As 6 fases do casamento (Parte3)
Muitas vezes o casal não se expressa bem sobre as coisinhas que acham ofensivas. Naturalmente haverá diferenças de opinião e de gosto, pois a criação dos dois era diferente. Há a tendência de comparar um e outro com seus pais e reclamar porque a esposa não sabe cozinhar como sua mãe.
“Coisinhas que consideramos “engraçadas” quando namorados, podem tornar-se ‘insuportáveis” no casamento.
Nestes casos é necessário que o casal converse francamente, e não falar para outras pessoas ou parentes sobre estes problemas. Se não comunicarmos, a "pressão" aumenta e haverá "explosão" feia. Mesmo neste caso, não devemos guardar amargura, mas logo fazer as pazes e pedir desculpas (Ef 4:26).
3. A FALTA DE CONTENTAMENTO (1 Tm 6:6; Hb 13:5)
No começo, o casal não procura grandes coisas e fica contente com coisas simples achando todo seu prazer na pessoa amada. Contudo, com tempo há a tendência de começar a observar o que outros têm e desejar ser mais como eles.
Com isto vem a tentação a comprar "sem dinheiro" para pagar mais tarde. Dívidas são "raposinhas" perigosas no casamento e devem ser evitadas (Rm 13:8) porque se não pudermos pagar a parcela no tempo marcado, vem a vergonha e muitas vezes a esposa sente que deve estudar de noite e trabalhar de dia para ajudar o marido financeiramente.
Se tiver criancinhas, esta separação da mãe traz prejuízo porque os filhinhos são criados por outros e, muitas vezes, por pessoas descrentes que mostram um exemplo ruim.
4. A FALTA DE CONSAGRAÇÃO (Rm 12:2)
O casamento traz uma nova liberdade para o casal porque está livre da autoridade dos pais e pode escolher usar coisas do mundo que talvez seus pais não usassem.
Se conformarmos com o mundo e aceitarmos as suas coisas em casa, o crescimento e utilidade espiritual do casal sofrerão, gastaremos muito tempo sem edificação e haverá mais tentação para imitar aquilo que o mundo faz (1 Jo 2:15-17).
O nível baixo da família apresentado pelas novelas e filmes é "veneno" para o casamento e para a família.
5. A FALTA DE CONFIANÇA (Gl 5.20)
Uma das obras da carne que se manifesta às vezes no casamento é "ciúmes". A pessoa sente-se ofendida, ou traída, porque suspeita que há infidelidade, mesmo quando o cônjuge apenas fala com outras pessoas.
Precisamos entender que no trabalho do lar, e fora dele, há necessidade de intercâmbio social, e que, dentro dos limites da santidade bíblica, isto não indica infidelidade ou impureza. Satanás é mestre em acusar falsamente para separar famílias e acusações sem provas não devem ser ouvidas seriamente.
6. A FALTA DE CASTIDADE (1 Co 7:5)
Um aspecto do casamento é que traz uma proteção contra a impureza sexual. Se os problemas menores não são tratados cedo, haverá uma separação no lado físico do casamento.
Neste caso Satanás procura tentar à impureza, e infelizmente, o salvo também pode cair nesta armadilha, como aconteceu com Davi.
Por isto, disse Paulo, as relações normais somente devem ser cortadas com "mútuo consentimento" e,por pouco tempo por causa de necessidades espirituais, mas nunca como forma de vingança.
Se acontecer a infidelidade, antes de julgar quem caiu e pensar em separação, a pessoa traída deve procurar examinar se não houve falta nos dois lados antes que aquilo aconteceu. Onde houve falhas, há necessidade do arrependimento genuíno (que deixa o pecado), e do perdão completo (que procura esquecer da ofensa) (Pv 28- 13 ;Ef 4:31,32; Hb 10: 17).
SERÁ QUE HÁ SOLUÇÃO?
Muitos casais, achando que não há solução para seus problemas matrimoniais, e ouvindo conselhos errados, chegam ao ponto de pensar numa separação. Contudo, esta nunca é a solução. O que é impossível para nós é possível para Deus, mas há condições.
Em João 2:1-11, vemos um casamento que começou com problema - faltou o vinho, e a alegria acabou logo. O que fazer? Felizmente o Senhor Jesus tinha sido convidado e Ele fez o que era impossível aos homens.
Notamos o bom conselho de Maria naquela ocasião: "Fazei tudo o que ele vos disser". Observamos também que Ele não fez a parte deles quando mandou que enchessem os potes grandes com água e que levassem ao mestre-sala.
Contudo, QUANDO OBEDECERAM TOTALMENTE a Sua ordem, Ele fez o que eles não puderam fazer- transformou a água em vinho, e foi o melhor vinho do casamento! Votou a alegria completa no casamento.
Não existe casamento sem problema, mas não existe problema sem solução. Todos os problemas de casamento têm sua raiz na desobediência à Palavra do Senhor.
A solução é em reconhecer CEDO estas falhas e voltar humildemente para onde deixamos o caminho do Senhor. Fazendo isto, embora que levará tempo, o casamento melhorará e não piorará.
Reconhecemos que não é fácil restaurar a flor que as raposas tem feito cair, mas outra flor pode crescer no lugar daquela, pois a raiz ainda vive, e enquanto há vida, há esperança. Se tivermos perdido uma colheita, não é motivo de arrancar a vinha que produzia tanta alegria. Com paciência, haverá outra colheita, e pode ser a maior.
VI. O DIVÓRCIO
Esta é a fase mais dolorida do casamento.
Antes de considerar os ensinos Bíblicos sobre o divórcio, seria bom lembrar algumas coisas em geral sobre a interpretação das Escrituras que têm influência sobre este assunto.
A interpretação correta terá o apoio de toda a Escritura, mas nem sempre será como nós pensamos ou sentimos (2 Pe 1:20).
Também temos de manejar bem a Palavra, lembrando que há diferença entre Israel e a igreja (I Co 10:32 e 2 Tm. 2:15) e que não acharemos a doutrina para a igreja no Antigo Testamento, nem nos Evangelhos, mas nas cartas dos apóstolos (At 2:42).
Trechos nos evangelhos, que não achamos nas cartas, muitas vezes são dirigidos ao povo de Israel, e não à igreja. Por exemplo, Mateus 24 revela o futuro dos judeus no tempo da tribulação que é muito diferente do futuro da igreja, revelado em I Ts 4:13-18.
Veremos a importância destas coisas durante a meditação sobre o divórcio.
1. DIVÓRCIO NO ANTIGO TESTAMENTO
A) Dt 24:1-4: O divórcio não apareceu até os dias de Moisés, mais ou menos três mil anos depois do primeiro casamento.
Os desvios do plano divino (de um homem com uma mulher para a vida inteira, vieram em etapas, primeiro a bigamia (Gn. 4), depois a poligamia (Gn 6), e por fim o divórcio (Dt 24).
Moisés não "ordenou" o divórcio, mas o "permitiu" por causa da dureza dos corações daquele povo que queria deixar suas esposas e casar com outras (Mt 19:7,8).
Notamos também que somente os homens receberam esta permissão pela lei, e somente no caso de "coisa feia" descoberta na esposa. Havia muitas opiniões entre os judeus sobre estas "coisas feias" e alguns divorciavam simplesmente porque sua esposa não cozinhava como eles queriam. Evidentemente as "coisas feias" não incluíam o adultério, pois este pecado foi julgado com a morte (Dt 22:22).
B) Ml 2:15,16: Os abusos desta lei aumentaram com tempo e no fim do Antigo Testamento o Senhor condenou a infidelidade dos maridos às suas mulheres e disse que Ele "odeia o divórcio".
Esta afirmação, sem qualquer exceção, ensina-nos como Deus ainda pensa sobre o divórcio nos dias de desvios em que vivemos. O fato que Ele permitiu divórcio na lei não indica que é a Sua vontade, como também o fato que ele permitiu o rei Saul em Israel não indicou que esta foi a Sua vontade.
Deus respeita a vontade do homem e não impedirá seus desejos errados, mas avisa que haverá conseqüências dolorosas por causa deste desvio da vontade de Deus.
2. DIVÓRCIO NOS EVANGELHOS
A) Mt 5:31, 32: Aqui Cristo citou Deut. 24:1 e as palavras "Eu, porém, vos digo", usadas várias vezes neste capítulo, mostram que a nova aliança exige uma santidade maior do que a lei de Moisés.
Notamos também que aqui o divórcio é permitido somente para o homem, e apenas no caso da prostituição da mulher (Mt 5:32 ). A explicação desta permissão será dada logo mais.
B) Mt 19:3 a 12: Aqui, voltando para o primeiro casamento, e não à lei, o Senhor ensinou os fariseus claramente sobre a indissolubilidade do casamento como planejado por Deus desde o princípio. Mais uma vez, a permissão é dada (v.9) para o homem divorciar sua mulher no caso da sua "prostituição".
Muitos pensam que Cristo aqui deu a permissão para todos cujos cônjuges têm sido infiéis, a procurarem o divórcio, mas há várias razões importantes que mostram que este não é o caso.
É somente em Mateus que esta cláusula é dada. Em Marcos 10: 10,11 e Lucas 16:18, onde Cristo ensinou sobre o divórcio, ela não aparece.
Lembrando o que foi mencionado no início sobre manejando bem a "Palavra", devemos lembrar que Mateus foi usado para escrever principalmente com o JUDEU em mente, e que nem tudo que escreveu tem aplicação para a igreja.
A base desta permissão é por causa da PROSTITUIÇAO da mulher (Corrigida). Reconhecendo que a palavra "pornéia", que o Senhor usou aqui, às vezes pode ser traduzida " relações sexuais ilícitas" ou "fornicação", nunca deve ser traduzida assim quando a palavra "moicheia" (adultério) também está no mesmo versículo, como aqui, pois neste caso Deus fala sobre dois pecados diferentes, e não somente sobre impureza sexual em geral.
Prostituição é participar no ato sexual antes de ser casada. Adultério significa a relação sexual depois, mas fora do casamento.
Em Marcos 7:21, onde também os dois pecados são mencionados juntos, a Bíblia Atualizada corretamente usa "prostituição" e isto nos faz perguntar porque não foi traduzida assim em Mat. 19:9? Possivelmente os tradutores não entenderam como a mulher casada pode praticar a prostituição.
A dificuldade sobre como a mulher casada podia praticar a prostituição é facilmente explicada se lembrarmos do contexto judaico do Evangelho de Mateus.
Pela Lei o casal era considerado marido e mulher desde o começo do DESPOSADO, mas não tiveram relações sexuais até o dia das bodas, mais ou menos um ano depois. Se acontecesse infidelidade na mulher durante este período, o casamento podia ser anulado pelo divórcio, e, se o homem quisesse, ela podia ser a apedrejada de acordo com a lei.
No caso de José e Maria, que estavam neste tempo "desposado", José pensou em divorciar Maria pela infidelidade suspeitada nela antes que o anjo o esclarecesse (Mt 11: 18-25). Este é o caso governado pela cláusula em Mateus 5:19.
Para esta cláusula ter aplicação para a Igreja hoje, seria necessária a repetição dela nas cartas dos Apóstolos, pois a base da Igreja desde o princípio foi a doutrina dos Apóstolos ( Atos 2:42).
C) Marcos 10:11,12 e Lucas 16:8 -: Estes trechos ensinam claramente que o homem ou mulher que se divorcia e casar de novo, por qualquer motivo está vivendo no pecado do adultério. O casamento original ainda é válido aos olhos de Deus e não há exceção qualquer mencionada aqui.
3. A DOUTRINA DOS APÓSTOLOS
Quando examinarmos a doutrina dos apóstolos que é a base para a igreja, não achamos a Cláusula de Mateus em qualquer lugar nas cartas. Este fato é de suma importância em entender a vontade de Deus para Sua igreja hoje.
A) Rm 7:2,3. Aqui o assunto não é o matrimônio, mas Paulo usa o matrimônio como figura da nossa posição em Cristo. Contudo, esta comparação revela que ao seu ver inspirado, o casamento pode ser anulado somente pela morte.
B)I Co 7:15. Sendo que o assunto aqui é casamentos infelizes, esperaríamos uma menção aqui da cláusula de Mateus, se aplicasse à igreja, mas não aparece. O ensino geral e claro do trecho é que o salvo nunca deve procurar uma separação.
C) 1 Co 7:39. A morte anula o casamento permitindo o segundo casamento da pessoa viúva, se for indicado pelo Senhor.
D) Ef 5:22-32. Aqui o casamento é comparado à união que existe entre Cristo e a igreja. O divórcio estraga completamente esta figura.
(Lembramos da severidade com que Deus tratou Moisés por ter estragado uma figura do Senhor Jesus Cristo - veja Num. 20:11,12; Dt 3:23-27).
Por causa destas considerações bíblicas, cremos que o divórcio não é opção divina para casados com problemas, mesmo no caso de adultério. O fato que é permitido pelas leis do pais não é suficiente para a igreja seguir o mundo neste caso.
As leis estão mudando rapidamente na direção contra a Palavra de Deus, como também nos casos de disciplina de crianças e sobre homossexualidade. Já chegou a hora para aplicar Atos 4:19, e "ouvir a Deus antes dos homens"nestes casos.
Muitas vezes versículos são citados para procurar justificar o divórcio em certos casos.
O argumento sobre o sofrimento da parte inocente quando acontecer infidelidade é muito tocante, e sem dúvida este sofrimento merece nossa profunda compaixão e consolação, mas temos de lembrar algumas coisas importantes.
Nem sempre Deus tira o sofrimento porque quem sofre é o inocente. Por exemplo, os escravos na igreja primitiva sofriam injustamente, mas não podiam rejeitar tal sofrimento. Os que nascem cegos, deformados, etc. sofrem inocentemente, mas ficarão assim até a morte.
Outra coisa, às vezes não há parte completamente inocente no casamento infeliz, pois a infidelidade pode ser provocada pela desobediência da outra parte à Palavra de Deus como, por exemplo, exemplo I C 7:5 e as relações foram paradas sem consentimento mútuo.
Outra coisa, talvez o maior sofrimento inocente será causado pelo divórcio - o sofrimento dos filhos inocentes.
Talvez a objeção mais comum é que se o divórcio e novo casamento aconteceram quando eram descrentes, não há mais problema porque " as coisas velhas já passaram e agora tudo é novo" desde a conversão (2Co 5:17).
Contudo o contexto deste versículo mostra que o que já passou é a nossa atitude orgulhosa e pecaminosa de viver para nós mesmos (v.15) e a condenação eterna que este pecado merece. As conseqüências do pecado com relação desta vida não terminaram com a conversão, e muitas vezes precisam de uma restituição, e às vezes duram para a vida inteira.
Por exemplo, o casal que vivia junto sem casar antes de converter-se ainda precisa casar-se legalmente para ter comunhão com a igreja; O homem que se converteu na prisão não sai livre porque agora é nova criatura, mas ainda tem de pagar a dívida perante a sociedade.
O homem que perdeu seu olho na briga quando descrente não recebe a vista quando se converter, ficará cego até a morte. Davi foi perdoado, mas sofreu as conseqüências da sua impureza até o fim da sua vida.
A verdade desagradável "não vos enganeis, aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6:7). Continua em vigor depois da conversão.
O uso de I Co 6:11 para receber pessoas divorciadas e novamente casadas na comunhão da igreja como "novas criaturas",esquece algo importante.
Aquelas pessoas em Corinto não continuavam a viver na impureza depois de crer, e os versículos seguintes ensinam a necessidade de deixar estes pecados.
Quem vive com quem não é o primeiro cônjuge (e nunca foi viúvo) ainda vive em pecado, e isto precisa duma correção antes de estar em comunhão com a Palavra de Deus e com a Sua igreja, pois o impuro não pode ser recebido em comunhão (I Co 5:11).
A restituição possível (embora muito difícil) neste caso seria a separação deste pecado de adultério. Estes são "eunucos por causa do reino os céus ", (Mt 19:12) e muitos têm feito isto para servir ao Senhor e não ser obstáculo ao cônjuge legítimo arrependido.
Em I Co 7:17, 20,24, a "vocação em que foi chamado" não fala sobre pessoas divorciadas antes da conversão, mas sobre circuncidados e não circuncidados,escravos e livres,como o contexto prova. O apelo baseado na compaixão do Senhor em perdoar a mulher adúltera em João 8 esquece das últimas palavras do Senhor para ela: "Vai-te e não peques mais ".
Sabemos que há situações muito complicadas, e irreversíveis, mas que estas considerações solenes possam ajudar-nos a entender melhor a indissolubilidade e santidade do casamento e ajudar casais com problemas resolver estes problemas sem pensar no divórcio, mas no arrependimento e no perdão verdadeiro (I Jo 1:9; Ef 4:32).
Neste momento se você meu irmão, minha irmã se encontra em dificuldade no seu casamento, não desanime lute até o fim para reatar o enlace matrimonial; pois a Bíblia nos diz que o que ajuntou Deus não separe o homem (Gn 2.18-24)
VEJAMOS AGORA E FINALMENTE COMO RESOLVER OS PROBLEMAS DO MATRIMÔNIO
a) Solidificá-lo na Palavra de Deus ( Mt 7.24-27). Essa estrutura acontece através de uma dedicação à leitura, estudo e prática da Bíblia, a fim de que o lar encontre forças para resistir às tempestades e intempéries da vida.
b) Praticando o perdão ( Ef 4 32). Devemos aprender a perdoar, da mesma forma como Deus nos perdoou em Cristo Jesus.
c) Crendo no poder restaurador de Jesus ( Mc 9 23). Se o diabo veio para matar, roubar e destruir, Jesus veio para que todos tenham vida e a tenham em abundância, Jo 10. 9-10.
Não existe nada que Deus não possa realizar visando à felicidade e o bem-estar de seus filhos, ( Lc 1. 37)
Que O Senhor ajude a cada casal a permanecer unidos entre si e vivendo para glória de Deus. Amém!
Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias- RJ
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