segunda-feira, 27 de agosto de 2012

As Veredas da Comunicação

“Não posso entender o que aconteceu! “Exclama Marcos ao pastor, “antes de nos casarmos tínhamos muito o que conversar, passávamos horas e horas sentados trocando idéias, e agora simplesmente não conseguimos mais conversar. Maria simplesmente não me conta o que acontece com ela, e por certo eu também não consigo me abrir com ela. O que faço pastor?”
Certamente esta é a situação de muitos dos nossos casais hoje, e de muitos noivos e noivas aqui presente. Antes de casarem-se eram ou são verdadeiros amigos inseparáveis, e após o casamento simplesmente tornam-se meros passadores de informação.
O que acontece com estes casais? O que mudou entre o noivado e o casamento? Como manter esta íntima comunicação no casamento? São estas e outras indagações que nós tentaremos ajudá-los a responder com esta palestra.
I. O Que é Comunicação
Muitos pensam que simples fato de os lábios estarem se movendo ou mesmo de estarem transmitindo informações como: “Você esta alegre?”; “Parece que vai ser um dia pouco quente.”; “Vou chegar tarde hoje.”, pensam que estão se comunicando e muitos até se apegam s definições de alguns dicionários que definem comunicação como sendo “o ato ou efeito de transmitir e receber mensagens por meio de métodos e ou processos convencionais.”
Porém estas são definições muito mesquinhas quando se trata de comunicação entre duas pessoas que estão dispostas a unirem-se por toda a vida.
A comunicação entre cônjuges deve ser mais que simples troca de informações, deve ir além de simples expressão de sentimentos através de palavras.
Poderíamos definir comunicação no relacionamento marital como sendo a atividade levada a efeito entre duas pessoas, a qual implica em dar, receber e compreender informações e sentimentos.
Secularmente o bom comunicador não tem necessariamente que ser um bom receptor, porém dentro do relacionamento entre duas pessoas que se amam isto é de suma importância. Espera-se que quando falamos com nosso companheiro(a) ele(a) não apenas ouça, mas entenda e expresse sua reação. Isto é o que os estudiosos chamam de “feedback”.
II. A Arte de Falar
Por vezes casais tem se desentendido pelo fato de não saber como comunicar o que queria dizer.
A arte de falar deve ser cultivada por todos aqueles que desejam ter um lar feliz. A forma de falar determinará a reação daquele que ouve, certamente palavras ásperas e desprovidas de brandura produzirá sentimentos de revolta e rejeição.
“O principal requisito da linguagem é que seja pura, benévola e verdadeira – a expressão exterior de uma graça…” (Educ. 235).
Ambos os cônjuges devem está sempre prontos a ter palavras sábias e doces, mesmo que estas expressem situações de repreensão ou advertência. O ato da repreensão não anula o sentimento de amor e bondade.
Existem algumas palavras que deveriam ser evitadas na conversa com nosso cônjuge, tais como:
“Você nunca!”
“Não falei!”
“Você sempre!”
“Não quero discutir este assunto!”
“Quando é que você vai aprender!”
“Quantas vezes tenho de dizer a você…”
Tais palavras somente causam revolta e sentimento de rejeição na pessoa com quem nos comunicamos.
Em contra partida temos certas palavras que deveriam ser parte comum do nosso vocabulário, tais como:
“Você é fantástico.”
“Ajude-me, por favor.”
“Cometi um erro.”
“Sinto muito.”
“Preciso de seu conselho.”
“Obrigado.”
“Gosto muito de você.”
“Você é meu amor.”
“Eu ti amo.”
Por certo em alguns momentos de tensão, o que é comum em todo lar, somos levados a tentar deixar escapar palavras ásperas e desprovidas de amor, quanto a isso gostaria de deixar-vos um sábio conselho da Sr.ª. White em que diz: “A menos que controlemos nossas palavras e nossos gênios, somo escravos de Satanás.” (O Lar Adv. p. 437)
Tudo dentro do relacionamento deve ser organizado, e com a comunicação não é diferente, por isso aqui vão algumas dicas para você escolher o momento certo para conversar.
Escolha de preferência as últimas horas do dia, pois quando estamos fisicamente cansados a nossa tendência é reagir menos.
Não discuta na frente dos filhos.
Não brigue em público.
Não discuta quando o outro estiver em atividade.
Marque um horário para conversar e seja fiel a este.
Não esqueça que ao final de cada conversa você deve está pronto e disposto a dizer três palavras: “Me desculpe”; “Eu estava errado”; e “Eu amo você”.
III. A Arte de Ouvir
Sem dúvidas um dos grandes defeitos na comunicação entre cônjuges é a falta de atenção ao que está sendo dito, tendo em vista que a maioria de nós gostamos de falar, de expressar o que sentimos e muitas vezes esquecemos que as outras pessoas também tem a necessidade de ter alguém que as escute.
A arte de ouvir, assim como a arte de falar deve ser cultivada em nosso relacionamento.
Roberto chegou apressado á mesa na hora do desjejum, ditou algumas ordens enquanto sua esposa estava na cozinha e saiu correndo com um pedaço de torrada na boca e endireitando a gravata. Duas horas depois ele entrou pela porta da cozinha resmungando: “Porque você não me disse que meu chefe telefonou para dizer que não haveria expediente hoje?” Ao que a esposa respondeu: “Quando eu sai da cozinha para falar com você, não mais o encontrei.”
Este caso se repete constantemente em muitos lares, o marido e a esposa estão sempre prontos a ditarem alguma coisa aos gritos e saírem correndo para o trabalho, salão etc.
Muitos de nós esperamos ser ouvidos e compreendidos, mas poucos estamos preocupados em parar para ouvir nosso cônjuge.
Dentro da arte de ouvir nós podemos identificar alguns tipos de ouvintes:
1º – Ouvinte Entediado
É aquele que sempre acha que já ouviu aquela conversa. Está sempre disposto a dizer: “Lá vem você outra vez”.
2º – Ouvinte Seletivo
É aquele que só escuta o que acha que lhe interessa. Por exemplo: Enquanto a esposa fala do problema do filho na escola, ele esta absorto olhando o jornal, mas quando ela diz que o aluguel subiu ele logo exclama: “Não é possível.”
3º – Ouvinte Defensivo
É aquele que tem tendência a entender errado tudo o que foi dito, transformando isso em ofensiva pessoal.
4º – Ouvinte Interruptor
É aquele que ao invés de prestar atenção no que foi dito, fica maquinando o que dirá para contradizer.
5º – Ouvinte Indiferente
É aquele que você fala, fala, e quando termina ele pergunta o que você falou.
Se quisermos ser felizes, temos que começar a cultivar o maravilhoso hábito de ouvir a pessoa amada ainda na época do noivado, para isso alguns conselhos:
Esteja sempre atento e pare para ouvir.
Essas palavras como “conte mais”, “e depois”.
Escute atentamente.
Analise o que esteja ouvindo e tome posicionamento.
Olhe no olho do cônjuge.
IV. Os Níveis de Comunicação
Dentro da comunicação, nós também encontramos o que chamamos de níveis ou estágios, os quais nos ajuda a analisar o crescimento na comunicação entre os casais.
Segundo John Powell, este níveis são os seguintes:
Nível 5: Conversação de Clichê ou Trivial
É feita por pessoas que não se conhecem bem, superficial, não há profundidade nem pensamentos criativos.
Ex. “Como vai você?”; “Como estão as coisas? “; etc.
Nível 4: Relatando Fatos ou Conversação Afetiva
Incluí informações sobre pessoas e usualmente surgem as fofocas ou mesmo simples respostas do tipo: “Vou sair”.
Nível 3: Idéias ou Conclusões
O pensamento criativo é partilhado, há um início de intimidade e conversa amistosa.
Nível 2: Sentimentos e Emoções
Os sentimentos e emoções são compartilhados, neste a zanga, alegria e frustrações são compartilhados.
Nível 1: Abertura e Aceitação
É o mais elevado nível de comunhão e comunicação aberta, sem nenhum empecilho.
Existe profunda confiança e aceitação.
Embora a conversação seja franca, não e destrutiva nem vulgar.
Um casal cristão não pode e não deve se contentar com outro nível se não o primeiro, nossos lares precisam de completa confiança a aceitação, pois como podemos estar dispostos a passar a eternidade com quem não confiamos?
Porém para alcançarmos este nível de comunicação aberta, precisamos remover todos os preconceitos e barreiras que impedem a comunicação, e este são vários, dos quais podemos citar:
Há pessoas que não tem hábito de conversar com outras, elas não aprenderam a compartilhar com outros seus anseios.
Há pessoas que têm medo de se abrir em relação ao que pensam e sentem. Elas não querem correr o risco de serem ofendidas se alguém discordar delas.
Há pessoas que acham que a atividade de falar não resolve então porque se comunicar?
Há pessoas que crêem que não tem algo para oferecer, Pensam que suas idéias não tem valor.
Além destes existem outras barreiras que dificultam a comunicação familiar, tais como:
1 – Lágrimas
Geralmente é a mulher que chora.
2 – Gritos
Quanto mais alta a voz menor é a comunicação.
3 – Atos de Violência
Bater um no outro, beliscar, torcer o braço, etc.
4 – Silêncio
Este é o método predileto dos casais. Ambos se recusam a expressar seus sentimentos e usam o silêncio como arma contra o cônjuge.
5 – Caretas
Parece muito infantil, mas muitos casais fazem caretas para expressarem sua raiva.
Conclusão
Talvez você esteja neste momento enfrentando problemas com estes conceitos na sua comunicação com seu cônjuge, mas hoje é o dia de você começar a mudar.
A Palavra de Deus em I João 4:18 nos diz que “no amor não existe medo.”, logo temos que confiar plenamente naquele(a) que escolhemos para ser nosso(a) companheiro(a), e não esqueça das três palavrinhas chaves da comunicação: “Eu tei amo!”.
“Numa noite de muito frio, sobre imensa planície, muitos porcos-espinhos se achegaram uns aos outros para se esquentarem, mas chagando-se, furaram-se, então, machucaram-se, e afastaram-se e afastando-se, sentiram frio. Tornaram a se aproximar, ao que tornaram a se furar…” Comunicação é a tentativa de estar juntos sem se machucar.”
Pr. Carlos Ferreira Introdução

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