sábado, 25 de fevereiro de 2012

Necessidades Diferentes no Casamento

Certo homem foi visto chorando junto a um túmulo. Ele dizia: “Por que você morreu? Por que você morreu?”.
Um outro homem passava por ali, e perguntou: “O que aconteceu? Sua mãe acabou de morrer?”
“Não, senhor”, respondeu ele.
“Seu pai?”, perguntou de novo o desconhecido.
“Não”, respondeu o homem, e continuou “Ah, por que você foi morrer?”
Com um olhar de quem não está entendendo, o homem falou: “Bem, então, quem morreu?”
Com os olhos marejados, olhando o horizonte, aquele homem respondeu: “Esse era o primeiro marido de minha mulher!”

Incrível como as coisas mudam, não é? No começo do namoro, as coisas parecem maravilhosas, o casal fica todo apaixonado, contando os minutos para se verem novamente. No entanto, com o passar do tempo, tudo fica diferente. Aquele homem que antes prometia dar a vida pela amada, se necessário, quando se casa, não é capaz nem de dar um botão de rosa para a esposa.

O problema é que o casamento é uma grande jornada rumo ao desconhecido que envolve a descoberta de que as pessoas partilharão não apenas o que não conhecem sobre a outra pessoa com quem se casaram, mas também o que nunca imaginaram sobre si mesmas.

Logo o casal descobre que os sentimentos românticos não existem todos os dias. É preciso esforço para deixar um casamento forte, para evitar que as pequenas discordâncias da vida se tornem grandes motivos de separação, e para escolher palavras doces e gentis ao invés de comentários mal-educados e descorteses.

Mesmo os casamentos que foram belas histórias de amor, dirigidas por Deus, exigem que os homens e as mulheres sejam responsáveis por sua manutenção. O apóstolo Paulo já anunciava isso ao dizer “[...] os que se casam enfrentarão dificuldades” (I Cor. 7:28). Dificuldades e problemas existirão, e muita adaptação e abnegação será necessária.

A razão para isso é que o casamento é a união de duas pessoas com histórias diferentes, vidas diferentes, desejos e vontades diferentes, valores diferentes, enfim, dois mundos diferentes. Ou, como dizia alguém, é quando você concorda em passar o resto da sua vida dormindo num quarto que está muito quente, ao lado de alguém que está reclamando que o quarto está muito frio.

Precisamos entender que os conflitos conjugais acontecem por duas razões básicas: ou o casal falha em fazer um ao outro feliz, ou o casal realmente faz um ao outro infeliz. No primeiro caso, os cônjuges se frustram porque suas necessidades não estão sendo supridas. No segundo, eles estão deliberadamente magoando um ao outro.

Portanto, quanto mais e melhor um cônjuge se conscientizar das necessidades do outro, e se preocupar em supri-las de uma maneira saudável, melhor probabilidade de o casamento ser feliz. E menos magoada uma pessoa fica.


PESSOAS DIFERENTES

Em seu livro, “Ela Precisa, Ele Deseja”, o Dr. Willard Harley Jr, doutor em psicologia e conselheiro matrimonial, afirma que cada cônjuge precisa suprir a necessidade emocional do outro cônjuge. Ele deve fazer isso, principalmente, porque o casamento é um relacionamento muito especial e diferente, no qual se promete ao outro o direito exclusivo de satisfazer determinadas necessidades emocionais. Se essas necessidades não são satisfeitas dentro do casamento, a pessoa que está insatisfeita procurará preencher seu vazio com outras alternativas, como o desperdício financeiro, um caso extraconjugal, uma vida desregrada, vícios, etc.

Isso ocorre, segundo ele, porque os casais que não se sentem satisfeitos, com suas necessidades não supridas, tornam-se negligentes, e perdem o respeito mútuo.  Quando isso acontece, o casamento envereda por caminhos desagradáveis e que contribuem para o seu término.

Agora, se essas necessidades são tão importantes, como supri-las? Ou melhor, como saber quais são, para que possam ser supridas?

Em primeiro lugar, devemos lembrar que Deus nos criou diferentes. Como diz o texto de Gên. 1:27, “ E Deus criou o homem à Sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. Você percebeu algo diferente? Nas duas primeiras frases do texto, é mencionado o homem como sinônimo para humanidade. Agora, na terceira frase, parece que o autor procura dar um enfoque especial, repetindo que Deus criou os seres humanos como homens e mulheres. Por que há essa especificação no texto? Por que o texto não repetiu a fórmula das duas outras frases?

Se a Bíblia tomou tempo para distinguir os seres criados, é porque isso tem importância. Devemos lembrar que somos, já em nossa origem, diferentes. Apesar de sermos seres humanos, somos criados com diferenças, como homem e mulher.

Contudo, mesmo reconhecendo que somos diferentes, não podemos deixar de pontuar que tanto homem quanto mulher são iguais em termos de valor, dignidade e glória diante de Deus. Ambos foram criados à Sua imagem e semelhança. O que os difere são as questões relativas aos papéis que ambos desempenham no casamento.

A melhor maneira de entendermos essa questão é analisarmos o que a Bíblia apresenta sobre os diferentes papéis de homem e mulher. E a resposta para essa indagação está no texto de Efésios 5:33: “Cada um de vós ame a sua mulher como a si mesmo, e a mulher respeite ao seu marido” (Almeida, Séc. 21).

IMITADORES DE CRISTO

Em primeiro lugar, esses versículos são parte de um contexto maior da carta de Paulo. Ele começa o trecho inteiro nos dois primeiros versos do capítulo 5. Ele diz: “Portanto, sede imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor como Cristo amou”. A primeira idéia que devemos entender é que todos os nossos relacionamentos devem ser baseados no exemplo de Cristo. Devemos imitá-lo, e andar em amor, como Ele andou quando aqui esteve.

Portanto, a explicação de Paulo sobre o papel do homem e da mulher está contida dentro do contexto de que ambos devem ser imitadores de Cristo. Ao mesmo tempo que isso nos dá uma idéia de como devemos agir, isso também nos mostra os limites. Não devemos agir contrários à vontade de Deus. Assim, se de alguma forma, um dos cônjuges busca realizar algo que é contrário à vontade de Deus, ou que é pecado, devemos nos lembrar de que nossa responsabilidade para com o cônjuge não pode ser maior do que nossa responsabilidade para com Deus, pois isso é imitar o exemplo de Cristo, que nunca fazia nada contrária à vontade de Seu Pai do céu.

No verso 21 do mesmo capítulo, que é o início da discussão desse tema, está escrito: “…sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo”.  Ou seja, os papéis que homem e mulher devem desempenhar no casamento devem ser uma atitude da vontade da pessoa, de se submeter e amar a outra, por causa do amor a Cristo, não porque a pessoa mereça, ou porque ela esteja tratando-a bem. O motivo para seguir esse caminho é a vontade Deus.

Portanto, se entendemos que o que fazemos é para imitar o exemplo de Cristo, e o que nos motiva é que isso faz parte da vontade de Deus, e não do que a outra pessoa faz, podemos começar a entender as diferentes necessidades que ambos temos.

A QUESTÃO DO AMOR E DO RESPEITO

É por causa do texto de Efésios 5:33 que podemos descobrir porque um homem e uma mulher se comportam do jeito que fazem. A leitura do texto diz que o homem deve amar sua esposa como a si mesmo, e a esposa deve respeitar seu marido.

Em primeiro lugar, percebemos que essa é uma ordem incondicional. O problema é que o homem tem mais facilidade para respeitar sua esposa, e a mulher tem mais facilidade para amar seu marido. Nisso reside o maior problema sobre as diferenças nos relacionamentos. O homem valoriza mais o respeito, e acha que isso é importante para a mulher também. Enquanto que a mulher sente mais falta das demonstrações de amor, e acha que o mesmo é o que agrada o homem. Não estou dizendo que a mulher não goste de respeito, e que o homem não gosta de amor. O que estou dizendo é que a prioridade para ambos é diferente.

Quando você e seu cônjuge entenderem o que significa amar e respeitar, os conflitos relacionais poderão ser evitados. O resultado poderá ser um amor maior, uma intimidade mais profunda, e os dois rumarem em direção ao casamento que Deus deseja para vocês.

Muitas pessoas não entendem essa diferença, e por não perceberem como mudar, eles não conseguem mais viver juntos. E muitos casamentos terminam por incompatibilidade. O problema é que não é uma questão de compatibilidade, mas de se assumir com seriedade o compromisso de suprir as necessidades emocionais mais importantes um do outro. Isso é o que faz a diferença no casamento.

Em primeiro lugar, segundo o texto, o homem deve amar sua esposa. Por que Paulo cita isso?

Há uma história que diz que um casal estava casado já há 3 anos, e o marido não falava nunca EU TE AMO para a esposa. Ela estava muito triste, e sempre procurava agradá-lo, mas essas palavras nunca apareciam. Por fim, numa noite, ela se vira para ele, e toda tímida pergunta se ele ainda a ama. Ele, quase dormindo, apenas faz um hum-hum com a cabeça. Ela não se dá por satisfeita, e pergunta novamente se ele tem certeza de que a ama. Com uma voz ainda mais baixa, ele repete o hum-hum. Ela, quase em desespero, pergunta pela terceira vez se ele a ama. Cansado, sem conseguir ter paz para dormir, o marido se vira para a esposa, e com uma voz de quem está muito contrariado diz: “Se eu não te amasse, não teria casado com você. E quando deixar de te amar, eu vou embora dessa casa!”

Isso não é amar uma esposa. O que os maridos precisam entender é que as mulheres não apenas precisam ser amadas, elas precisam ter certeza de que são amadas. É mais cômodo tratar essa necessidade da mulher de qualquer jeito, pois o homem não valoriza isso na vida dele. Só que, fazer uma mulher se sentir amada é algo que envolve muitos aspectos.

Um jeito de fazer a esposa se sentir amada é por meio de palavras, cartões, flores, presentes, gentilezas do dia a dia, etc. Por exemplo, é aquele marido que abraça e beija a esposa várias vezes durante o dia, criando um ambiente de afeto, e dando a ela a garantia de que ele a ama. Mas sem demonstrar qualquer iniciativa visando a relação sexual. Ele demonstra afeto porque a ama.

Outra maneira é por meio do diálogo. O homem precisa reservar um tempo diariamente para conversar com sua esposa. O assunto da conversa pode ser os fatos da vida, as novidades da família, curiosidades, medos, planos de futuro, educação de filhos, etc. Deve-se ter cuidado para não usar esse tempo para criticar ou ridicularizar o outro. Esse é um momento de partilhar pensamentos, idéias, sentimentos. Só que o marido deve lembrar que nesses momentos, ele precisa ser completamente honesto e sincero para a esposa. Não pode omitir nada. Por mais que ele tente disfarçar, a esposa percebe quando há algo que não está sendo mostrado. E isso a deixa muito insegura.

Mais outro aspecto é quando o marido se preocupa com a estabilidade financeira da família. Mesmo que a mulher trabalhe, é bom que o homem possa ser responsável pela alimentação e vestuário. Ele não precisa ser rico, mas é bom que ele possa ter condição de arcar com as despesas básicas da família. A esposa pode ajudar nessa questão, mas ela precisa estar certa de que o homem se dispõe a cuidar de sua família. Só que o ele não pode trabalhar demais, de tal forma que fique sem tempo para a família.

E por fim, a esposa precisa se sente amada quando o marido se envolve com a vida familiar. Ele precisa achar tempo para acompanhar o desenvolvimento educacional e moral de seus filhos. Não deve deixar tudo nas costas da esposa, como se ela fosse a única responsável. Deve estar presente nas apresentações musicais, nos jogos esportivos importantes, nos momentos difíceis dos filhos. Ele deve também discutir com a esposa os rumos a dar na educação e métodos de disciplina da casa. E deve fazer as coisas combinando com sua esposa, pois isso é o que melhor serve para educar os filhos.

Só que, do mesmo jeito que a esposa precisa se sentir amada, o marido precisa se sentir respeitado. Por que Paulo fala isso? Porque a tendência feminina é ter dificuldades em demonstrar esse respeito. É muito fácil para uma esposa, quando em público, ficar ridicularizando o homem, ou tratando ele com rudeza. Ou então, a esposa manipula o marido por meio de suas emoções, fazendo com que ele se sinta mal por pensar diferente dela. Só que devemos nos lembrar que o marido precisa do respeito do mesmo jeito que precisa do ar para respirar,

Um instituto de pesquisa americano fez uma pesquisa nacional acerca dos relacionamentos entre homens e mulheres. Uma pergunta feita aos homens dizia o seguinte:

“Até mesmo os melhores relacionamentos enfrentam conflitos acerca dos problemas cotidianos. Quando estou em conflito com minha esposa, é mais provável que eu esteja sentindo:

a) Que minha esposa não está me respeitando,

b) Que minha esposa não me ama.”

Não é de admirar que 81,5 por cento dos homens escolheram a letra A.

E, como a mulher pode demonstrar respeito por seu marido? Eis aqui algumas dicas.

Em primeiro lugar, e uma das mais importantes necessidades masculinas, é a realização sexual. Não estamos falando de métodos sexuais, mas sim da atitude. A mulher deve estar atenta para suas próprias reações sexuais, a fim de conhecer e entender o que melhor se apresenta nela e, em seguida, compartilhar com o marido essa informação. O objetivo é que ambos encontrem repetidos momentos de prazer e realização. Mas, lembre-se de manter-se atraente fisicamente para ele. A esposa precisa cuidar de seu visual para o marido. O homem é um ser que se atrai pelo físico e o que vê. Por essa razão, cuidar da aparência, das roupas, do corpo, estar bela e atrativa para ele é algo que o deixa muito orgulhoso da esposa quando estão em público, e o motiva para os momentos de intimidade dos dois.

Outro ponto é que o homem tem no lazer uma parte muito importante de sua satisfação. Por isso, é importante a mulher se interessar pelo que o marido gosta, e tentar ser eficiente nessas atividades. Ou sugerir ao marido outras atividades em que ambos possam encontrar satisfação juntos. Com isso, ela se torna sua companhia favorita para os momentos de entretenimento.

A mulher também deve proporcionar em seu lar um refúgio para os momentos de estresse que o marido encontra na vida diária. O lar para ele deve ser o local onde mais deseja estar, pois ali encontrará o conforto e o consolo que não encontra nas lutas da vida. Ali, ela demonstra compreender e admirar o marido mais do que qualquer outra pessoa. Está sempre lembrando ele de seu valor e de sua capacidade de realizar coisas maiores. Ela cuida e aumenta a autoconfiança dele, e se torna sua fã número um. Evita criticá-lo e se orgulha dele, pois tem um profundo respeito pelo homem que escolheu como marido.

Quando uma esposa tem cuidado em demonstrar respeito, obedecendo com isso a Deus, seu marido fica ligado a ela, e aberto a conversar sobre as dificuldades. Quando um marido demonstra seu amor para sua esposa, ela se sente valorizada. E ambos terão o que necessitam para viver bem.

Quando amor e respeito incondicionais são demonstrados por meio do tom de voz, das expressões faciais e das palavras que são ditas, os cônjuges se sentem revigorados e motivados no relacionamento.

CONCLUSÃO

Portanto, apesar de todos os outros problemas do relacionamento serem importantes, eles não são os principais. A falta de respeito ou a falta de amor é o principal problema. Apesar das outras coisas nos afetarem, elas não chegam nem perto do que realmente significa a falta de amor e respeito. O que mantém um relacionamento crescendo e melhorando é o amor e respeito que um tem pelo outro.

Conta-se a história de um senhor americano chamado Joseph H. Choate. Ele era um advogado muito respeitado em seu país, há alguns anos. E também era muito espirituoso, e sempre fazia comentários muito inteligentes. Alguém, certa vez, o perguntou: “Sr. Choate, se o senhor não fosse a pessoa que é, quem o senhor gostaria de ser?”

Sem hesitar, ele respondeu: “O segundo esposo de minha esposa”.

Esse é o alvo que é alcançado quando o casal pratica o princípio do amor e do respeito no casamento. O relacionamento se torna maravilhoso e cumpre o papel dado por Deus. Será que não está na hora de aplicarmos as verdades do plano de Deus para o casamento? Pode dar trabalho, mas sempre vale a pena. E, mesmo que você ache que a outra pessoa não merece, lembre-se de que Deus demonstra o Seu amor por nós mesmo quando menos merecemos. Siga o exemplo de Cristo, e você será muito mais feliz.

Que Deus abençoe sua família,

Osmar Reis Junior
Psicólogo do CEAFA

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