quarta-feira, 15 de abril de 2015

A angustiosa busca de união na vida conjugal.

O casamento é uma instituição
que já entrou em colapso há muito tempo.
Neste estudo não quero ser presunçoso
e dizer que possuo todas as respostas
para o ajuste de que os casamentos precisam,
porém a Palavra de Deus é a nossa diretriz.


A ciência tem crescido a ligeiros galopes em busca de resposta para as questões comportamentais, tentando explicar os seus desvios e oferecer soluções. Mas muito do que tem sido gasto em pesquisas referentes ao relacionamento interpessoal poderia ser poupado se observassem a Bíblia. Pois muito do que a ciência tem descoberto somente agora, a Bíblia já mostrava há mais de dois mil anos.

A origem

Qual a origem do casamento? Podemos dizer que o casamento nasceu a partir de uma percepção divina, ou seja, Deus olhou e viu, e achou não ser bom o homem estar só. Gênesis 2: 18 afirma: “Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. Com isso podemos dizer que a instituição do casamento é obra e criação de Deus.

Ao estudarmos o processo de formação desta instituição, perceberemos os cuidados de Deus para com o casamento. A Bíblia diz, em Gn. 2: 21-22: “Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. - E a costela que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe”. Deus com certeza teria várias opções para criação da mulher, por exemplo: Ele poderia ter simplesmente criado a mulher como fez com o homem. Ou então poderia ter tirado uma parte do crânio, ou então dos pés, mas nada disso aconteceu. E foi da costela de Adão que Deus formou a mulher. Nem da cabeça para comandar, nem dos pés para não ser humilhada, muito menos uma nova criação, pois assim não estariam tão unidos a ponto de formarem uma só carne. Gn. 2: 23-24: “E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Uma fusão perfeita!

As partes que formam um casamento são chamadas de cônjuges. O sentido etimológico de ‘cônjuge’ é: “estar debaixo do mesmo jugo”. Jugo é uma forma de peso, uma canga, que precisa ser carregada e suportada. Um estado conjugal nada mais é do que suportar um ao outro.

Para melhor entendermos o casamento, tenhamos em mente o que homem é formado de três partes: espírito, alma e corpo. Espírito é a parte não-material, racional e inteligente do ser humano; alma é parte não-material e imortal, sede da consciência própria, da razão, dos sentimentos e das emoções; corpo é o instrumento através do qual expressamos e evidenciamos o espírito e a alma.

Se entendemos que o casamento é instituição divina, estamos dizendo que Deus o estabeleceu e, para tanto, impôs algumas diretrizes que precisam ser observadas.

Quando Deus criou a mulher não a deu ao homem e disse: “Esta aqui é tua escrava sexual”; ao contrário, Deus disse: “Far-lhe-ei uma auxiliadora”, ou seja, alguém que esteja unido a você em espírito, alma e corpo. Se o casamento for realizado fora deste padrão de união, com certeza será mais um fadado ao fracasso.

A verdade é que os valores estão se esvaindo e se acabando e os jovens, na sua grande maioria, estão com suas mentes cauterizadas pela ideologia de que tudo é curtição. E o que mais preocupa é que muitos casais vêm aceitando esses conceitos. Com isso há maridos que estão querendo que suas esposas se transformem em verdadeiras prostitutas, mulher querendo que seus esposos se comportem como verdadeiros cafajestes. As paixões têm tomado o lugar do verdadeiro amor, e as pessoas estão cada vez mais egocêntricas. Tudo isto têm acontecido porque muitos estão unidos somente no corpo (sexo).

União no espírito

A falta de unidade na região do espírito é que tem levado muitos casais ao fracasso, pois sem esta união no espírito, nos tornamos pessoas egocêntricas, ou seja, estamos sempre pensando em nós mesmos, e nunca no cônjuge. Estamos nos perguntando se seremos felizes, se iremos gostar, queremos sempre mais e mais, tudo para nós, e nunca paramos para pensar no outro.

Em síntese, os casais que não possuem a união na região do espírito, vivem em prol de suas próprias aspirações. Querem compreensão, mas não compreendem, querem companheirismo, mas não são companheiros.

Amor é mais que paixão, amar é estar unido no espírito. Amar é uma relação inteligente, que compreende e não busca os próprios interesses. Estar unido no espírito significa, muitas vezes, abrir mão de algo que julgamos ser bom para nós, para alegrar o coração de quem vive ao nosso lado. O amor entre um casal deve ter de tal nível que sempre propicie o bem-estar do cônjuge.

O amor é fruto de uma união no espírito, diferentemente da paixão que é um sentimento movido pelos hormônios. Estar unido no espírito é ter a capacidade de compreender as fraquezas e falhas um do outro. Quando o casal se une no espírito, o desejo de fazer algo pelo outro é voluntário e real, não existe coação, chantagens, etc.

Quando há união no espírito, o amor entre o casal passa a existir. Sem esta unidade não existe amor. A unidade de pensamentos não pode existir se o casal não estiver unido no espírito. E, quando isso ocorre, quando não há essa união, surgem, então, as dúvidas: será que serei, será que terei, será que poderei? São muitos questionamentos egocêntricos que surgem quando o casal não está unido no espírito. É assim que ocorre quando o casal só está unido na carne: há uma espera constante, isto é, as partes estão sempre pensando em si mesmas. Mas, além da unidade no espírito, os casais precisam estar unidos na alma.

União na alma

Muitos casais têm sucumbido justamente pela falta de unidade na alma. A união de alma é a única condição que leva um casal a viver em acordo. Sem ela é impossível que os cônjuges vivam e caminhem juntos. “Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?”, Amós 3:3.

A unidade na alma propicia condições para o casal ser e ter verdadeiros amigos. É esse mistério que muitos casais não têm compreendido. Seu cônjuge não pode ser e não é unicamente seu amante. Você precisa ter no seu cônjuge um verdadeiro amigo. Mas isso só será possível se estiverem unidos na alma.

A tônica dos ensinamentos de Jesus foi sempre a necessidade de amar o próximo. Esse próximo pode ser qualquer um, tanto seu amigo quanto seu inimigo, porém não sejamos medíocres: amar amigos é muito mais fácil.

Ocorre que muitos casais têm tido um relacionamento de amizade perfeito com os “amigos” lá de fora, mas com seu cônjuge mantêm um estado de guerra. Com isso acabam machucando um ao outro na região da alma, provocando um distanciamento, ao invés de uma união saudável e duradoura.

Com os “amigos” somos educados, não gritamos, não estressamos, não brigamos, sorrimos, somos pacientes, somos delicados, somos democráticos, somos todo ouvido, respeitamos, temos tempo, temos sempre um ombro para oferecer. De contra partida, com o nosso cônjuge...

Será que você tem estado unido com seu cônjuge na região da alma? Será que você têm sido amigo (a) dele (a)?

Se você quer estar unido, una-se no espírito e na alma, e a união do corpo será uma consequência.


União no corpo

Muitos casais consideram o sexo como algo primordial, porém ele é uma consequência da unidade no espírito e na alma.

Banalizado pela sociedade hodierna, essa depreciação tem atingido a maioria dos casais, entre esses muitos cristãos perigosamente. A perda do pudor e da moral tem desencadeado e provocado uma avalanche de práticas devassas, e a libertinagem, a luxúria, a lascívia tomaram conta dos corações.  

Para muitos maridos, suas esposas são vistas apenas como formas e silhuetas. Os sorrisos, as palavras carinhosas, o respeito, o acariciar do rosto, o apreciar dos cabelos são práticas estranhas em alguns relacionamentos. Com isso podemos perceber que muitos casais estão unidos apenas no corpo, e isso tem levado tristeza ao coração de muitas mulheres que se sentem apenas objetos, não são amadas, não conseguem ver segurança no esposo. O sexo, que deveria ser um momento de complementação, acaba se tornando um momento de mentiras e repulsas, pois muitas mulheres, por não conseguirem se unir ao seu esposo em espírito e alma, acabam fingindo-se na relação.

Por outro lado, o sexo tem sido prioridade na mente de muitas mulheres. Com isso acabam pecando, pois seu sonho é que o marido tivesse as características do galã da novela, do ator do seriado, ou seja, acabam se prostituindo psicologicamente, por não estarem unidas no espírito e na alma.

Os casais que perceberem estar mal nessa área devem procurar apoio e orientação. Distúrbios podem ser tratados através de aconselhamentos para casais. Mas os que vivem unidos no espírito e na alma conhecem verdadeiramente o que é uma união saudável. Os que estão unidos no espírito e na alma enxergam no sexo a oportunidade de se completarem e de se realizar reciprocamente, pois o sexo saudável não é não egoísta.

Casais, estejam sempre plenamente unidos, pois este é o verdadeiro projeto de Deus.
 
Luiz Márcio Longo

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