO SEU CASAMENTO


  DESCUBRA EM QUE FASE VOCÊ ESTÁ NO SEU CASAMENTO
 Casamento tem suas fases. Segundo Maggie Scarf, existem basicamente cinco fases no casamento.

§  Fase do encantamento, quando está enamorado do outro. É quando o casal se sente plenamente realizado e absolutamente preenchido pelo outro. Nesta fase o amor é cego. Há uma nutrição constante do vínculo. A sensação é de completude e totalidade.

§  Fase do desencantamento, desidealização. É a fase da confrontação das expectativas irreais do casamento. É quando começamos a ver as diferenças entre as imagens que construímos do outro e os seus lados sombrios no cotidiano. Na fase da conquista, da sedução, a gente só mostra o lado ensolarado de nossa personalidade. As sombras, as fraquezas, as feridas emocionais, os medos ficam escondidos. Mas sempre chega o momento em que as coisas que estavam debaixo do tapete aparecem à luz do dia. É nesta fase que muitas pessoas se desesperam na tentativa de mudar o outro, a fim de que ele corresponda à imagem idealizada. Você não aceita como ele é. Neste momento as pessoas são capazes de qualquer coisa: sufocam, oprimem, chantageiam, ameaçam, castigam-se mutuamente.

§  Fase do "crescei e multiplicai-vos", quando a mulher se dedica aos filhos pequenos e o homem está se afirmando profissionalmente, consolidando sua carreira. É a fase onde há o perigo de perder de vista o parceiro dentro do casamento. O homem mergulha no trabalho e a mulher é engolida pelo cuidado com a casa e as crianças e, muitas vezes, também com sua própria definição profissional. Essa tensão drena todas as energias do casal. É uma época onde os dois engavetam frustrações, mágoas e raivas do passado. Se o casal nesta fase não buscar saída em Deus, com certeza, o fim será o aprofundamento de emoções negativas que já estavam emergindo no fim da fase de encantamento. Sendo assim, o relacionamento pode estagnar, encalhar e virar uma prisão insuportável. Os momentos de desencantamento são muito dolorosos porque envolvem doses inevitáveis de frigidez emocional. Essa é a hora de buscar ajuda externa.

§  Fase do questionamento e redefinições. É a fase onde os parceiros questionam o vínculo, fazem um balanço da ligação. Aqui está a grande oportunidade de o casal se libertar dos ressentimentos e frustrações em relação ao cônjuge. Alcançar essas mudanças implica em enfrentar um processo trabalhoso que pode, em compensação, dar lugar a vitória de Deus na relação: ternura, cuidado com o outro e a identificação. Quando não há esforço e interesse em mudar a situação, o resultado final é o divórcio emocional ou a convivência amarga em um casamento morto

§  Fase de reintegração quando os filhos já estão adultos e o casal pode se redescobrir e se reaproximar. Quando os dois, marido e mulher, conscientes do que significa "casamento", conseguem superar as fases difíceis e seguir juntos, pode-se chegar a um momento de integração. Podemos dizer que os dois atingiram o equilíbrio entre a individualidade e a intimidade. Não existe mais disputa sobre o quanto é meu, quanto é seu e quanto é nosso, o que há é companheirismo, compromisso de amizade e comunhão.

É claro que as fases não são rígidas, com tempos definidos e sequências predeterminadas, com uma necessariamente seguindo a outra. Mas são momentos que todos os relacionamentos atravessam, com maior ou menor intensidade. Eu chamaria essas fases de estações, primavera, verão, outono e inverno. 

Maggie Scarf

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domingo, 16 de setembro de 2012

Família, lugar de semeadura e colheita


Texto Base: Gálatas-6.0-6:10
- Com base no Sl. 85.8: “Escutarei o que Deus, o SENHOR, disser, pois falará de paz ao seu povo e aos seus santos; e que jamais caiam em insensatez”, estamos buscando ouvir o nosso Deus nestes dias quanto às diversas áreas de nossa vida. Vivemos dias em que muitas vozes ecoam por todos os lados a respeito dos relacionamentos familiares. Precisamos discernir qual é a vontade de Deus para nossa família, quando muitas estão vivendo momentos de dificuldades
- Há neste texto um princípio espiritual de semeadura e colheita. A nossa vida é regida por este princípio vs. 7: “pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará”. Mas o que isto tem a ver com nossa família? É simples, a família é um lugar de semeadura e colheita, nós semeamos e colhemos todos os dias, e temos a expectativa de uma excelente colheita.
- O que este texto nos ensina sobre esta semeadura e colheita?

1) Precisamos da semente certa
- Quando eu era adolescente, morava em uma casa com um terreno ao lado, onde resolvemos fazer uma horta. O interessante é que quando eu plantava alface, nascia alface, quando plantava cebolinha, nascia cebolinha. Incrível, mas esta lei espiritual funciona. Aquilo que semearmos, vamos colher. O que precisamos então é escolher a semente certa.
- Mesmo que não estejamos percebendo, estamos semeando a todo momento. A pergunta é: o que estamos semeando em nossa casa ou família? Esta palavra tem por objetivo nos ajudar a voltarmos para os valores e princípios da Bíblia. Muitos têm semeado o que o texto chama semeadura da própria carne Gálatas. 5. 19-21: “Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam”.
- Precisamos optar se vamos semear para o Espírito ou para carne. Se vamos olhar para nosso casamento como aliança que conta com a benção de Deus ou como um contrato onde pode ser desfeito a qualquer momento. Se nossos filhos vão receber limites de amor sendo ensinados no caminho em que devem andar (Pv. 22.6), não sendo levados à ira (Ef. 6.4) ou os deixaremos livres para que decidam o que quiserem, ou o que a televisão ensinar. Nós os levamos à ira quando exigimos deles coisas que nós não estamos vivendo. Muitos filhos estão fora do evangelho hoje, porque não estão vendo mudança de vida nos seus pais. Se vamos fazer como todos (senso comum) ficando e dando pegas até acharmos quem é melhor ou se vamos esperar no Senhor. Se vamos correr atrás do ter abusando do crédito e das dívidas ou se vamos esperar o Maná chegar, se vamos viver “uns aos outros” ou só pensar em nós mesmos
- Devemos semear em santidade, rompendo com o pecado, em oração, declarando as promessas da palavra, dando exemplo, estendendo a mão em horas difíceis, nos alegrando com as vitórias, exortando e disciplinando diante dos erros.
- Apesar de eu nunca ter plantado, em nossa horta nascia sempre uma graminha (tiririca), com uma batatinha na raiz que persistia em aparecer. O diabo já tomou providência em semear em nossa casa toda espécie de erva daninha (Mt. 13. 24-30 parábola do joio e do trigo). Ele não precisa de ajuda para isso. Precisamos é cuidar da nossa semente.

2) Precisamos da atitude certa
- Quando meditava neste texto uma expressão me chamou a atenção o vs. 9: “não nos cansemos de fazer o bem” e um sentimento veio forte ao meu coração. Muitos pais se cansam no meio do caminho, se cansam de fazer o bem aos filhos. Já ouvi frases como: Não tem jeito mesmo…, ou: Vou deixar para lá… Esse menino (a) não vai dar em nada. Muitos maridos se cansam das esposas e esposas de maridos. Jovens se cansam dos estudos, pessoas do trabalho ou ainda do ministério, outros se cansam da própria vida.
- Andamos cansados de muitas coisas, há horas em que queremos desistir, mas Paulo nos exorta que se não desfalecermos (vs. 9), se perseverarmos crendo que Deus está agindo na nossa vida, no tempo certo ceifaremos.
- Manter a atitude de semear na Palavra exige perseverança. Isaías 28. 10 e 13 nos ajuda a entender isto: “Porque é preceito sobre preceito, preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um pouco aqui, um pouco ali…” Muitas vezes temos que ensinar, repetir, e repetir de novo. Falar, uma, duas e muitas vezes. Não temos o direito de nos cansarmos de fazer o bem, se com filhos, cônjuges ou outra pessoa ou área qualquer, porque Deus nunca desiste (ou se cansa) de nós.
Você está cansado, tem pensado em desistir, ou você já desistiu de sua família, trabalho ou ministério? A mensagem para nós é continuem, continuem. Deus quer fortalecer seus braços, sua vida nesta hora.

3) Temos uma colheita certa
- Primeiro precisamos cuidar da semente, depois do trabalho, não podemos parar. Agora temos uma promessa de Deus para nós e nossa família . Quando permitimos que outras sementes sejam plantadas em nossas casas, que não são das que procedem da voz de Deus, colheremos para corrupção (vs.8). Aquele que semeia vento colhe tempestade. Oséias 8.7: “Porque semeiam ventos e segarão tormentas”.
O vs. 9 nos diz que se perseverarmos e não desfalecermos, “a seu tempo ceifaremos”. Nossa família será bendita no Senhor Is. 61.9: “A sua posteridade será conhecida entre as nações, os seus descendentes, no meio dos povos; todos quantos os virem os reconhecerão como família bendita do SENHOR”.
- O problema é que muitas vezes não sabemos esperar o tempo de Deus “a seu tempo”. Quando plantava a semente de alface, todo dia eu ia lá olhar se já havia nascido. Mas era necessário um tempo. Muitas vezes plantamos sementes erradas e ruins e estamos colhendo frutos amargos. Muitas vezes fizemos escolhas erradas e estamos colhendo frutos da carne.
- Precisamos perseverar no plantio da boa semente do evangelho, e esperar a ação do Espírito Santo na nossa vida, de nossos filhos, cônjuges para que a velha colheita se encerre e venha a colheita tão desejada. Deus trabalha pouco a pouco. Sl. 126.6: “Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.”
- Nesta hora, CREIA que temos uma colheita certa.

Conclusão
- Vimos que a família é lugar de semeadura e colheita. Precisamos plantar a semente certa, ter a atitude certa e espera a colheita certa.
- Em Lucas 6.37 e 38 lemos sobre dar e receber, é o mesmo que plantar e colher uma superabundante colheita.

Pedro Leal Junior

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sábado, 15 de setembro de 2012

Em Defesa da Família Natural

Os últimos dois séculos testemunharam uma transformação imensa no modo como os seres humanos vivem, pensam, trabalham e organizam suas vidas. Ao mesmo tempo, a instituição da família vem sofrendo ataques contínuos, sendo desmembrada e enfraquecida pelas sutis mudanças e tendências culturais. Agora, mal entramos no século XXI e estamos diante da realidade de que a instituição da família está enfrentando um desafio ainda mais profundo: o desafio de manter uma definição coerente de realidades básicas como casamento, parentesco e família natural.

Os revisionistas sociais habitualmente descrevem a unidade da família, que consiste de pais e seus filhos biológicos ou adotados, como a família “nuclear”. Essa não é uma descrição errada, pois esse padrão básico de relacionamentos, começando com o casamento de um homem e uma mulher e estendendo-se a seus filhos, realmente forma o núcleo da família em sua extensão maior.

Apesar disso, os revolucionários sociais de hoje rotineiramente dispensam a família nuclear como um produto de épocas passadas.

Em anos mais recentes, alguns defensores da família se referem à unidade básica da família como a família “natural”. Esse termo identifica corretamente a organização formada por marido, esposa e seus filhos como a unidade familiar mais importante e identificável para proteção, educação e estabilidade social. Tal desenvolvimento é saudável, pois mesmo que o conceito de família nuclear tenha se tornado menos útil, o foco da família natural esclarece as questões de modo considerável.

Agora, Allan C. Carlson e Paul T. Mero, defensores da família, estão disponibilizando “A Família Natural: Um Manifesto”, um documento que oferece uma defesa abrangente da família, sustentada por uma análise honesta e criteriosa das ameaças hoje dirigidas contra a família como instituição.

O manifesto começa com uma narrativa da vida em família, apresentando um jovem e uma moça que são atraídos um pelo outro e celebram essa união no pacto de casamento. Conforme explicam Carlson e Mero: “A união conjugal construída na base da fidelidade, obrigações e respeito mútuos permite que homem e mulher desenvolvam seu pleno potencial; eles se tornam o que seu Criador planejou, um ser completo”.

Naturalmente, esse casamento cria uma nova família, identificada no manifesto como “a primeira e mais fundamental unidade da sociedade humana”. Essa unidade estabelece uma nova ordem econômica na medida em que marido e esposa “têm parte no trabalho de prover e extrair os interesses, forças e talentos um do outro”. Como Carlson e Mero esclarecem: “Eles edificam um lar que se torna um lugar especial na terra. Nos séculos passados, a pequena fazenda ou a oficina do artesão era a expressão comum dessa união entre o sexual e o econômico. Hoje, são mais comuns as casas geminadas, os apartamentos e os lares suburbanos. Contudo, a pequena economia doméstica permanece o centro vital da existência diária”.

Da união natural do casamento “flui nova vida humana”. Filhos não são vistos como imposições casuais sobre as chances de os pais alcançarem seu pleno potencial como indivíduos, mas em vez disso entende-se que eles são os primeiros e mais importantes presentes dados à união conjugal. Conforme explicam os autores: “Filhos são a principal finalidade, ou propósito, do casamento”.

Em linguagem pitoresca, Carlson e Mero descrevem as alegrias, tristezas e desafios que uma família jovem enfrentará. Os pais dirigem suas energias para proteger, educar e criar os filhos, acompanhando o desenvolvimento deles nas experiências de joelhos esfolados, primeiras obrigações domésticas e seus passos iniciais no mundo. A mãe e o pai “são os primeiros professores da criança; seu lar, a primeira e mais vital escola”. Os pais transmitem para seus filhos “o treinamento especial para viver e lhes ensinam a satisfação de conversar, ler, raciocinar e explorar o mundo”.

A partir do contexto protegido da família natural, vem também uma família em toda a sua extensão maior. Os parentes que não são os pais e os filhos são acolhidos na vida da família e gerações se ligam num compromisso comum com os pais e as gerações futuras. “Cada geração se enxerga como um elo numa corrente inteira”, relatam os autores, “mediante a qual a família se estende dos séculos passados para os séculos futuros”.

Conforme deixam claro Carlson e Mero, a família natural “abre as portas para uma vida agradável e para a verdadeira felicidade” Em face dos inimigos da família, que rotineiramente criticam a família como uma instituição limitadora que reprime a individualidade, Carlson e Mero entendem que a reciprocidade e generosidade da vida em família, impulsionada e formalizada por obrigações mútuas, solidifica a união da família em experiências e metas partilhadas. “Bondade gera bondade, desenvolvendo um grupo unido trabalhando em amor. Os parentes repartem tudo o que têm, sem esperar nada em troca, só para receber mais do que eles já poderiam ter imaginado”, garante o manifesto.

Por muito tocantes e verdadeiras que sejam essas passagens, esse manifesto é importante pelo fato de que identifica o contexto social maior da vida em família. Carlson e Mero entendem que a família natural é a unidade econômica mais fundamental da civilização. Além disso, eles também compreendem que “a vida política flui de lares em que habitam a família natural”. Mais especificamente, uma vida política justa se forma a partir do contexto da família natural. Conforme eles explicam: “A verdadeira soberania se origina aí. Esses lares são a origem da liberdade com ordem, que é a fonte da real democracia e o terreno certo para o plantio de excelentes qualidades morais”. A vida social pode se estender até as vizinhanças, vilas e unidades maiores, porém tal extensão não substitui a família nem seu valor e importância. Conforme declaram corajosamente os autores desse manifesto: “Os governos existem para proteger as famílias e para encorajar o crescimento e integridade da família”.

Provavelmente, será muito difícil encontrar a última afirmação em livros sobre educação cívica nas escolas públicas, até mesmo naqueles raros distritos escolares em que algo parecido com cívica continua como parte do currículo. O que é mais preocupante é que essa afirmação sofreria oposição direta da elite dominante hoje mobilizada entre faculdades e universidades como revolucionários prontos para arrancar da família suas funções essenciais.

Carlson e Mero compreendem que a família natural agora enfrenta uma crise dramática. Em suas palavras, a família natural “continua sofrendo insultos e ameaças no início do século XXI”. Até que ponto essa situação está ruim? “Os inimigos vêm lançando ataques em todos os aspectos da família natural, desde a união do casamento até o nascimento de filhos na verdadeira democracia de lares livres. Cada vez mais, as famílias apresentam sinais de fraquezas e desordens. Vemos um número cada vez maior de rapazes e moças solitários, rejeitando a plenitude e alegria do casamento, escolhendo em vez disso substitutos baratos ou escolhendo permanecer solteiros, onde eles são presa fácil para o governo, que quer ser tudo na vida deles. Um grande número de crianças está nascendo fora do casamento, terminando sob a custódia desse mesmo governo. Poucas crianças estão nascendo em lares em que os pais estão casados, uma situação que prenuncia que um grave problema na sociedade nos anos seguintes: Diminuição da população jovem e aumento da população idosa”.

O manifesto identifica os revolucionários ideológicos como inimigos da família natural. Conforme declaram os autores: “Alguns filósofos políticos sustentavam que o indivíduo sozinho era a verdadeira célula da sociedade. Eles afirmavam que os laços de família — inclusive entre marido e esposa e entre mãe e filhos — mostravam simplesmente o domínio de uma pessoa egoísta sobre outra. Outros teoristas argumentavam que o indivíduo, sozinho, era realmente oprimido por instituições como a família e a igreja. De acordo com esse ponto de vista, o governo, que se tornava o centro de tudo, era apresentado e defendido como se fosse um suposto agente de liberação”.

Os inimigos ideológicos da família incluem todos aqueles que, qualquer que seja sua motivação, arrancam da família suas funções, reduzem a autoridade dos pais, removem a honra social ligada ao casamento e à família e transferem as funções da família para o governo e sua burocracia que não pára de se expandir. Esses revolucionários sociais incluem as feministas, os defensores do governo como provedor de todas as necessidades humanas, os secularistas e outros revisionistas sociais representados por “avanços” como o “movimento de direitos da criança” e o movimento de “liberação” sexual, principalmente o movimento de direitos homossexuais.

Essas forças ideológicas ganharam muito terreno nas décadas recentes, pressionando mudanças nas leis, nos hábitos sociais, no ambiente de trabalho e na economia do país. O surgimento e rápida aceitação de leis de fácil acesso ao divórcio e a imposição de penalidades sobre o casamento no sistema de taxação de impostos eram evidências tangíveis dos apuros em que se encontrava a família.

Carlson e Mero identificam alguns dos avanços mais prejudiciais como “campanhas conscientes para expulsar o Criador da vida cívica; a propagação rápida da pornografia; novas reivindicações de divórcio fácil; ataques contra o significado da palavra ‘esposa’ e ‘marido’; um aumento na retórica de direitos ‘sexuais’ e direitos de ‘gênero’; campanhas governamentais conscientes com o objetivo de reduzir o tamanho da população; medidas para facilitar o acesso ao aborto; reivindicações de revolução sexual; rejeição dos conceitos de obrigações e compromisso de longa duração, e avanços assustadores na manipulação da vida humana”.

Contudo, por mais prejudiciais que esses avanços tenham sido, a história ainda não acabou. Carlson e Mero merecem crédito por identificarem “o triunfo do industrialismo” como um dos fatores sociais mais importantes por trás do declínio da família. Eles explicam: “Maridos, esposas e até crianças eram atraídos para sair do lar e então organizados em fábricas de acordo com o princípio que regulava onde havia mais necessidade de seu trabalho. Máquinas sem alma minavam a complementaridade natural dos sexos nas tarefas produtivas. Crianças eram deixadas para se virarem sozinhas, pois achava-se que suas famílias não mais guiavam seu futuro. Em vez disso, as crianças agora viam apenas empregadores que eles mal conheciam”.

Essa última descrição tem uma importância especial, principalmente para os conservadores sociais de hoje. Carlson e Mero são conservadores verdadeiros — eles entendem que as incríveis transformações econômicas que mudaram tanto a sociedade humana durantes os dois séculos passados enfraqueceram de modo impressionante a unidade da família. Primeiro, o pai foi removido do lar ou da fazenda a fim de trabalhar num ambiente industrializado. Sem demora, muitas esposas acompanharam, deixando os filhos nas mãos de assistentes do governo ou simplesmente sem nenhuma companhia e supervisão a maior parte do dia. Como conseqüência, o papel da família como a primeira escola e a primeira sociedade foi subvertido pela própria revolução econômica que havia prometido riquezas e oportunidades.

Os conservadores precisam reconhecer que a cultura consumista de hoje cria ameaças diretas à estabilidade e integridade da família. Na busca de bens de consumo, as famílias estão sacrificando tempo, atenção e energia. Quando os casais direcionam sua atenção, tempo e energia para interesses e alvos longe da unidade da família, outros agentes — principalmente o governo — entram em cena. Em seu manifesto, Carlson e Mero fazem muito mais do que só oferecer uma descrição e análise. Eles também oferecem um conjunto de princípios importantes e propõem uma plataforma política para resgatar a família natural.

No final, eles dão uma chamada: “Uma nova tendência está se espalhando no mundo. A essência dessa tendência é a família natural. Convocamos todas as pessoas de boa vontade, cujos corações estão abertos para os estímulos dessa tendência, a se juntarem numa grande campanha. A família natural vem sofrendo muita perseguição, porém aproxima-se o tempo em que a guerra contra as crianças e as agressões à natureza humana acabarão”.

Conforme o entendimento de Carlson e Mero, os inimigos da família natural estão agora na defensiva. Eles podem estar certos. Na verdade, pode ser cedo demais para dizer. Apesar disso, o manifesto que esses autores ofereceram em defesa da família natural exige a atenção de todos os que querem defender a instituição mais essencial da civilização. Esse documento importante veio na hora certa.

Albert Mohle
O documento em inglês “The Natural Family: A Manifesto” encontra-se disponível através do Centro Howard de Família, Religião e Sociedade.

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