quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Discípulos Fazendo Discípulos

Discipulo Discipulo

Muitos pais religiosos ficam muito preocupados porque seus filhos decidem abandonar a religião e a fé que eles praticam. Muitos deixam de ir à igreja e de praticar e ler a bíblia quando chegam à adolescência. Outros na fase adulta. Quero falar sobre como lidar com esse desafio. Quero ajudar você a perceber que mais importante do que as palavras que você fala, são os atos e atitudes que você tem. Em geral, é por essa razão que muitos filhos abandonam a igreja. Pretendo avaliar a questão da crise religiosa que afeta o período da adolescência, e depois comentar sobre algumas atitudes que o pai e a mãe devem ter para que possam ajudar seu filho a se manter fiel à Deus.

 A Crise Religiosa

O período da adolescência é um momento muito importante da vida de qualquer pessoa. É o momento no qual os filhos deixam de ser crianças e passam a assumir seu papel como adultos. Eles passam por transformações físicas, emocionais e sociais. Têm uma série de mudanças de comportamento tão diferente do que se espera, que uma pesquisadora argentina de nome Arminda Aberastury denominou essas mudanças de Síndrome da Adolescência Normal.

Para ela, nesse momento da vida, a pessoa em desenvolvimento passa por um momento de desapego dos pais, da vida infantil. A pessoa passa por uma necessidade de testar a vida, de buscar novos horizontes, de estabelecer novas perspectivas para si. Para exemplificar essas mudanças, ela citou 10 características que pautam a vida adolescente e que se tornam necessárias para definir sua nova atitude diante da vida. E uma dessas características é a de crise religiosa.

Muitos jovens passam de períodos de muito comprometimento com determinadas crenças, até momentos de total ateísmo. Muitas dessas atitudes são decorrentes da percepção de incoerências dentro da religião professada pelos pais, ou por falta de confiança nas pessoas que são referências na religião (como ministros, pastores, padres, etc.), ou então porque não internalizaram os princípios da crença, e simplesmente acham aquilo uma coisa sem sentido.

Independente da razão, o certo é que muitos deixam a fé. Outros não chegam a deixar, mas perdem o prazer e o compromisso. Continuam indo à igreja, mas o fazem mais por costume do que por realmente acreditarem que algo pode ser diferente.

E muitos pais acabam por se sentir culpados ou por ficarem desesperados por não verem alternativa para o comportamento dos filhos. E aí, muitos pedem para pastores e conselheiros espirituais para tentarem salvar de volta o filho.

A primeira coisa que precisa ficar clara para os pais é que eles precisam estar comprometidos com a salvação de seus filhos. Os outros podem ajudar, mas quem precisa ser a principal pessoa é você, pai ou mãe.

Aqui apresento algumas dicas para ajudar você a cumprir seu papel como responsável espiritual por seus filhos.

 Seja o sacerdote da sua família

Em primeiro lugar, esse deve ser o papel do pai. Se ele não se encontra, ou se não há pai, que a mãe ocupe essa responsabilidade. O importante é que haja alguém que pela manhã e à tarde apresente a família diante de Deus, buscando a proteção e a direção divinas para enfrentar a vida. É diante de Deus, e com Ele, que as influências do mundo em que vivemos podem ser superadas.

Isso inclui o culto familiar. E esse é um grande problema. Pois as pessoas nem estão mais fazendo o seu próprio momento devocional com Deus. Como podemos esperar que elas passem tempo em família diante de Deus? Se você não for aos pés do Altíssimo, e pedir sabedoria e proteção, tanto para você quanto para sua família, você estará permitindo que todo tipo de influência afete seus filhos. O culto familiar é como se fosse construída uma barreira de proteção para seus familiares.

Só que o culto não deve ser uma cópia do culto semanal da igreja. Deve ser um momento no qual as pessoas participem, possam apresentar suas dúvidas e comentários sobre a Palavra de Deus. Se for possível, cantem hinos apropriados ou preferidos de cada um. Façam uma oração sem formalismos. Transformem esses momentos nas melhores horas de seu dia.

E, depois disso, sejam exemplos do que aprenderam no culto. Sejam a verdade encarnada. Muitos adolescentes deixam a igreja porque não percebem nos pais a fé prática, a fé viva, não percebem o evangelho sendo vivido na vida dos relacionamentos e dos negócios de seu lar. Eles sabem que os pais falam algo na igreja, mas que na vida diária são completamente diferentes. Um professor de teologia costumava dizer que esses eram os “ateus comportamentais”, creem que Deus existe, mas isso não faz a menor diferença na vida e nos atos deles.

Para esses, eu digo que os filhos são reflexos de seu próprio compromisso com a religião. Não adiante pedir para pastores salvarem seus filhos, se vocês mesmos não reavivarem seu compromisso com Deus, e permitirem que o Espírito Santo opere a reforma em seu coração e vida.

Seja uma testemunha do que Deus faz em sua família

Parte do processo de ter a vida do evangelho em seu lar implica em partilharem os testemunhos do que Deus tem feito. Falar aos seus filhos das bênçãos que Deus operou em sua semana, em seu dia, dos livramentos e dos consolos que Ele ofereceu, tudo isso serve para fortalecer a fé dos filhos. Separe tempo para falar com eles sobre como Deus é real, e faz diferença na vida daqueles que O buscam.

 Discipline com sabedoria

Disciplinar deve ter o propósito de educar, não de colocar para fora a raiva que se sente. Na verdade, nem todas as disciplinas implicam em castigo físico. Esse deve ser a alternativa mais longínqua, e apenas quando tudo o mais que poderia ter sido feito já foi feito, e sem resultado. E se for feito, precisa ser executado com calma e paciência, nunca com raiva e com violência.

Seja um pai humilde e servo

Essa é a parte mais difícil. Ser um pai humilde significa pedir perdão quando erra, reconhecendo o que fez, e que não deveria ter feito. Conheço muitos pais que são muito orgulhosos para reconhecer isso, o que os afasta emocionalmente dos filhos, abrindo espaço para eles deixarem a fé.

E, o mais importante, sejam um pai que deseja servir para o melhor dentro da família. Isso implica priorizar os interesses da família acima dos seus próprios. Sejam esses financeiros, bens materiais, ou desejo de ficar sozinho. Reconheça a necessidade de sua família, e seja a pessoa a cuidar dela. Ninguém no leito de morte reclama de ter ficado sem dinheiro para viajar para os EUA. Mas muitos se arrependem de terem ficado pouco tempo com a família. Seja diferente na sua.

Termino, lembrando que a religião se ensina pela prática mais que pelas palavras. Por isso que apenas aqueles que são discípulos de Cristo são capazes de fazer de seus próprios filhos outros discípulos. Seja o evangelho em forma humana, e seus filhos vão querer partilhar esse Jesus que faz tanta diferença em sua vida.


Que Deus abençoe você e sua família,

Osmar Reis Junior

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