segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O Caminho do Perdão Para os Culpados

“Não acredito que aconteceu. Eu tinha certeza de que isso não seria um problema para mim. Eu estudei tanto, me preparei tanto, eu a amo tanto. Por que fiz isso? Por que cometi essa besteira? E se agora tudo estiver perdido, e nada mais for como antes? Será que nunca mais tenho chance de ser feliz?”

Alguma vez esses pensamentos já estiveram presentes em sua mente? Alguma vez você já se arrependeu do que fez, mas infelizmente as coisas foram longe demais, e as consequências dos seus atos estão batendo à sua porta? Ou talvez só você saiba, e ninguém mais. Só que dentro de você o sentimento de fracasso e de infelicidade persiste. Você já foi a parte que errou em um relacionamento, mas se arrependeu, e agora não sabe mais o que fazer?

Conheço várias pessoas que já perdoaram a traição de seus cônjuges, por acreditarem que o que possuíam não valia a pena ser jogado fora. E também conheço muitas pessoas que não conseguiram se levantar, mesmo depois de vários pedidos de perdão. O que fazer?

Recebi o pedido para escrever algo sobre como lidar com os erros, mas da parte da pessoa que os cometeu. Se por acaso esse for o seu caso, se por acaso você é a pessoa que traiu o cônjuge, seja pessoal ou virtualmente, saiba que esse artigo é para você.

O Caminho do Perdão

Se você cometeu um erro para com a pessoa amada, a primeira coisa que você precisa fazer é buscar o perdão de Deus, e dele/dela. O problema é que preferimos pedir perdão a Deus, que por ser amor nos perdoa, a pedir perdão a quem amamos, com medo de que isso nos leve a perder a relação que temos.

O que esse tipo de raciocínio não inclui é o fato de que se permitirmos que em nosso coração esteja um espaço secreto, que guarde segredos que não podemos contar para nosso esposo/esposa, podemos estar certos de que aquela será uma avenida aberta para outros erros ocorrerem. Precisamos entender que para sermos felizes na vida com alguém que amamos, precisamos viver em verdade e honestidade para com ela. Às vezes achamos que somos bons mentirosos, que não precisamos incomodar a outra pessoa, que resolveremos o problema sozinho. Esse tipo de negação do problema não serve para resolvê-lo, mas apenas para aumentar ainda mais o sentimento de culpa, e de abrir mão do que pensamos para errarmos de novo.

O pior é que quando algo de errado acontece, não há maneira de isso não aparecer. Todos conhecemos o ditado que diz: “a mentira tem perna curta”. Pois bem, tem outro ditado muito importante que diz: “Você pode enganar muita gente por pouco tempo, você pode enganar pouca gente por muito tempo, mas você não consegue enganar todo mundo, todo o tempo”.  Mais cedo ou mais tarde esses erros vão aparecer. Ninguém consegue viver uma vida dupla por tanto tempo sem que isso não apareça.

Agora entenda o que estou dizendo que vai aparecer: não é que a pessoa vai descobrir o que fizemos, necessariamente. O que vai acontecer é que seremos pessoas diferentes. Vamos nos tornar pessoas mal-humoradas, pessoas intolerantes com o erro das outras, ou até vamos ser os primeiros a apontar quando alguém errar. E deixaremos de observar o tanto que nossa vida está mergulhada no erro.

Pois bem, se você quiser superar essa dificuldade, convido você a enfrentar a estrada do perdão, que inclui três aspectos muito importantes: CONFISSÃO, ARREPENDIMENTO e RESTAURAÇÃO.

A confissão é o ato de reconhecer que o que fizemos foi errado. Não adianta justificar, ou tentar entender as razões. É reconhecer que foi vacilo de nossa parte, e por isso reconhecemos que não somos perfeitos.

Depois, o segundo passo do perdão é o arrependimento. Arrepender-se significa dar meia volta na estrada em que estávamos seguindo. Significa não fazer de conta que nada aconteceu, mas ter a coragem de trocar o rumo, mudar o comportamento, mudar as amizades, tomar todas as decisões que forem necessárias para agir certo daqui para frente.

E, por fim, significa fazer a restituição. E, meus queridos, é nesse ponto que muitas pessoas não se preocupam em continuar. Muitos acham que só o que precisam fazer é confessar a Deus, ou a um pastor, ou a um padre, etc., e então parar de agir daquela maneira. O que as pessoas não entendem é que toda vez que cometemos um erro para com a pessoa com quem partilhamos a vida, na área, principalmente, da traição, estamos roubando dela algo que a pertence.

Estamos roubando o afeto que deveria ser dedicado somente a nosso cônjuge. Estamos roubando também o melhor do nosso interesse, da nossa sexualidade, da nossa alegria, do nosso contentamento. Estamos roubando parte de nossa atenção, do tempo de qualidade que precisamos dedicar ao cônjuge. Estamos também roubando palavras de elogio, sonhos, fantasias, pensamentos.

Ao nos casarmos, prometemos nos dedicar somente à pessoa que escolhemos, abrindo mão de todas as outras. Isso é o que prometemos. Só que muitos se esquecem disso assim que veem alguém que parece ser mais bonito, mais charmosa, mais bela fisicamente, mais divertida, etc. Roubamos da pessoa com quem nos casamos o direito ao nosso corpo (conferir I Coríntios 7:4).

É por isso que precisamos fazer a restituição: porque defraudamos os sentimentos que eram devidos à pessoa com quem casamos. E, sempre que alguém é condenado por roubo, deve restituir à vítima o que lhe foi tomado.

E, fazer a restituição, em primeiro lugar, significa abrir o jogo e falar toda a verdade. Se tivemos coragem de agir como agimos, devemos ser honrados o suficiente para abrirmos o jogo e expressarmos completamente. Há muitos homens que passam a vida inteira tentando disfarçar as traições. Muitas mulheres escolhem o mesmo caminho. Querem de alguma forma fazer de conta que nada está acontecendo. Eu pergunto, se não desejam mais ficar casados, por que continuam? Algumas pessoas reconhecem que cometeram um grande erro, e por isso desejam continuar juntos da pessoa com quem já estão. Pois bem, se você pode escolher fazer alguma coisa com outra pessoa, a pessoa tem o direito de escolher se deseja ficar com você apesar de sua escolha.

O problema é que muitas pessoas não têm coragem de assumir seus atos. Fugimos das consequências que podem nos trazer prejuízo. Muitos entendem ser um dever o continuar casados, mesmo que não tenham desistido da pessoa com quem se relacionaram furtivamente.

Se esse for o seu caso, e você não quiser pedir perdão, seja corajoso o suficiente para abandonar seu casamento. Não continue mais causando esse tipo de erosão emocional. Porque, mesmo sem você perceber, você pode estar agindo como aquela mulher que esquartejou aquele empresário: você pode estar cortando pouco a pouco um pedaço do coração, da autoestima, do autoconceito, do amor próprio da pessoa que está sendo traída por você.

Mas, lhes garanto que o melhor caminho é o do perdão. Se você quiser, Deus pode atuar em sua vida, e lhe prover oportunidade de transformar sua vida da melhor forma possível. Na próxima semana, escreverei mais sobre esse tema, falando sobre o tema do processo de cura no casamento.

Que Deus abençoe sua família,

Osmar Reis Junior

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