segunda-feira, 5 de maio de 2014

SAIA DA OSTRA, RESTAURE SEUS RELACIONAMENTOS!

Eclesiastes 4.1-12
- O que temos nessa porção bíblica é uma análise social bem leal daquilo que podemos também interpretar em nosso tempo. Nunca vimos uma explosão populacional tão grande como a que estamos assistindo, mas ao mesmo tempo nunca as pessoas se sentiram tão sós. O retrato é esse mesmo: gente oprimida que nem fôlego tem mais para clamar. Já não se clama, se suspira por melhores dias!

- Agora, nem toda solidão é causada por necessidades não preenchidas no passado. Algumas são provocadas por necessidades não atendidas no presente- por exemplo, quando não se tem um amigo ou não se pertence a um grupo de pelo menos uma outra pessoa.

- “Um homem pode conservar sua sanidade e manter-se vivo enquanto existir uma pessoa esperando por ele.” (Henry Nowen)

- Eu sempre cito a música de Alceu Valença como retrato da solidão do homem pós-moderno: A solidão é fera, a solidão devora; É amiga das horas, prima, irmã do tempo; E faz nossos relógios caminharem lentos; Causando um descompasso no meu coração; Solidão…

A solidão dos astros; A solidão da Lua; A solidão da fera; A solidão da noite; A solidão da rua
A solidão é fera…. solidão da rua…

- A idéia que eu pensei para o tema, é justamente de uma ostra existencial, que tem enjaulado muita gente de transitar para a generosidade saudável. É aquilo que popularmente o povão diz: “farinha pouca, meu pirão primeiro”!

FT. Saia da ostra, restaure seus relacionamentos, por que em fazendo isso:

01. Seus olhos vão perceber o quanto o nosso mundo pode ser mais lindo!

- No texto, o pregador começa a ver o mundo… mas suas lentes estão embaçadas e o seu olhar não é preciso… ele ainda está vendo homens como árvores (Marcos 8.24). Corremos esse risco sempre, de ver as pessoas como estruturas numéricas e não seres humanos. É a “coisificação do ser humano”.

- Sempre gostei da abordagem de Naamã Mendes desse tema em seu livro “igreja lugar de vida”: “quando os seres humanos são reduzidos a números, todos têm o mesmo valor, e então podem ser substituídos automática e indiferentemente. O tratamento é não diferenciado. Torna-se um tratamento homogêneo, anônimo, impessoal, plastificado, impermeável. O valor da pessoa está no cumprir regras, horários…”

A origem de muita doença é aquilo que é destacado nos primeiros versos desse capítulo:

1 De novo olhei e vi toda a opressão que ocorre debaixo do sol: Vi as lágrimas dos oprimidos, mas não há quem os console; o poder está do lado dos seus opressores, e não há quem os console. 2 Por isso considerei os mortos mais felizes do que os vivos, pois estes ainda têm que viver! 3 No entanto, melhor do que ambos é aquele que ainda não nasceu, que não viu o mal que se faz debaixo do sol.

a) O mundo só será mais lindo se você aprender a receber ajuda.

- Esta é a primeira mão… a mão que vem… para ser ajudada… tem muita gente por ai, que é expert em ajudar, e faz na melhor das intenções, mas não sabe ser ajudada. É gente com orgulho enrustido, e isso, gente é pecado.

- As lágrimas de quem é oprimido vez por outra sai de quem um dia já foi opressor. Quando a situação ficou invertida, pintou o desespero. Há quem se prepare para tudo na vida, menos para viver! O hit da jovem guarda tinha razão (ao menos em teoria): “é preciso saber viver”.

- Henri Nowen vai denunciar algo importantíssimo: “Uma das maiores ironias da história do cristianismo é que os seus lideres constantemente caíram ante a tentação do poder- poder político, poder militar, poder econômico, ou poder moral e espiritual- muito embora continuassem a falar no nome de Jesus, que não se apegou ao seu poder divino, mas esvaziou-se a si mesmo e tornou-se como um de nós.”.

- Mais adiante ele arremata: “a maior parte da liderança cristã é exercida por pessoas que não sabem desenvolver relacionamentos sadios e íntimos, e por isso, fazem opção pelo poder e domínio”. Isso é muito sério!!!

b) O mundo só será mais lindo se você aprender a oferecer ajuda.

- No verso quatro uma constatação antropológica:

4 Descobri que todo trabalho e toda realização surgem da competição que existe entre as pessoas. Mas isso também é absurdo, é correr atrás do vento.

- Por que tanta competição? Lembro-me perfeitamente de um episódio na vida de Diógenes, o filosofo do cinismo revirando ossos no cemitério. Isso para demonstrar que a diferença entre os homens, que entre nós denominamos status, é pura besteira!

- No verso 05 uma constatação existencial:

5 O tolo cruza os braços e destrói a própria vida.

- Quando leio esse verso eu me lembro da experiência de muito play boy por ai, que vive a vida inteira sustentado pelos pais, sem experimentar do batente na vida… e, com isso vai-se definhando dia após dia… correndo de um lado para o outro atrás de um prazer fácil.

- Lutero deixou-nos escrito uma preciosa oração para se proteger da tentação, quero deixar aqui um parágrafo: “Livra-nos das sugestões do diabo, que não demos espaço ao orgulho, que não nos tornemos egoístas e que não desprezemos os outros em nome da riqueza, da posição, do poder, do conhecimento, da beleza ou de qualquer outro dom dos céus. Guarda-nos de cair no ódio ou na inveja por qualquer razão. Preserva-nos de modo que não venhamos a ceder ao desespero, a grande tentação de nossa fé, seja agora ou na hora da nossa morte”.

- E, finalmente nos versos 6 a 8, uma constatação sociológica:
6 Melhor é ter um punhado com tranqüilidade do que dois punhados à custa de muito esforço e de correr atrás do vento. 7 Descobri ainda outra situação absurda debaixo do sol: 8 Havia um homem totalmente solitário; não tinha filho nem irmão. Trabalhava sem parar! Contudo, os seus olhos não se satisfaziam com a sua riqueza. Ele sequer perguntava: “Para quem estou trabalhando tanto, e por que razão deixo de me divertir?” Isso também é absurdo; é um trabalho por demais ingrato!

- O capitalismo selvagem que estamos sendo submetidos gera a tirania do trabalho. A ética do trabalho desumano, que subsistiu o tempo em família, para o lazer e a para a devoção saudável. John Donne é que desenvolveu a seguinte metodologia para o tempo: oito horas para o descanso, oito para o trabalho e oito para as orações.

- O livro de Eclesiastes vai trabalhar com a questão do tempo. Dizendo que “há tempo para tudo”. Li um artigo que abordava a visão de tempo em Santo Agostinho (O Problema do Tempo em Santo Agostinho de Fábio Correia).

- Para Agostinho: “O que agora transparece é que, não há tempos futuros nem pretéritos. É impróprio afirmar: Os tempos são três: Pretérito, presente e futuro. Mas talvez fosse próprio dizer: os tempos são três: presente das coisas passadas, presente dos presentes, presente dos futuros. Existem pois estes três tempos na minha mente que não vejo em outra parte (grifo meu) : lembrança presente das coisas passadas, visão presente das coisas presentes e esperança presente das coisas futuras. Se me é lícito empregar tais expressões, vejo então três tempos e confesso que são três”..

FT. Saia da ostra, restaure seus relacionamentos, por que em fazendo isso:

02. Você descobrirá que o poder da vida está no encontro com o outro.

- Qual é o adorno desta vida? Como cantamos, “é o amor, é o amor”. Revendo um trecho do famoso hino me vejo pensando: num mundo em que as pessoas dizem com tanta facilidade um “eu te amo”, por que visualizamos tanta gente seca por dentro?

a) Viver prezando o encontro com o outro traz benefícios diretos.

9 É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas.

- Maior é o salário, o resultado do trabalho. A amizade que está espelhada nesse texto é a essência do sucesso. Há quem pense que possa ser feliz sozinho. Mas, a solidão só traz desalento e sentimento de fracasso.

- “Não há solidão mais triste e pungitiva do que a do homem sem amigos. A falta deles faz com que o mundo pareça um deserto. Aquele que é incapaz de amizade tem mais de irracional que de homem.” (Francis Bacon)

b) Viver prezando o encontro com o outro ajuda a superar as quedas na vida.

10 Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem quem o ajude a levantar-se!

- E elas sempre vêm: as quedas são elementos circunstanciais na vida de qualquer pessoa que arrisca em ser um ser humano melhor! Vivemos em um tempo em que mais do nunca, as pessoas estão sensíveis quanto aos seus dramas emocionais. Nunca os consultórios estiveram tão cheios!
- Eu tenho nos meus arquivos uma mensagem com um tema interessante: “faça do limão, uma limonada”. Há um trecho que quero compartilhar:

No Salmo 119.71, o salmista disse: “Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos”. Ele soube transformar o azedume da sua alma em uma limonada. William James disse: “As nossas enfermidades auxiliam-nos de maneira inesperada.” Veja: Só depois que Milton ficou cego, que escreveu sua melhor poesia.Beethovem compôs sua melhor música, depois que ficou surdo. Se Deus está lhe dando um limão, faça dele uma limonada. O pensador Harold disse: “Eu estava triste porque não tinha sapatos, até que, ao subir a rua, encontrei um homem que não tinha pés”.
c) Viver prezando o encontro com o outro produz aquecimento ao coração.

11 E se dois dormirem juntos, vão manter-se aquecidos. Como, porém, manter-se aquecido sozinho?

- A frieza nos corações é causada sobretudo por decepções. São muitos os casos em que em um relacionamento houve toda uma dedicação, um esforço em acertar, em se dar bem, e como “prêmio”, conquistou-se o acinte e o deboche!

- Mas, a palavra de ordem é: não desista. Pois, pessoas são falhas umas com as outras na mesma proporção que nós somos falhos com os outros. Isso é fato! Não há ninguém perfeito. O amor não olha para a imperfeição do outro.

- Henri Drummond disse: “O amor não consegue ser agressivo ou inconveniente, não consegue comportar-se de maneira errada. Você pode ser a pessoa mais tímida do mundo, mais despreparada para lidar com o próximo- mas, se tiver um reservatório de amor em seu coração, sempre agirá da maneira certa”.

d) Viver prezando o encontro com o outro torna o crente um invencível.

12 Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade.

- E esse principio da invencibilidade não tem nada a ver com o chamado “evangelho da prosperidade” que o crente não sofre, tem que ser rico e quando isso não acontece é só decretar… e shazam, tudo acontece! A invencibilidade tem a ver com intimidade com Deus!

- São três dobras: você, seu irmão e Deus! – Vivendo para a glória de Deus você dependerá única e exclusivamente dele para a sua subsistência… você terá de viver seguindo a “filosofia de vida” de George Muller (1805-1898), que acredito ser o estilo de vida do discípulo de Jesus.

- Miller chegou a manter em seus sessenta anos de ministério: iniciou 117 escolas que educaram mais de 120.000 jovens e órfãos; distribuiu 275.000 Bíblias completas em diferentes idiomas além de grande quantidade de porções menores; sustentou 189 missionários em outros países; e sua equipe de assistentes chegou a contar com 112 pessoas, um orfanato na Inglaterra com cinco prédios construídos por ele mesmo, com nada menos que 2000 órfãos sendo alimentados, vestidos, educados e treinados para o trabalho. Ao todo, pelo menos dez mil órfãos passaram pelos orfanatos durante sua vida. Só a manutenção destes órfãos custava 26 mil libras por ano. Nunca ficaram sem uma refeição, mas muitas vezes a resposta chegava na última hora. Às vezes sentavam para comer com pratos vazios, mas a resposta de Deus nunca falhava.

- No decorrer da sua vida, Müller recebeu o equivalente a sete milhões e meio de dólares, como resposta de Deus. Além de nunca divulgar suas necessidades, ele tinha um critério muito rigoroso para receber ofertas. Por mais que estivesse precisando (pois em milhares de ocasiões não havia recursos para a próxima refeição), se o doador tivesse outras dívidas, se tivesse evidência de que havia alguma atitude errada, ou alguma condição imprópria, a oferta não era aceita.

Ezequias Marins

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