terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Reconhecendo o Próprio Erro

Uma das atitudes mais difíceis de ser desenvolvida é ser capaz de reconhecer o próprio erro, as próprias limitações. Todos nós somos muito rápidos em pontuar, destacar, mostrar em que momentos a outra pessoa cometeu um erro. No entanto, temos extrema dificuldade em reconhecer momentos em que nós mesmos somos os que falharam. E Jesus disse, conforme o texto acima, que temos a tendência de supervalorizar os pequenos erros dos outros, e subestimar nossos próprios erros.
O psiquiatra Roberto Shinyashiki tem uma frase sobre esse tema muito interessante: “Na simplicidade aprendemos que reconhecer um erro não nos diminui, mas nos engrandece”. Ser capaz de reconhecer as próprias falhas, ser humilde o suficiente para dar um basta na própria atitude, e buscar uma alternativa que seja menos prejudicial. Quantos cônjuges precisam dessa atitude!!!

Agora, um detalhe para a esposa: Em geral, as mulheres são mais capazes de exigir que o homem peça perdão, e têm mais dificuldade de pedir perdão. Como elas pensam de uma maneira ampla, e são capazes de guardar melhor os acontecimentos que os maridos, elas conseguem ver padrões de comportamento, que o homem ignora. E por isso, quando o homem começa uma discussão, elas entendem que aquele é um erro recorrente, e exigem que o marido reconheça essa realidade. Como eles têm dificuldade de entender isso, o perdão e o reconhecimento do erro acabam se transformando numa questão muito maior do que precisaria ser. Muitos chegam mesmo a desistir de viverem juntos, por causa das tais “diferenças irreconciliáveis”.

Já os homens possuem o “orgulho masculino”, que é algo que deixa as mulheres sempre numa situação mais delicada. Os homens têm a tendência de serem muito tolerantes com os próprios erros, mas bem pouco pacientes com os erros de suas esposas. Eles se permitem coisas que não gostam de ver em suas esposas. Um exemplo disso é o relacionamento com o sexo oposto. O marido não vê problema em se relacionar com mulheres, mas não gosta de ver a esposa conversando com amigos. Por isso, o homem precisa reconhecer a si mesmo como alguém que também falha, que precisa do perdão da esposa.

O problema é que reconhecer-se como alguém que necessita de perdão é algo que envolve confrontar-se com as piores fraquezas que se possui. É abrir mão da ideia de super-homem ou supermulher, e reconhecer-se como alguém que não foi bem, que precisa restaurar algo que foi perdido. Isso é complicado para muita gente porque desde pequenos, não gostamos de estar errados. Sempre temos a tendência de colocar a culpa em outra pessoa, ou outra coisa. A culpa foi da professora, do vizinho, do gato, e de qualquer outra coisa ou pessoa que possamos acusar, contanto que não tenhamos que reconhecer que fomos nós, que somos responsáveis por isso. Desenvolvemos, ao longo de nossa vida, o que chamamos de resistência à frustração, ou seja, impedir, a qualquer custo, o sentimento de fraqueza, de frustração, de estar errado. E isso vem acontecendo desde a criação do mundo, quando Adão culpou Eva, que culpou a serpente, por terem desobedecido a Deus (Genesis 3:12, 13).

Ou seja, já marcado em nossa genética trazemos conosco a tendência de nunca nos reconhecermos como realmente somos. A sempre supervalorizar nossas ações, e intolerar erros das outras pessoas. E, quando estamos errados, nos sentimos acuados, e agimos como crianças pequenas quando fazem coisas erradas: desejamos desaparecer, não falar com ninguém, ou começar a colocar a culpa em outra pessoa.

Isso é especialmente real no caso de conflitos conjugais. Em casal, marido e mulher não gostam de maneira nenhuma de reconhecer seu erro. Muitos acham que durante o conflito, caso reconheçam que cometeram um erro, perderão completamente o respeito da outra pessoa. Por isso, preferem perder tempo e até mesmo magoar a pessoa amada, a ter que ser humilde, e pedir perdão por um erro cometido.

Entretanto, o amor se fortalece, e a paz conjugal fica ainda mais forte, quando tanto o marido quanto a esposa são capazes de reconhecer o erro. Somente quem consegue se reconhecer pequeno é capaz de se tornar verdadeiramente grande. Por isso que Jesus disse que quem quisesse ser o primeiro, deveria ser o último (Marcos 9:35). É apenas reconhecendo-se como humano, falho, cheio de traumas e maus hábitos, que podemos realmente adquirir o respeito da outra pessoa.

Além disso, só há mudança quando a pessoa se reconhece com problemas. Se o cônjuge nunca reconhece que está errado, nunca está disposto a pedir perdão, mas sempre acusa a outra pessoa de ter feito com que as coisas seguissem por aquele caminho, essa pessoa está pavimentando a estrada da separação emocional da pessoa com quem está casado/casada. Cria-se um muro, um abismo, de separação entre as duas pessoas. Uma sempre está certa, e a outra sempre se sente culpada. E como consequência, os dois vão perdendo, pouco a pouco, a capacidade de realmente se amarem e de serem felizes na vida a dois.

A falta de perdão, de reconhecimento do erro, gera frustração, que gera desânimo, que muitas vezes gera depressão, ou descaso pela outra pessoa. Com isso, alguns decidem se separar, ou então permanecem casados, mas sem qualquer intimidade emocional entre eles. Vivem juntos mas não são um casal de verdade.

Além disso, não fiquem lembrando as culpas passadas. Se algo foi aconteceu que desagradou a você, procure seu cônjuge para conversar, e exponha as suas razões. Não guarde, esperando para ver quando ele ou ela vai fazer de novo, para você acusar tal pessoa. Se não conversarem sobre isso, não fique remoendo. Tome a atitude de jogar tudo para o fundo do mar do esquecimento, e nunca mais se lembrar. Não vale a pena ficar guardando as mágoas. Mágoas guardadas só servem para deixar você se sentindo pior.

Além disso, não se deixe levar pelo orgulho. Não esqueça que aquela pessoa que ali se encontra é a pessoa com quem você decidiu passar a vida inteira, que é a pessoa que você ama. Por isso, se você exigir que ele/ela reconheça todos os erros que já cometeu, vocês podem entrar numa briga sem fim. Se na briga de casal houver um vencedor, os dois perdem. O objetivo deve ser reconhecer o erro para mudar, para crescer, para perdoar.

Peça para Deus lhe conceder misericórdia e paciência para lidar com os problemas de seu marido ou de sua esposa, e sabedoria para ser capaz de enxergar os seus próprios erros. E não tenha medo de procurar seu cônjuge para pedir perdão pelos erros que o Senhor lhe mostrar. Isso fará de vocês um casal muito mais feliz.

Que Deus continue abençoando sua família,

Osmar Reis Jr.

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