sábado, 19 de novembro de 2011

O Casamento Para Deus


“E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo. Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado” (1 Coríntios 7:8-9).
Muito se tem questionado sobre o que é o verdadeiro casamento para Deus e como ele se estabelece. Paulo, nos versículos acima, diz que é preferível se casar a coabitar com o outro sem ter passado pela experiência do casamento. O texto traz uma advertência muito séria, mas não elucida como o casamento para DEUS é consumado.

Uma coisa temos como verdade: casamento é bem diferente de se abrasar. Abrasamento, nesse caso, é esquentar, abrasar a carne, fornicar, manter relação sexual antes do casamento, em uma mera relação de namorados ou noivos, independentemente se dividem o mesmo teto ou não. Digo independentemente porque há um segmento de líderes cristãos que defende o estabelecimento do casamento aprovado por DEUS pela simples intenção que o casal tem de se tornar uma só carne, sem necessariamente oficializar a união na presença de um Juiz de Direito ou de um líder religioso. Ou seja, para essa linha de pensadores, basta um casal ter a intenção de se entregar como homem e mulher e coabitar que o casamento cristão já fora estabelecido. Eles se baseiam no argumento de que, à época do primeiro casamento instituído por DEUS, ainda no Éden e muito antes do primeiro pecado, não havia cartório nem autoridade espiritual humana como testemunha. Porém, depois que DEUS formou e constituiu as autoridades humanas, a doutrina apostólica nos orienta a sermos submissos a elas, obviamente se essa submissão não transgredir os princípios cristãos: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus” (Romanos 13:1).

Verdadeiramente o casamento entre um homem e uma mulher, em sua origem, não pertence às igrejas, às placas denominacionais; muito menos às leis dos homens. Ele nasce no momento em que DEUS afirmou: “E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra. Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou: homem e mulher os criou. Então Deus os abençoou e lhes disse: frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a (…) (Gênesis 1:26-28). Casamento é muito superior a tudo isso; ele fez parte do plano criacional do PAI no início de tudo; e, se foi criado por DEUS em um tempo onde não se tinham igrejas nem cartórios, DEUS foi a única testemunha. ELE criou e testemunhou: “Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne. E ambos estavam nus, o homem e sua mulher; e não se envergonhavam” (Gênesis 2:24-25). Porém, durante a formação e a evolução da humanidade, DEUS deu origem a outras gerações, constituiu líderes e escolheu um povo para ser exclusivamente DELE. A cada instituição formada na terra, DEUS também deu mandamentos, ordens, conselhos a ser seguidos. Ou seja, nem por essa razão, DEUS deixou de ser DEUS, ELE próprio em sua soberania e Poder. Entendo, com isso, que o SENHOR também delegou aos seus líderes e profetas humanos a autoridade de instituírem os matrimônios abençoados por ELE, apesar de não encontrarmos, em toda Bíblia, passagens que remontem aos detalhes de uma celebração religiosa realizada por algum líder. Se existe, confesso que não me veio à memória. O que vimos são versículos que falam de casamento como a passagem das bodas em Caná da Galiléia, em que diz claramente que JESUS e seus discípulos foram convidados e se acharam presentes naquela celebração (João, capítulo 2).

Não posso admitir como casadas duas pessoas que simplesmente decidiram ter uma vida incomum, morando debaixo do mesmo teto; e que bastaria a elas fazer um pacto entre si; sem a necessidade de buscar a igreja ou o cartório (com o argumento de que no Éden não havia tais instituições); pelo simples fato de que ninguém, repito absolutamente ninguém neste mundo, faz esse pacto mútuo, um voto entre si, antes de decidirem dividir o lençol da cama. Ou você conhece pessoas que antes de irem morar juntas fizeram um voto restritamente entre elas? As pessoas simplesmente se envolvem sentimentalmente, sexualmente, traçam objetivos comuns, têm filhos, dividem as despesas, compartilham dos seus problemas, das suas angústias, das alegrias, mas não fazem pacto nenhum, nem em público nem entre elas. Não existe essa história de um olhar para o outro e dizer: “meu amor, a partir de hoje eu a tomo por esposa e você me toma por marido, e somos uma só carne em CRISTO JESUS”. Concordo que para o casamento ser consumado, segundo a vontade de DEUS, deve haver a plena concordância do casal em estabelecer aquela aliança, o pacto mútuo, um voto assumido e a conseguinte relação sexual. Concordo que a existência do casamento faz parte do projeto criacional de DEUS, estando acima dos templos denominacionais e das leis humanas. Mas, onde esse pacto, esse voto seria assumido? Na presença de quem? Se não existirem as testemunhas e o local, como comprovar a existência do voto, passando ele apenas pela intenção do coração? Ainda assim alguém poderia me perguntar: e onde estão, na Bíblia, os votos públicos feitos por Noé e sua esposa, de Abraão e Sara, de Isaque e Rebeca, de Davi e sua esposa; de Jó e a mulher que sugeriu que ele amaldiçoasse DEUS; de José e Maria; de Pedro e sua esposa? Nós não encontraremos na Sagrada Escritura. Nem mesmo o de Adão com a primeira mulher no Éden. E aquela festa de casamento, da qual JESUS participou juntamente com Maria e lá ELE transformou água em vinho, não teria sido realizado segundo as leis cerimoniais judaicas? Acredito que, com exceção dos que não tiveram oportunidade de oficializar o matrimônio à frente de uma autoridade constituída por DEUS, pela inexistência de tais instituições (elas foram surgindo aos poucos com o passar do tempo), todos os outros casamentos devem cumprir e bem todas as exigências legais, culturais e religiosas do tempo em que foram realizados.

Ver o casamento apenas sob o âmbito da intencionalidade do casal parece, a meu ver, trilhar por caminhos perigosos e obscuros; visto que não poderemos ter a certeza absoluta se de fato aconteceu e se foi verdadeiro (pois só DEUS conhece as reais intenções do coração humano); e consequentemente podermos dar a orientação correta ao casal, na real situação em que ele se encontra diante de DEUS. Creio que todos os casais bíblicos citados acima foram casados segundo a vontade do SENHOR; pois se algum estivesse fora dos parâmetros divinos para o matrimônio, o próprio DEUS se encarregaria de nos revelar na Sua Santa e Gloriosa Palavra; considerando que até atitudes pecaminosas dos grandes homens de DEUS também foram reveladas, como foi o caso do adultério de Davi. Seria absurdo querer que o casamento atual fosse realizado como foi no Éden, pois hoje, diferentemente daquela época, dispomos das igrejas, dos líderes, dos cartórios e de vários outros recursos, como, por exemplo, a Internet. Ao contrário de tudo isso, se admitirmos que o apenas “viver juntos”, debaixo do mesmo teto, fosse casamento para DEUS, estaríamos correndo o risco de formar várias gerações de fornicadores no futuro, e levá-los ao inferno; ou mesmo de tentarmos transformar as relações de abrasamento constituídas em algo lícito diante de DEUS. Quem quiser que o faça. Eu prefiro não crer nem ensinar dessa forma.

A revelação do Espírito Santo e a minha fé me dizem que para existir o verdadeiro casamento de DEUS é preciso:

Que ambos nunca tenham sido casados antes, ou seja, que de fato sejam solteiros (ou viúvos);
Que desejem por livre e espontânea vontade coabitarem;
Que esse desejo seja concretizado em um voto assumido na igreja ou no cartório;
Que o casal, depois disso, tenha relação sexual.
 O que JESUS considera relação sexual ilícita (pornéia no grego com significação ampliada), como o que ELE se referiu aos judeus em Mateus 19:9? O que não é casamento para DEUS e consequentemente precisa ser desfeito?

União entre pessoas do mesmo sexo;
União entre pessoas com o mesmo grau de parentesco (exemplo: tio com sobrinha, pai com filha, irmão com irmã etc.);
União em que uma das partes foi forçada a aceitar a relação por meio de alguma ameaça (ou dos pais ou mesmo do noivo);
União em que pelo menos uma das pessoas tenha sido casada antes e seu cônjuge esteja vivo (segundo casamento de divorciado);
Viver juntos, morar na mesma casa, ter relação sexual, sem nunca terem passado pela confissão pública do casamento.
Há um outro ponto que parece polêmico na Bíblia Sagrada: é se o casamento entre uma pessoa cristã com uma ímpia pode ser aceito por DEUS. Na Segunda Carta que escreveu aos Coríntios, Paulo advertiu: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; por que que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2 Coríntios 6:14-18). Parece-nos que o apóstolo estava instruindo aos cristãos a não se relacionarem com pessoas não-cristãs. Mas se o namoro-noivado começou assim e se concretizou em casamento, debaixo da desobediência à Palavra de DEUS? Na Primeira Carta que escreveu aos cristãos dessa mesma cidade, o apóstolo parece expor uma solução para esse problema, ainda que deixe bem claro que tal conselho é dele, de sua natureza apostólica: “Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido. Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa (essa verdade também foi exposta em 1 Pedro 3:1), e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora são santos” (1 Coríntios 7:12-14) (acréscimo meu). O que seria uma aparente contradição nas palavras do apóstolo foi largamente esclarecido. O que muitos alegam para justificar um possível não-reconhecimento de um casamento entre uma pessoa cristã e uma ímpia é o que está escrito em Esdras, capítulo 10. Mas um texto bíblico não pode contradizer outro, especialmente quando comparamos uma passagem pautada na antiga lei de Moisés, na cultura judaica, com aquilo que ensinou JESUS e seus apóstolos confirmaram. Nós não somos judeus para vivermos presos pelo jugo de uma lei civil e ultrapassada. Se tal casamento não fosse aceito por DEUS, Paulo, sem sombra de dúvidas, teria escrito e advertido com palavras claras e inquestionáveis: “desfaçam-se desse casamento, pois ele não vem do Senhor!”. Mas o conselho que ele, como homem de DEUS, deu foi exatamente o contrário disso.

Eu, assim como todos os demais conselheiros matrimoniais, antidivorcistas, sabemos o quanto é complicado orientar casais que, em outro tempo, constituíram união ilícita aos olhos de DEUS; como é triste e doloroso dizer a uma pessoa ou ao casal: “vocês precisam se separar”, especialmente quando se tem filhos envolvidos e anos de convivência. Mas, como pastor da área de família e, sobretudo, como servo de DEUS, tenho aprendido a trazer a minha vida as verdades de CRISTO, renunciando a tudo, ainda que tenha que sofrer na minha carne por isso. É preciso perder para ganhar lá na frente; é preciso chorar por amor e obediência a Palavra de DEUS. JESUS me ensinou esses princípios fundamentais. A perda do meu EU que me leva a conquistas maiores; como um dia ser herdeiro da glória de DEUS. JESUS não ensinou que tínhamos que buscar a nossa felicidade pessoal. ELE disse que buscássemos a santidade NELE, a obediência pelo amor. Muito mais que uma aliança no dedo, um casamento para DEUS é o reconhecimento da unidade afetiva, sexual e espiritual, testemunhado, selado e registrado no Céu. Que Nosso SENHOR nos abençoe!

FERNANDO CÉSAR

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