quarta-feira, 6 de maio de 2015

O CASAMENTO É UMA INSTITUIÇÃO FALIDA?

Por que tantos casamentos destruídos? Por que os casais estão desistindo tão fácil? Por que antigamente os casamentos eram tão duradouros?
Faz tempo que venho escutando questionamentos como estes. Tenho algumas ideias em mente e gostaria de compartilhar com vocês.
Há algumas décadas, no tempo da minha avó, a mulher não tinha direito e espaço para se expressar. Trabalhar fora não era uma opção. Divórcio? Uma vergonha para a família. Poucos pais aceitavam reassumir suas filhas divorciadas. Por esses e tantos outros motivos é que as mulheres aguentavam caladas. A verdade nua e crua é que a grande maioria, por medo da vergonha e rejeição, suportava o fardo do casamento.
Por outro lado, os homens (inclusive os cristãos) tinham toda a liberdade de ir e vir, inclusive na área sexual. Buscar parceiras fora de casa era tido como símbolo de virilidade, e suas esposas, por mais que se ressentissem, não tinham outra saída a não ser se conformar. Por isso os casamentos duravam.
Com a chegada do feminismo, as mulheres encontraram o seu espaço na sociedade, tomaram posse do direito de expressão e partiram para o outro extremo. Hoje são capazes de manter uma família sozinhas e carregam consigo o discurso: “Não dependo de homem para sobreviver!” Aí está uma das respostas para o crescente números de divórcios. O grande problema, é que os extremos são sempre destrutivos. Os casais antigos permaneciam casados no papel, mas poucos eram casados de alma. Hoje, as pessoas entram num casamento já se preparando para sair dele. Não estão interessadas em desenvolver um relacionamento e não tem consciência alguma do que é estar casado.
Estamos na geração do descartável. Nossas crianças estão sendo educadas a receber de imediato e desistir com facilidade. Não cuidam, não preservam, não persistem, não lutam, não esperam… Querem tudo pra ontem, e quando o “brinquedo” perde a graça, descartam e trocam por outro. E de que forma isso reflete em nossa sociedade? Relacionamentos descartáveis. “Fico junto enquanto me satisfaz e supre minhas necessidades. Se aparecer algo mais interessante, descarto.”
Os dois extremos são prejudiciais, pois baseiam-se em relacionamentos individualistas (antagônico não?), mas ignora-se o fato de que um “eu” completo só pode ser formado quando nos relacionamos profundamente com um outro “eu”. A natureza essencial do ser humano se manifesta apenas na relação a dois. É no outro que nos enxergamos, é na relação íntima, profunda e duradoura que nossas emoções vem a tona, e só dessa forma somos capazes de nos conhecer, transformar aquilo que está fora do lugar e caminhar rumo a plenitude.
Muitos ainda acreditam que amar significa necessariamente gostar o tempo todo, estar apaixonado e ter um sexo alucinante. Por isso fica fácil pensar que o amor acabou. A grande verdade é que, na história a dois, gostamos e desgostamos da pessoa que amamos uma centena de vezes! E é superando essas etapas da vida que caminhamos rumo a um caráter aprovado. Relacionamentos superficiais geram pessoas imaturas, infantis e egocêntricas. Relacionamentos duradouros e profundos produzem seres humanos com o caráter de Cristo.
“Não é certo dizer que sem amor nenhum casamento sobrevive, mas sim que sem casamento nenhum amor sobrevive. Não é certo dizer que sem paixão, nenhum relacionamento vale a pena, mas sim que sem relacionamento nenhuma paixão vale a pena. Não é o sexo apaixonado que dá o tempero para a vida a dois, mas a vida a dois que dá o tempero para o sexo apaixonado. Uma coisa é transar com um corpo, outra é transar com uma pessoa. Quanto mais valiosa a pessoa, mais prazeroso e intenso o sexo. Quanto maior o afeto, mais prolongado o tesão. Quanto menos valorizada a pessoa, mais banal a transa.
Casamento tem muito pouco a ver com paixão arrebatadora e sexo alucinante. Casamento tem a ver com parceria, amizade, companheirismo, e não com experiências de êxtase. Casamento tem a ver com um lugar para voltar ao final do dia, uma mesa posta para a comunhão, um ombro na tribulação, uma força no dia da adversidade, um encorajamento no caminho das dificuldades, um colo para descansar, um alguém com quem celebrar a vida, a alegria e as vitórias do dia-a-dia. Casamento tem a ver com a certeza da companhia do outro no dia do fracasso, e a mão estendida na noite de fraqueza e necessidade. Casamento tem a ver com ânimo, esperança, estímulo, valorização, dedicação desinteressada, solidariedade, soma de forças para construir um futuro satisfatório. Casamento tem a ver com a certeza de que existe alguém com quem podemos contar apesar de tudo e todos … a certeza de que, na pior das hipóteses e quaisquer que sejam as peças que a vida possa nos pregar, sempre teremos alguém ao lado”.
Antes de entrar num relacionamento a dois, entenda o que é casamento. Se já está casado, viva e desfrute profundamente desta experiência fantástica! O casamento só será uma instituição falida para aqueles insistem em buscar no outro a própria felicidade, e se esquecem que é na felicidade do outro que encontraremos a nossa.

Dani Marques

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