segunda-feira, 28 de setembro de 2015

ALIANÇAS SEM CARINHO


A ausência de carinho entre os cônjuges é um dos maiores motivos para a frieza sexual existente no casamento e uma das armas mais poderosas de satanás para atingi-lo.

Muitos casais perdem a afeição, o carinho e o respeito, uns pelos outros, logo nos primeiros anos de convivência conjugal. Outros até levam mais tempo. Isso acontece por causa da comodidade que brota na alma e no coração. É como se o objetivo do casamento se encerrasse na troca de alianças, seja no púlpito de algum templo, seja diante de um Juiz de Paz. O casamento começa a partir daí e não deveria perder forças nos estágios iniciais.

Namorar e noivar são bem diferentes da convivência conjugal diária, embora muitos casais estejam tratando o namoro e o noivado com as mesmas características de um casamento. Só lembrando que a fornicação (relação sexual ilícita entre casais que ainda não se deram em casamento) gera maldição futura no relacionamento. E como nos tempos atuais ela passou a ser muito comum, a tendência é que o número de separações, de divórcios e novos casamentos infelizmente cresça ao longo dos anos.

Os únicos frutos da fase do namoro e noivado que deveriam ser levados para o casamento são o carinho, a atenção e o respeito (este último já tem se ausentado antes mesmo de o casamento ocorrer).

O carinho e a atenção funcionam como oxigênio para a convivência conjugal diária. A falta deles gera desproteção e desânimo. Até as críticas devem ser feitas com carinho e respeito. O bom relacionamento sexual necessita de carinho. Assim como a boa comida, a casa em ordem, as roupas bem passadas. Tanto uma esposa como um marido funcionam melhor quando priorizam essas qualidades no casamento. Casais carinhosos têm maior probabilidade de superarem os obstáculos juntos do que aqueles casais secos, frios, duros como cimentos, e que não aprenderam a conviver na atmosfera do carinho. Antes, as suas trajetórias como casados foram a base de espinhos, flechas, pedras, cruzes.

Uma frase que deveria ser constante no coração de casais casados: “Calma. Você vai conseguir”. Ela é um ingrediente que faz uma convivência conjugal ir mais longe. Ou quando a esposa diz: “Eu só faço coisas erradas”, o marido logo retruca: “Qual é o problema? Eu também erro muito”. Nesse caso, o marido traz a esposa para o nível dele, e não a deixa se sentir inferior ou desqualificada. O ruim é quando o marido ou a esposa se sente muito melhor que o seu cônjuge e a (o) deixa em uma condição inferiorizada. Isso serve como incentivo para todas as áreas do casamento, especialmente a financeira e a profissional, quando um tem se destacado mais que o outro.

A falta de carinho, atenção e reconhecimento maltrata, apaga a última luz dentro do ser até que tudo se transforme em escuridão. Os hábitos de casais casados devem ser voltados para eles próprios. O tempo da solteirice acabou. Acabou o tempo em que não se tinha obrigação de dar satisfação ou hora para voltar para casa. Tempo em que se podia fazer tudo sozinho (a). Agora não são mais duas pessoas individualizadas, mas duas que se fizeram uma. Assim tudo precisa ser compartilhado com sinceridade, carinho e respeito.

A falta de carinho e atenção também deixa o cônjuge super vulnerável, carente e desprotegido. É nesse momento que satanás se ocupa em colocar no caminho outra pessoa muito carinhosa e atenciosa, que venha preencher aquilo que o cônjuge legítimo não fez. Muitas das traições ocorreram exatamente por essa lacuna existente no casal. Não que elas justifiquem nem deem legalidade espiritual para um novo relacionamento. Por exemplo: a justificativa “hoje eu sou feliz porque estou com uma pessoa muito carinhosa ao meu lado, que me respeita e me faz tudo o que o meu ex- não fez durante o tempo de casados” não tem o menor valor para os que desejam caminhar para o Reino de DEUS.

Há casos em que a abstinência sexual se inicia lentamente pela falta de carinho. Em outros casos porque, independentemente dele, o coração do cônjuge já está contaminado pelo pecado da traição. Mas há uma diferença entre um caso e outro. No primeiro exemplo, o cônjuge não carinhoso é responsável direto pelo pecado da traição. No segundo exemplo, não. A abstinência sexual entre pessoas licitamente casadas infelizmente tem se tornado algo muito comum. Não existe uma quantidade certa e exigida para se praticar sexo no dia ou na semana, mas quanto mais se praticar, melhor para o casamento (leia 1 Coríntios 7:5). Cada casal, desde o início do casamento, conhece o seu parâmetro sexual. Quanto mais cedo se detecta o esfriamento sexual e as causas, mais possibilidade haverá para restauração. O importante é não se acomodar com ele.

Ser carinhoso (a) não se resume apenas a palavras, mas principalmente a atitudes. É procurar tomar café, almoçar e jantar juntos, sempre que isso for possível. Sair para passear juntos, demonstrar o quanto é importante a presença do outro em nossa vida. Ser carinhoso nem sempre vai resultar no ato sexual em si. Algumas vezes ele pode ficar no plano das carícias, dos abraços e beijos. O sexo tem que ser tão natural como o respirar; mas ele será muito mais prazeroso quando vier como resultado de um carinho intenso.

Os relacionamentos serão muito melhores quando as pessoas descobrirem o real valor do carinho. É um dos exercícios do servir, do doar-se, do fazer ao outro sem esperar uma recompensa. Carinho não se cobra; carinho se dá. O carinho destrói as muralhas do egoísmo, da frieza e da solidão. Eu não dou carinho porque eu recebo carinho; mas dou carinho para que a minha companheira, amiga e esposa sinta-se mais valorizada. É uma semente que é plantada no coração e na memória do outro. Não foi a toa que o apóstolo Paulo orientou: “Maridos, amem as suas esposas e não as tratei com amargura” (Colossenses 3:19), para que, quando houver distância, separação, exista ainda uma saudade no coração a brotar: a saudade dos momentos de carinho. Porque a pior coisa é não ter tido carinho para se lembrar no amanhã.


FERNANDO CÉSAR

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