Uma Palavra para resolver muitas brigas do casamento – orçamento
Agora, sendo uma coisa tão importante, muitas pessoas se esquecem de sentar para planejar ou discutir sobre essa questão antes de casarem. Ambos se casam e simplesmente se esquecem de que a partir de agora, não existe mais a minha conta e a sua conta, o meu dinheiro e o seu dinheiro. As contas e o dinheiro para pagá-las passam a ser nossos.
Já escrevi alguns artigos sobre isso. Só que, dessa vez, gostaria de dar um enfoque mais direcionado à necessidade de planejamento financeiro do casal. Essa é uma parte vital da saúde emocional do casamento. Sem isso, é possível que o casamento acabe por se transformar em um campo de batalhas diário.
Por que não há brigas antes?
O que mais me impressiona é que o dinheiro não é um problema antes de os casais se casarem. Enquanto namoram, muitos nem param para pensar ou discutir sobre isso. Parece que o dinheiro nasce em árvores. Ambos capricham nos presentes, ou nos lugares que saem para jantar, ou mesmo nas atividades.
Para alguns, o dinheiro não é problema porque eles não possuem. Tudo o que ganham, direcionam apenas para o divertimento. Têm condição de terem as contas pagas, e as despesas cobertas pela condição financeira dos pais. Aí, nunca parecem se preocupar com isso. Estão acostumados a receberem sempre do bom e do melhor.
Outros vêm de lares sem muitas condições. Assim, eles procuram usar da criatividade, e sempre usam bem os poucos recursos que possuem. Mas, esses também não parecem entender a importância de se preparem para a vida a dois. Nunca conversam com seu namorado, namorada sobre isso. Acham que quando se casarem, tudo estará resolvido. Ou porque ambos trabalharão, ou porque a outra pessoa vai se contentar de viver com pouco.
Há ainda um terceiro grupo. É o daqueles que sempre tiveram que lutar para conseguir as coisas por si. Não puderam contar com a ajuda dos pais. Por isso, sempre tratam o dinheiro de maneira muito séria. Para esses, o dinheiro não é problema, porque no fundo ele não sobra. O dinheiro que entra já está todo comprometido para pagar as coisas, e para comprar o necessário para a sobrevivência. Com isso, nunca se preocupam em como gastar o dinheiro, já que ele tem propósito certo.
O dinheiro depois de casado
Não sei de qual grupo você faz parte, mas o que posso dizer é que depois de casados, algo muda. Lembro-me que tive a oportunidade de morar sozinho antes de me casar. Nos primeiros dias, percebi que os sabonetes, a bucha de lavar pratos, o papel higiênico não se materializavam de uma hora para a outra dentro do armário da despensa. Era preciso comprá-los. E isso custava o mesmo que um sorvete e um lanche na padaria. Ou seja, eu precisei começar a priorizar, o que era mais importante.
Sei que para alguns casais, quando começam a viver a vida a dois, percebem que precisam mudar os estilos de vida. Precisam começar a pensar no que necessitam comprar para a vida no lar, as necessidades de alimento, vestuário, limpeza, etc. E também precisam pensar em pagar as contas, em comprar a casa própria, etc.
E é aqui que muitas pessoas se perdem. Muitos não pensam que necessitam se engajar num processo gradual de crescimento e bem estar na vida. Os que tiveram condição, saem de casa e não estão acostumados a diminuírem o estilo de vida. Assim, acabam gastando muito dinheiro para manter o padrão que tinham antes. Querem comprar o mesmo tipo de TV que os pais, querem continuar frequentando as mesmas lojas que compravam antes, etc. O que muitos falham em perceber é que os pais têm essas condições porque conseguiram juntar dinheiro por 20, 30 anos de trabalho. Já os filhos, precisam de tempo para terem o mesmo que os pais.
Outros, que nunca tiveram muita condição, quando se casam, e começam a ganhar bem, vão atrás de realizar todos os sonhos que tinham quando não possuíam muitas condições. Com isso, acabam fazendo muitas dívidas, ou gastando dinheiro mais em ostentação do que naquilo que necessitam.
Independente de qual seja a história, muitas pessoas ingressam, nesse momento, na vida de escravidão ao dinheiro. Vivem para pagar os juros, as contas do cartão, as prestações dos bens que financiaram, e trabalham apenas para pagar o que já compraram. Nunca têm dinheiro de reserva para o futuro, para uma crise, para ficarem estáveis no futuro. E com as dívidas, vem a falta de paz, o estresse, a angústia, as noites mal dormidas, os remédios, e tudo o mais que possa vir atrapalhar a vida.
Estabeleça o padrão PDG para sua vida financeira
Para evitar esses problemas, quero sugerir para vocês um esquema de orçamento financeiro que o/a ajude a se tornar o dono do seu dinheiro, não o escravo dele. Tirei essa sugestão do livro “O que não me contaram sobre o casamento”, de Gary Chapman.
O padrão PDG diz respeito aos três propósitos que você deve dar ao seu dinheiro: POUPAR, DOAR, GASTAR.
POUPAR – Os economistas costumam dizer que o ideal é que você poupe pelo menos 10 % da entrada financeira do mês. Some o seu salário e o da sua esposa, e tire os 10% e coloque-o em um fundo de investimento ou de poupança. Isso pode ajudar muito você para o futuro. Mas faça isso no começo do mês. Não deixe para guardar se sobrar, pois nunca vai sobrar nada.
DOAR – Desde a antiguidade, tanto nas religiões judaica quanto nas cristãs, o ato de doação sistemática de uma porcentagem do salário ajuda a manter a pessoa mais feliz. Uma pessoa que doa seu dinheiro entende que na vida não se é feliz apenas quando se obtêm as coisas, mas também quando tomamos tempo para partilhar com os outros do muito que recebemos. Sua vida pode ganhar um novo sentido com essa visão. A proposta que lhe faço é doar 10 % também. Se isso não for possível, estabeleça com seu cônjuge qual poderia ser o melhor valor, mas não deixe de manter um padrão de doação sistemática. Vai lhe fazer muito bem.
GASTAR – Quanto ao resto dos 80% dos rendimentos, procure usar o dinheiro sabiamente. Lembre-se de que nesses gastos estão incluídos também as despesas com aluguel, água, eletricidade, alimentação, etc. Não faça compras a prazo, pois o produto vai se desvalorizar, e você pagará mais do que à vista. E sempre pense na pergunta: “Eu preciso ou desejo muito essa coisa? E para que vou comprar: para usar para o bem ou para satisfazer uma vontade, um capricho meu?” Seja inteligente também com seu dinheiro. Algumas pessoas usam o dinheiro para satisfazerem vazios emocionais que possuem. Não entre nesse grupo. Procure ajuda para seu problema emocional, e use o dinheiro de maneira a ser uma contribuição para a felicidade do seu lar, não uma fonte de problemas.
Acima de tudo, não se deve esquecer de que a questão financeira é uma tarefa do casal. As duas pessoas precisam estar envolvidas nesse processo, e precisam sentir a responsabilidade por isso. É apenas assim que o dinheiro passará a ser uma ajuda, e não um senhor, em sua vida.
Que Deus abençoe sua família,
Osmar Reis Junior
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