sábado, 20 de junho de 2015

Transferindo os sonhos de Deus no coração dos pais aos filhos

Salmo 127
1 Se o Senhor não edificar a casa
Em vão trabalham os que a edificam
SE O Senhor não guardar a cidade em vão vigia a sentinela
2 Inutil vos será levantar de madrugada
Repousar tarde, comer o pão de dores, pois da a eles aos seus.
Amados o sono. 3 Os filhos são herança do Senhor
E o fruto do ventre o seu galardão
4Como flechas na mão do valente, assim são os filhos.
Da mocidade.
5 Bem aventurado o homem que enche deles a sua aljava
Não serão envergonhados quando falarem com seus inimigos a porta.

Vivemos num tempo onde gastamos muitas de nossas energias em entretenimentos e ações superficiais que pouco nos acrescentam experiências boas. A intensidade do ritmo que vida moderna nos impõe nos impede por falta de tempo disponível, de fazer avaliações e analise da nossa vida conjugal e familiar. Precisamos disponibilizar um tempo para fazermos avaliações criteriosas das nossas ações sobre a energia e o tempo que gastamos, se tem valido a pena os esforços que empreendemos em nossos projetos pessoais e se Deus está inserido neles.

Sócrates, o grande pensador grego, apesar de não ter vivido no tempo de Cristo, teve uma noção da vida cristã quando afirmou: “Quem vive uma vida sem análise, não merece viver” Por exemplo: na medida em que voce participa nesse site, tens a oportunidade de fazer avaliações em quanto lê as mensagens que aqui são editadas. Entre as mensagens aqui impetradas o salmo 127 é uma poesia, e para compreender poemas, precisamos ser poéticos e interpretar o coração do Salmista quando escreveu esse texto.

O salmista apresenta um salmo que pode ser dividido em duas partes. Na primeira ele apresenta um contraste no verso um e dois, na segunda parte, nos versos três a cinco, ilustra o contraste. Senão vejamos: Ele inicia “1Se o Senhor não edificar a casa Em vão trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade em vão vigia a sentinela. O que é interessante é a repetição da palavra “vão” Esse salmo fala de dispêndio, a forma como desperdiçamos nossas energias, isso porque há três tipos de coisas que gastamos: Tempo, dinheiro e energia. O dinheiro é apenas uma das formas resultantes dos gastos de nossas energias.

O Salmista faz uma pergunta nas entrelinhas desse texto: Como gastamos nosso tempo e energia nos projetos que elaboramos? Ele não questiona a construção da casa, ela pode ser construída Ele não questiona o esforço, as muitas atividades, ele apenas questiona é forma como deve ser construído, ele acrescenta: “se o Senhor não edificar” é “vão” é “inútil” os esforços. A empresa pode ser edificada, os projetos podem ser construídos, A pergunta final é: E daí? O Salmista salienta “Se o Senhor não edificar a casa”... é “vão.” Toda energia gasta? Inútil vos será.

Ele está dizendo que, se estamos gastando nossas energias e tempo em rotinas diárias e repetitivas em projetos nos qual o Senhor não tem interesse algum, no sucesso em que Ele não esta interessado, estamos perdendo tempo. Muitos vão olhar para trás e dizer: “Gastei minha vida”. Trabalhei tanto... Para que? Para nada serviu e nada significativo permaneceu.” Agora, há uma verdade. Por elaborar projetos que exigem ações repetitivas em que Deus é glorificado nada é vão. Uma ação é a manifestação visível de um pensamento. Temos que aperfeiçoar tudo, pensar nos detalhes, aprender técnica de tal maneira que ela se torne intuitiva. O poeta Salomão ao escrever esse salmo faz uma alusão de sua própria experiência de sua vida. A forma como seu pai Davi lhe deixou um legado de bênçãos.

“2Inutil vos será levantar de madrugada e pousar tarde, comer o pão de dores, pois da a eles aos seus amados o sono.”

Os esforços sem Deus no comando, são energias gastas em trabalhos inúteis. Após fazer essas assertivas ele faz alusões poéticas.Vejamos as interpretações alusivas que Salomão dá a palavra amados. Salomão foi um dos filhos que Davi teve com Bate-Seba. Evidencia-se que Salomão falava de sua própria experiência, visto que a palavra “yadid” no hebraico significa “amado”. Quando Bate-Seba foi consolada pela morte do primeiro filho com Davi se encontra essa passagem:

2 Samuel 12:24-25 “Então consolou Davi a Bate-Seba, sua mulher... E teve ela um filho, e chamou seu nome Salomão; e o Senhor o amou. E o enviou pela mão do profeta Nata, e este chamou o seu nome Jedidias, por amor do Senhor”.
Salomão recebeu do próprio Deus o nome: yadid de Yahweh, o amado do Senhor. O nome se encaixa nele. Quando pensamos em Salomão, o que vem em nossa cabeça? Sabedoria!
Salomão tinha ciência de ser o continuador da obra do seu pai Davi no reino de Israel. Desde menino, sabia que herdaria o trono de seu pai e tinha como missão ser aquele que construiria o templo de Deus, a casa de Deus.

“Disse Davi a Salomão: Filho meu, tive em meu coração o propósito de edificar casa ao nome do Senhor meu Deus. Porém veio a mim esta palavra do Senhor: Tu derramaste sangue em abundancia, e fizeste grandes guerras. Não edificarás casa ao meu nome, porque muito sangue derramaste na terra, perante a minha face. Mas terás um filho, que será homem de paz e repouso, lhe darei repouso de todos os seus inimigos ao redor. Salomão será o seu nome e eu darei paz e descanso a Israel nos seus dias. Este edificará casa ao meu nome. Ele me será por filho e eu lhe serei por pai. E confirmarei... “...Agora meu filho, o Senhor seja contigo, prospera e edifica a casa do Senhor teu Deus, como Ele disse a teu respeito.” II Crônicas 22;8-11

 .

Em I Reis 3: 5 encontramos:
“Em Gibeom apareceu o Senhor a Salomão de noite em sonhos, e lhe disse: Pede-me o que quiseres que te de. Respondeu Salomão: ... Dá ao teu servo um coração entendido para julgar o teu povo...”.

As maiores bênçãos que Salomão recebeu em sua vida, aconteceu quando dormia. A capacitação para realizar o supremo projeto de Deus colocado por Davi seu pai ao seu coração. O amado do Senhor, não apenas para capacitá-lo com sabedoria para realizar o propósito, ainda contempla o fruto de sua obra; ele recebe os dividendos enquanto está repousando.

A alusão é a de um filho que tem de caminhar numa longa jornada para cumprir o propósito que Deus deu ao seu pai terreno para que fosse o continuador da sublime tarefa de lhe edificar uma casa. Enquanto caminham, o filho se cansa. O pai, então, o põe na garupa, agarrado ao pescoço, e mesmo que o filho adormeça, este continua a caminhada, por quê? Porque está acompanhando o pai na jornada. O amado do Senhor habita na garupa do Pai Celestial. É isso na realidade que o salmista tem em mente. Ele recebe o dom da sabedoria enquanto dormia, descansava. Esta referencia “amados do Senhor” vai além de Salomão. A expressão mais tocante é a de Deuteronômio 33:12

“ De Benjamim disse: O amado do Senhor habita seguro com Ele, todo o dia o protejerá, e descansará nos seus braços.”

Todos os pais que se encontram nesse projeto de investir na vida de seus filhos apesar dos esforços rotineiros, não é trabalho “vão”. O Casal, que tem colocado a sua confiança naquele que é maior que Salomão, são, amados do Senhor e seus filhos são dados como herança do Senhor para serem os continuadores dos projetos de Deus. Entre tantos projetos que não são “vão” o sábio Salomão salienta a importância de perpetuar no coração dos filhos os sonhos de Deus, pois eles serão os continuadores das obras de seus pais.
Na continuidade do salmo encontramos a comparação do contraste; Os filhos são herança do Senhor E o fruto do ventre o seu galardão”

Nos momentos de lazer, gosto de ler livros. Por esses dias estava lendo o livro de Paulo Coelho intitulado “Rios que fluem” uma série de crônicas do autor que foram publicados em vários jornais em alguns paises. Paulo Coelho tem como esporte praticar arco e flecha. Achei interessante o que ele escreveu em uma de suas crônicas sobre a pratica do tiro do arco e flecha. Vou ler na integra o que está escrito na pagina 24 uma parte do texto em que o autor cita o caminho do tiro com o arco.

“Como observar o vôo da flecha: A flecha é a intenção que se projeta no espaço. Uma vez que foi disparada, já não há mais nada que o arqueiro possa fazer a não ser acompanhar o seu percurso em direção ao alvo. A partir desse momento a tensão necessária para o tiro já não tem mais razão para existir. Portanto, o arqueiro mantém os olhos fixos no vôo da flecha, mas seu coração repousa e sorri. Neste momento, se treinou o bastante, se conseguiu desenvolver seus instinto, se manteve a elegância e a concentração durante todo o processo do disparo, ele sentirá a presença do Universo, e verá que sua ação foi justa e merecida. A técnica faz com que as duas mãos estejam prontas, que a respiração seja precisa que os olhos possam fixar o alvo. O instinto faz com que o momento do disparo seja perfeito. Quem passar por perto e ver o arqueiro de braços abertos, com os olhos acompanhando a flecha ira achar que esta parado. Mas os aliados sabem que a mente de quem fez o disparo mudou de dimensão. Esta agora em contato com todo o Universo: ela continua trabalhando, aprendendo tudo que aquele disparo trouxe de positivo, corrigindo os eventuais erros, aceitando suas qualidades, esperando como o alvo reage ao ser atingido. Quando o arqueiro estica a corda, pode ver o mundo inteiro dentro do seu arco. Quando acompanha o vôo da flecha, este mundo se aproxima dele, o acaricia, e faz com que tenha a sensação do dever cumprido”. Paulo Coelho

 Ao ler esse texto me vem ao coração à conclusão do salmo 127 “4Como flechas na mão do valente, assim são os filhos da mocidade (. 5) Bem aventurado o homem que enche deles a sua aljava Não serão envergonhados quando falarem com seus inimigos a porta”.

O amado do Senhor não trabalha em vão. Nos projetos que estabeleceu tem como base avaliar os projetos de Deus. Colocar os alvos de Deus no coração dos filhos é uma das metas estabelecidas. Depois que cumpre o seu dever e transforma sua intenção em gestos, não precisa temer mais nada. A partir de agora está na garupa de Deus, nos ombros do pai.

O arqueiro treina muito, antes de ir para o alvo final. Durante o treino, muitas flechas passam longe do seu objetivo, porque sabe que só ira aprender a importância do arco, da postura, da corda, e do alvo depois que repetir seus gestos milhares de vezes, sem medo de errar. Até que chega o grande momento em que não é preciso pensar no que se está fazendo. A partir daí, o arqueiro passa a ser o seu arco, sua flecha, seu alvo.

Nenhum esforço que vise a repetição e esforço continuo visando a gloria de Deus é inútil e vão. Nesse caso não é inútil repousar tarde ou trabalhar arduamente nos projetos de Deus. Quando se esgotarem os esforços, durma tranqüilo, porque Deus tira hora extra enquanto você dorme. Você é amado do Senhor, esta viajando na garupa de Deus Ele fará que seus alvos alcançados que seus filhos sejam estabelecidos. Se o Senhor edificar a casa, seu futuro será brilhante. Talvez você não consiga realizar todos os sonhos de sua vida durante o tempo que por aqui peregrinar. Mas se o Senhor edificar tua vida, seus filhos serão os continuadores dos sonhos de Deus que foram colocados no seu coração. No futuro, sua história será um rastro de luz, e muitos verão os resultados dos teus trabalhos. Na eternidade recolheras os frutos e poderás dizer. Meu trabalho não foi vão nem meu esforço inútil, por que o Senhor edificou minha casa.


PEDRO LUÍZ DE ALMEIDA 

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