segunda-feira, 26 de novembro de 2012

ACONSELHAMENTO CONJUGAL: FÉ E TERAPIA

“(...) o amor não busca os seus próprios interesses...” (1 Coríntios 13:5)

        Fico muito preocupado quando vejo pessoas, que estão vivendo um grande deserto espiritual em suas vidas, procurarem ajuda, aconselhamento com os seus líderes e permanecerem do mesmo jeito, sem alguma mudança aparente e significativa. Embora o mercado editorial nos apresente um vasto crescimento com livros que tratam do tema família, poucos, de fato, conseguem atingir o âmago da pessoa aflita, desesperada, ensinando-a verdadeiramente a evoluir na caminhada em busca da vitória alcançada. Você já deve ter se perguntado algum dia: por que, mesmo depois do aconselhamento que recebi, minha vida continua do mesmo jeito ou pior?

        Um aconselhamento conjugal que gere transformações reais e positivas na vida do aconselhado é preciso ser norteado por algumas condições essenciais. Primeiramente: quem aconselha deve ter experiência, vivência de deserto espiritual. Não basta ser um grande teólogo, escrever teses sobre o tema, ser palestrante, falar bonito. O mais importante de tudo é ter passado pelo deserto, conhecido a sua largura e a sua profundidade. Foi isso que JESUS disse certa vez a Nicodemos: “Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o que sabemos e testificamos o que vimos, e não aceitais o nosso testemunho” (João 3:11). Aconselhamento sem a experiência real da situação se tornará um acúmulo de teorias e frases, sem mudanças imediatas. Segundo: um aconselhamento não se resume a um encontro ou a uma conversa somente. Ele deve resultar em outros inúmeros encontros, conversas; transforma-se em acompanhamento. Terceiro: o conselheiro precisa ter conhecimento de batalha espiritual, como ela se desenvolve numa crise conjugal, numa separação, em um divórcio; o que está além dos olhos naturais. Se a conversa ficar no plano absolutamente do que se vê, o paciente não conseguirá compreender certas situações que se levantarão contra a vida dele durante a jornada no deserto.

        O primeiríssimo ponto que se tenta alcançar durante os encontros que se faz em um aconselhamento é recuperar a autoestima e o equilíbrio emocional e psicológico do outro. Isso só é possível desenvolvendo a fé e permitindo ter uma ampla visão do que realmente acontece. Infelizmente, muitos conselheiros hoje em dia concentram-se apenas em orações, jejum e leitura descontextualizada de alguns versículos bíblicos. Nesses “aconselhamentos” muitas vezes o interessado sai com uma leve e momentânea solução, resposta aos seus problemas, que logo se esvai face à fragilidade e à superficialidade do que lhe é projetado. Daí, a minha defesa da inserção da Psicologia Cristã (ou seja, com profissionais formados e capacitados em universidades e com o temor da Palavra de DEUS, mas também com vivência prática do assunto) como alternativas para os aconselhamentos cristãos se tornarem mais seguros.

        Em princípio, deve-se levantar algumas informações básicas e necessárias do aconselhado: idade, se é casado no Civil e no religioso, se é o primeiro casamento de ambos (marido e esposa), quanto tempo de casado, se são cristãos evangélicos (tementes à Palavra de DEUS), se possuem filhos etc. Tendo em mãos as respostas, é hora de se aprofundar mais um pouco, olhando sempre para a Palavra de DEUS: se o namoro foi santo, se já frequentaram motéis, se praticaram certos atos sexuais que desagradam a DEUS. É preciso saber que a sexualidade do casal, quando mal praticada, é uma porta aberta a maldições que levam ao fracasso conjugal. Depois são feitas perguntas referentes à submissão bíblica (se for mulher a aconselhada), as responsabilidades do marido, perguntas também referentes à vida financeira do casal. Tais perguntas, fundamentadas na Bíblia Sagrada, servem para criar um quadro panorâmico da real situação. É indispensável que o aconselhado enxergue onde errou para que no futuro ele não venha a cair no mesmo fracasso. O segundo grande tópico do aconselhamento é fazer o fracassado crer que há perdão, solução para tudo o que foi perdido. Para ter de volta o que se perdeu, a família restaurada, é outro grande estágio a percorrer. Sabedoria é fé são os principais alimentos da caminhada no deserto. Quanto mais sábias forem as atitudes, quanto mais fé, mais curto o deserto se tornará. Sabedoria compreende exatamente saber como se desenvolve uma batalha espiritual; conhecer as artimanhas do inimigo, como ele age, o que ele diz usando a boca das pessoas, do que é capaz, o que ele fará ainda para abater e destruir o aconselhado. Nesse ponto, os segredos de satanás foram desvendados. O que ele vier a fazer não causará mais surpresa alguma nem trará mais abatimento espiritual. A pessoa caminhará mais segura no deserto.

        Enquanto a pessoa cuida de si no aconselhamento, DEUS cuida do cônjuge deserdado, estabelecendo um limite em sua caminhada de desobediência. Por isso, que é hora de esquecê-lo totalmente, tirá-lo da mente, saber que DEUS está no controle de tudo, que, com Sua grande Justiça, trará o resultado perfeito. DEUS é especialista em trazer um cônjuge rebelde de volta à Sua gloriosa presença. Alguém certa vez me perguntou: “irmão Fernando, mas como DEUS faz isso?” Eu respondi: DEUS sabe onde e como tocar numa pessoa a ponto de desestruturá-la, tirá-la de sua cegueira. Por exemplo: Nosso SENHOR sabe bem quais os ídolos que cegam uma pessoa desobediente. Esses ídolos podem ser uma segunda mulher ou um segundo homem que o cônjuge diga que a (o) ama muito, esteja apaixonado; pode ser um emprego; pode ser a vida financeira (o dinheiro); pode ser um status social; pode ser um objeto de valor (tipo um automóvel); até mesmo pode ser um parente (uma mãe, um pai, irmãos etc.). O cônjuge que abandonou o lar sente-se bem, superior a tudo, tem uma vida aparentemente de conforto. Quando DEUS estabelece o limite, quando ELE diz “chega!!!”, é chegada a hora de destruir os ídolos que o cega e impedem a execução do Plano de DEUS. Então, DEUS autoriza satanás colocar uma nova pessoa no caminho daquela mulher ou daquele homem (para que o cônjuge rebelde veja), até que o abandone. Autoriza também satanás a tirar-lhe o automóvel, o emprego; há uma abrupta e profunda crise financeira; até que a pessoa perde tudo o que considerava bom. É hora então de pedir socorro a DEUS, é hora de dizer “DEUS me ajude! O que está acontecendo na minha vida?”, em tom de desespero. DEUS coloca um servo seu no caminho do marido ou da esposa rebelde, que o conduz à igreja. Já completamente arranhado (a), sem os ídolos que lhe sustentavam no erro, com o coração humilhado, sem mais as escamas nos olhos, com o espírito quebrantado, é hora finalmente de voltar para casa, de volta aos braços da verdadeira esposa ou do verdadeiro marido. É assim que DEUS faz. Quem teve e tem experiências com DEUS como eu, sabe do que estou falando.

        E durante todo o trajeto, a pessoa esteve com o seu terapeuta, aconselhando, “apaixonando-se”, sendo lapidada, moldada, transformada. Ao final do deserto, novas pessoas serão. Viva todas as suas experiências possíveis com o seu “Moisés”. Ele será o seu guia, o seu orientador, aquele que conduzirá você pelas mãos até o final.

        A importância de procurar um excelente aconselhamento cristão fará a pessoa caminhar no deserto com mais qualidade e tranquilidade. As murmurações e as angústias diminuirão radicalmente. Costumo dizer que o nível de aconselhamento e a qualidade da caminhada farão o deserto acabar mais cedo. Mas o contrário disso também é verdade. Quando não se detectam os problemas causadores do fracasso familiar, quando não se busca consertá-los, quando não se sabe compreender o mundo espiritual, tudo se torna mais difícil, demorado e penoso. Cada caso deve ser tratado de forma individual, com muito cuidado e responsabilidade. Lembrando que tudo o que for dito tem que estar corretamente amparado na Palavra de DEUS.

        Orar e jejuar são atitudes importantíssimas, indispensáveis a quem está atravessando um deserto espiritual. Mas não bastam. DEUS levantou e capacitou pessoas especiais, de carne e osso, próximas a você para serem teus ajudadores, abençoadores e companheiros fiéis no deserto. Com eles, as noites serão mais tranquilas e as tempestades não mais te assustarão. Você compreenderá que acima das noites e das tempestades e de tudo mais que acontecer, há o DEUS Soberano, no controle de tudo.

        Não perca a bênção nem mesmo retarde a chegada dela. O livro de Provérbios é um dos livros mais ricos de sabedoria da Bíblia, pois foi escrito por um dos maiores sábios da época, Salomão. Quase no final do livro, o filho do rei Davi escreveu: “Cada pensamento com conselho se confirma; e com conselhos prudentes faz a guerra. Porque com conselhos prudentes tu farás a guerra; e há vitória na multidão dos conselheiros” (20:18 e 24:6). DEUS nos abençoe!

Fernando César

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