Alcançando o Verdadeiro Propósito do Casamento

 Final de ano, as festas se aproximando, os inumeráveis amigos-secretos do trabalho, da turma, dos amigos, do coral, etc. Momentos de percebermos quão rapidamente o tempo passou. Momentos também para pensarmos em como queremos o ano novo, que planos e perspectivas temos para essa nova etapa de nossa vida. Para mim, por exemplo, final de ano significa passar no médico e fazer uma série de exames, para controlar glicemia no sangue, variações hormonais, vitaminas, etc.

É tempo também para reavaliarmos a vida. Normalmente, as pessoas fazem muitas listas de intenções para o novo ano, coisas que desejam mudar em relação ao ano que passou. E, dentro dessa perspectiva, quero propor uma avalição sincera para seu casamento: Se pudéssemos avaliar seu relacionamento matrimonial, observando a maneira pela qual vocês se tratam, planejam e vivem sua vida diária, etc, podemos perceber o propósito de sua vida a dois? Por que vocês estão casados? Para que vocês vão viver casados?

Muitas pessoas vivem juntas, mas apenas para um ser preenchido pelo outro. É a vida onde uma pessoa se considera metade da laranja, enquanto precisa da outra metade para ser feliz, para se realizar, etc. Contudo, isso nunca deveria ser a realidade. O casamento deve ser a união entre duas pessoas completas, não duas metades. Assim, se seu casamento serve apenas para preencher o vazio que você traz dentro de você desde pequeno(a), pode ter certeza que o propósito para o qual ele foi criado não está sendo cumprido.

Então, para que serve o casamento? Quando Deus propôs fazer o casamento, ele disse que não era bom para o homem viver sozinho, por isso faria uma companheira que lhe fosse uma auxiliadora, ou seja, uma ajuda, uma força a mais. Mas eu pergunto, o homem estava incompleto? O homem tinha falta de alguma coisa? Se nos lembramos bem, o homem tinha sido criado por Deus perfeito, sem qualquer falha. Ora, será que ele então era carente de afeto, de amigos, etc.? Claro que não. Ele tinha Deus, e isso era tudo o que ele possuía. Então, para que a mulher foi criada? Para que ele partilhasse o amor que possuía com uma pessoa igual a ele. Ele já tinha os animais para cuidar e governar, tinha Deus para lhe preencher o vazio, mas não tinha alguém igual a ele para partilhar seu amor. O objetivo era a intimidade.

E até hoje, é esse o único objetivo que faz do casamento o que ele deveria ser: intimidade profunda entre duas pessoas. E não estou falando apenas de intimidade física, ou emocional. Estou falando de todos os aspectos da vida a dois, cujo principal é a intimidade espiritual. Quando ambos se unem com o verdadeiro propósito da vida, que é glorificar a Deus, as duas almas são alimentadas.

O casamento é o relacionamento humano mais parecido com Deus. Porque Deus é um formado de três pessoas, e se relaciona com um mesmo propósito, mesmo sendo três pessoas diferentes. No casamento, apesar de serem duas pessoas diferentes, ambos precisam ter a mesma conexão espiritual, estar ligadas ao mesmo Deus, para que possam usufruir das bênçãos desse relacionamento.


O Verdadeiro Significado do Casamento

Portanto, o propósito, e o real sentido do casamento, só são encontrados quando existe intimidade espiritual entre os dois cônjuges. “O casamento não é uma máquina que precisa de manutenção constante para se manter funcionando, mas um acontecimento sobrenatural apoiado na troca mútua de votos sagrados” (Les e Leslie Parrott). Essa citação nos mostra que o casamento precisa não apenas de atitudes certas, de fazer a coisa certa, mas de se relacionar por inteiro de maneira correta.

A dimensão espiritual é a grande fonte de união e força do casamento. Nenhum outro aspecto pode ser tão importante na manutenção do amor da vida a dois. Quando o casamento é resultado de uma relação saudável, madura, de pessoas que aprenderam a se respeitar e a se amar, ele tem a capacidade extraordinária de revelar a Deus, e de influenciar para o bem seus membros e as pessoas com quem ele entra em contato.


O Casamento Revela a Fidelidade de Deus

Uma das maneiras pela qual o casamento revela a Deus é por meio da fidelidade. Essa fidelidade, vivida independente do que venha a acontecer, é o que caracteriza o tipo de amor que Deus tem para conosco. A certeza de que não importam as dificuldades, a pessoa nunca vai abandonar seu cônjuge é uma segurança que fortalece para se enfrentar qualquer problema.

O problema é que essa ideia parece meio fora de moda. Porque o nosso desejo é se a outra pessoa não se comportar da maneira correta, não fizer as coisas de acordo com o que queremos, ou nos fizer passar muita raiva e desgosto, ou mesmo se ela não permanecer tão bonita quanto foi no passado, quaisquer dessas alternativas, decidimos nos isolar dela, mesmo que permaneçamos casados no papel, ou vivendo dentro da mesma casa. Muitos casamentos não protocolam divórcios em papel, mas são formados por pessoas que já vivem separadas: emocional e espiritualmente.

Quando Deus permanece o centro de nossa vida, e quando permitimos que Ele nos molde e nos dirija, estaremos prontos para nos comprometermos, independente de como tenhamos agido.

E precisamos desse tipo de compromisso, porque a união foi feita diante de Deus, e por meio de um voto sagrado. Somos mordomos do tempo, talentos, capacidades, habilidades, e dos sentimentos que as pessoas têm para conosco. Deus nos confiou o amor da pessoa com quem nos relacionamos, e não valorizar isso, ou não levar isso a sério, é agir como servos infiéis ao nosso Senhor, Deus.

O Casamento Revela o Perdão de Deus

Além disso, para os momentos em que a intimidade é perdida, o casamento deve revelar também o perdão de Deus. O que precisa ficar claro aqui é que o perdão não é algo que ocorre naturalmente, pelo desejo do coração, mas que é algo produzido e afetado pelo perdão de Deus, pelo poder que vem do céu, por Ele ser quem é.

Agora, o perdão no casamento só tem poder curativo quando se concentra no que a outra pessoa faz, e não no que é. Não dá para perdoar a outra pessoa porque ela não é o tipo de cônjuge que gostaríamos que ela fosse. Assim, sobrecarregamos a nós mesmos e aos outros, com exigências que não deveriam existir.  Devemos aprender a amar os outros como eles são, não como gostaríamos que eles fossem. E sempre que não agirem de acordo com o que desejávamos, devemos nos concentrar nos atos, e não em desqualificar e falar mal da pessoa que cometeu os atos.

Isso porque, além de tudo o mais, o perdão é sempre uma situação de mão dupla. Não há um que seja santo e outro o réu. Os dois têm responsabilidades pelas discussões, diferenças, etc. Por isso, o perdão é sempre uma questão de oferecer e de receber. Ambos precisam ser perdoados.

Essas dicas talvez não completem toda a sua visão dos problemas de seu casamento. Mas tenho certeza de que ela demonstra, pelo menos em parte, o princípio básico que deve reinar em sua vida: sem a intimidade espiritual, com Deus, não tem como se viver um casamento feliz na terra.

E lembre-se que o seu lar, seu casamento, deveriam ser o princípio da vida celestial, da alegria e compreensão que vão existir no céu. Isso deveria ser experimentado aqui e agora. Se por acaso essa não é a realidade de seu lar, recomendo a você fortalecer seu relacionamento com Deus, deixar que Ele se torne o Senhor e o Salvador de sua vida, e pode ter certeza de que o mais Ele fará, e milagres serão vistos.

Que seu lar experimente um ótimo ano novo e que Deus abençoe sua família,

Osmar Reis Junior