segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

A individualidade após o casamento


Mesmo durante a vida a dois é importante manter seu espaço

Há quem case e que se esqueça de seus próprios gostos, preferências e escolhas. A individualidade fica em segundo plano e somente importa agradar o companheiro sem limites. Mas será que casamento significa anular-se por completo?

Segundo a psicóloga Tatiana Ades, há um limite entre a identidade do casal e de cada indivíduo. “Uma pessoa nunca deve ir além para agradar o parceiro, isso só trará caos e frustração ao relacionamento. Por isso, um casal que se ama de verdade respeita um ao outro, compreende que não deve exigir mais do que é possível dar e aceita isso com serenidade. Ultrapassar as barreiras do outro por egoísmo é uma forma de jogo e não de amor real.”

Por isso, para manter o espaço individual após o casamento é necessário respeitar seus próprios gostos, escolhas e limites. “Mas, junto com o companheiro, irá construir e iniciar um processo de troca, que deve ser honesta e sempre persistente, pois não é fácil a construção de um amor saudável. Porém, é muito gratificante poder todos os dias doar e receber, compartilhar, sentir que há crescimento interior e paz. Tudo isso sem nunca perder a sua individualidade.”

Encontrar esse equilíbrio entre a individualidade e as vontades do casal é algo natural, que virá quando o diálogo reinar no relacionamento. “Assim, as colocações de limites serão expostas da forma mais sincera possível. O equilíbrio consiste em respeitar as próprias barreiras e as do outro, traçando assim respeito, aceitação e sintonia para uma vida a dois saudável”, explica Tatiana.



A falta de equilíbrio

As consequências são latentes para quem não consegue encontrar o equilíbrio entre o gosto individual e o que é melhor para o casal. “Quando se prioriza somente a vida a dois e se esquece seus próprios desejos, pode viver a perda de autoestima, ter sensação de frustração, raiva ou sentimento de insegurança frente ao outro, além de depressão e, possivelmente, uma separação, senão um relacionamento caótico, em que as duas metades andam juntas, mas não se completam.”

No caso de dar ênfase somente em sua própria vida, esquecendo que agora é casal, o problema também é sério. “Precisamos pensar sempre que o maior erro é praticar o ‘oito ou o oitenta’, todo casal deve encontrar um equilíbrio. A atitude egoísta afastará o outro, pois ele sentirá que seu espaço não está sendo respeitado e, por consequência, fará o mesmo ou entrará em submissão. Para que os limites sejam traçados sem egoísmo é preciso pensar em doar 50% e receber 50%, é preciso dialogar e dizer o que pensa, conversar sobre o que não concorda, negociar, traçar metas. Afinal, uma vida de casal deve ser vivida a dois e a postura de solteiro deve ceder espaço para o acolhimento de quem se ama”, finaliza a psicóloga.



Companheirismo tem limite - A individualidade não pode deixar de ser respeitada

Há companheirismo até debaixo d’água? E se o outro não souber nadar? É fato que ser companheiro do outro é o mais importante no casamento, mas os limites existem a partir do momento que há possibilidade de prejuízo para uma das partes.

A psicóloga Débora Cristina de Macedo Jorge explica que esse companheirismo não deve existir nos momentos de erro de um dos dois. “Por exemplo, em uma situação de perigo, se os dois se prejudicarem não haverá ninguém pra socorrer.”

Muitos acreditam que, para provar o companheirismo e o sentimento, a pessoa deve estar sempre disposta a tudo, mesmo que for contra ao seu gosto e desejo. “A partir do momento que você obriga o outro a fazer o que não gosta, está invadindo o espaço dele e é esse o limite do companheirismo.”

Um exemplo de casal assim foi Adão e Eva, que até mesmo na hora de desobedecer a Deus estavam juntos. “Neste caso, se Adão não tivesse aceitado a sugestão de sua esposa de comer do fruto proibido, mudaria toda a história da humanidade. Mas tudo o que aconteceu teve um propósito de Deus”, conta a psicóloga.

Quando a falta de companheirismo coloca em cheque o querer do outro, muitas vezes pode levar ao fim do casamento. “Para alguns pode mesmo acontecer isso, mas se a pessoa raciocinar e começar a olhar o outro como um indivíduo, não sendo egoísta, olhando para o outro e reconhecendo suas necessidades, gostos e principalmente se colocando no lugar, isso também é companheirismo”, ressalta Débora.

Geralmente, as pessoas relacionam o amor com o ser ou não companheiro. “Se há amor, há companheirismo dentro dos limites do outro, respeitando-o como é. Uma coisa está muito ligada à outra, mas não costuma haver esta compreensão entre os casais.”

Para Débora, ser companheiro é simplesmente entender o outro. “Há como ser companheiro, independente de qualquer coisa, vendo o outro como um ser diferente. Para que o companheirismo esteja acima é preciso dar valor à individualidade, mesmo que os gostos, as atitudes sejam diferentes.”


Luiz Claudio
Consultor de Famílias

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