sexta-feira, 15 de novembro de 2013

O Divórcio Sem Sair de Casa

Faço palestras em várias igrejas e encontros de família. Tenho percebido o quão difícil tem sido a vida no casamento para muitas pessoas. Vez após outra, após os programas, pessoas me procuram para conversar sobre sua situação, sobre as dificuldades que enfrentam na vida de seu lar, sobre a frustração de estarem casados, mas de não viverem a vida que pensavam anteriormente.

No entanto, o que mais me deixa triste, é perceber que mesmo as pessoas que vivem próximas a mim, meus amigos, não conseguem entender como melhorar a vida a dois. Dói fundo em meu coração saber que casais de amigos meus não param para buscar a solução para a vida a dois, e se permitem ficar vivendo em um relacionamento cada vez mais frustrante para eles.

Hoje quero falar de um problema que afeta muitos casamentos. É uma realidade que pode ser definida como estar divorciado, mesmo estando juntos. É a situação vivida por um casal que vive sob o mesmo teto, mas que infelizmente não partilha mais de uma vida. São pessoas que já perderam a vida a dois, e vivem dois em uma mesma casa. Não partilham mais os sonhos, projetos, emoções. Simplesmente partilham contas, responsabilidades, e palavras vazias.
Muitos são os casamentos assim. São pessoas que já estão emocionalmente separadas, mesmo fisicamente juntas. Elas são pessoas que simplesmente perderam de vista o desejo de viverem juntas. Elas vivem, mas não tem mais o desejo de tentar dar certo. São pessoas que já desistiram e não querem mais aguentar a outra pessoa. A semente do divórcio já foi lançada, e é só uma questão de tempo.

Pois bem, quero dizer para essas pessoas que a vida a dois ainda pode ser satisfatória. Eu sei que muitos vão dizer que eu falo isso, mas que ele/ela já desistiu, já deu muitas chances, e já orou para que Deus mudasse a outra pessoa. Só que nada aconteceu, e agora ele/ela cansou de esperar. Vai tentar ser feliz com outra pessoa. Não quer mais esperar pelo impossível.

Eu sei o que isso significa. Já vi isso acontecer em muitos casais com os quais conversei. E quero dizer para vocês que há esperança, só que precisam fazer uma coisa que ainda não tentaram. Mudar a si mesmos.



A Culpa Não é Minha

Em um casamento, as coisas vão acontecendo de maneiras que simplesmente fogem completamente ao script que todos temos acerca do que faz um casamento feliz. Há brigas, desentendimentos, erros, que não estavam no programa, e quando nos vemos diante de situações assim, ficamos esperando que a outra pessoa reconheça o papel que desempenhou para aquele erro. Só que nossa tendência, desde Adão e Eva, é fugir. É não reconhecer nosso erro. E quando somos confrontados, é jogar a culpa para a outra pessoa. Por isso, com o passar do tempo, muita coisa vai sendo acrescentada, que vai construindo um muro de ressentimento e mágoa para com a outra pessoa.

O primeiro sinal desse tipo de atitude é quando o casal começa a perder a vontade de fazer as coisas darem certo. Um casamento não termina porque falta força para o casal ficar junto. Termina porque um dos dois, se não ambos, não ligam mais, e não se importam mais. O contrário de amor não é ódio, é indiferença. E muitas pessoas vão vivendo suas vidas indiferentes.

E o pior é que essa indiferença, quanto mais tempo passa, maior fica. Até chegar um nível que não deixa de ter importância na vida das pessoas. E aí, o divórcio é simplesmente uma consequência da separação emocional que ambos já experimentam.

Para esses casais, quero lembrar que Deus ainda é a solução. Só que Ele não atua simplesmente por um passe de mágica, fazendo a pessoa deitar-se como uma desinteressada, e fazendo-a acordar como um amante apaixonado. O que Deus faz é plantar no coração a semente de desejar a outra pessoa de novo, de começar a se preocupar com ela de novo, de começar a investir de novo no casamento. E isso, unido à vontade do casal, é que faz o casamento renascer.

Você pode estar dizendo que isso é muito simples. Pois bem, deixe-me, primeiro, explicar como o casal vai se separando emocionalmente, e depois discutiremos como essa ideia de Deus pode fazer diferença em seu casamento.



Primeiros Passos para um Divórcio

Em um casamento, o amor não termina de uma hora para outra. Ele acontece aos poucos, com pequenas atitudes que vão minando a esperança e a felicidade do casal. Vou apresentar três coisas abaixo para ajuda-los a entenderem o que pode estar acontecendo.

Desapontamento. Nada é pior para um relacionamento do que desapontar-se com a outra pessoa. Ambos se casam esperando que a vida vai ser maravilhosa, vai ser linda. Mesmo que outras pessoas tenham problema com o casamento, isso não vai acontecer com eles. Pois eles serão felizes para sempre. Pois bem, isso dura, muitas vezes, até saírem da igreja, ou entrarem no quarto da lua de mel, ou voltarem da viagem de núpcias. O ponto é que pouco a pouco vão se descobrindo realmente como são, e por isso percebem que a outra pessoa está bem longe do que pensávamos. E, com isso, quando nossas expectativas ficam frustradas, nosso coração deixa de pensar afetivamente da outra pessoa. Começamos a recrimina-lo/la  por não agirem do jeito certo, por não fazerem as coisas do jeito certo, por nunca mais terem nos levado para fazer isso ou aquilo, etc. Tudo passa a ser um problema.

Ofensas. Em todo relacionamento, quando é experimentada muita intimidade, há espaço para aparecerem ofensas. Infelizmente, parece que quanto mais conhecemos a outra pessoa, menos educação e gentileza estamos dispostos a dar para ele/ela. Tornamo-nos extremamente críticos, alguns chegam a ser violentos. E o casamento se deteriora.

Falta de Atenção. Isso é o pior que poderia acontecer em um relacionamento. Enquanto namoramos, há uma preocupação em observar tudo, elogiar o máximo que pudermos, agir da melhor maneira. Mas, depois de casados, parece que tudo perde importância. E os olhos, antes apenas concentrados na pessoa amada, começam a se dirigir para as outras/os outros, e a atenção passa a ser dividida entre o cônjuge e as coisas da vida. Nada contribui mais para um casamento ruim do que saber que a pessoa deixou de ser importante ou especial para seu cônjuge. Que ele/ela pensa mais nos outros que em seu parceiro/a.

E essas três características, além de outras mais, nos fazem perder o desejo pela pessoa que amamos, e nos fazem pensar em desistir dele/dela. Perdemos a esperança de que as coisas vão dar certo, e com isso, o sentimento de querer ficar junto também se vai. Mas, precisamos lembrar que amar é uma decisão.



Amar é uma Decisão

Quantas vezes já ouvi essa frase. Só que na vida diária é outra coisa, completamente diferente. Para algumas pessoas, dizer que amar é uma decisão é o mesmo que dar resposta pronta, que não se aplica a todas as alternativas. Mas deixe-me explica-los o que quero dizer com isso: Você precisa decidir que não importa o que aconteça, nada vai fazer você se separar da pessoa amada. Se você achar que a separação é uma opção, não vai lutar e fazer todo o possível para mudar as coisas. Não deve se contentar com uma relação ruim, mas também não deve pensar que saindo dela as coisas estarão resolvidas. O que você deve fazer é decidir-se por viver somente ao lado da pessoa com quem se casou, e com isso, escolher viver sempre ao lado dele/dela, buscando solucionar as dificuldades que não conseguiu ainda. Se isso não for suficiente para você, peça para Deus devolver o desejo ao seu coração. Você deve parar de orar para que Deus mude a outra pessoa, e começar a clamar para que Ele mude o seu coração, e devolva a você a esperança de continuar tentando. Deus é especialista em ressuscitar mortos, e pode ressuscitar um casamento que já morreu. Mas você precisa decidir e pedir para Ele fortalecer seu desejo, e Ele fará.

Que Deus abençoe você e seu casamento.

Osmar Reis Junior

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