quinta-feira, 4 de junho de 2015

OS RAPAZES DO PORTÃO

A fechadura do portão da casa onde moro apresentou um problema. Ela, repentinamente, não abre nem fecha mais.

Indicaram-me dois rapazes, que moram na rua detrás, e trabalham com isso. Na verdade, não são apenas colegas que dividem o ofício profissional diário. São irmãos de sangue.

Depois de alguns contratempos, consigo entrar em contato com um deles pelo telefone. Marcamos para a realização do conserto no outro dia.

No dia seguinte, aguardo-os com grande necessidade. De repente, deparo-me com dois rapazes de aparência muito diferente: um, negro, baixo, magro e de cabelo bem encaracolado. O outro, claro, forte, alto e de cabelos mais estirados.

Logo me rendi a minha curiosidade e perguntei: “são irmãos?”. “Sim, somos”, respondeu-me o mais forte. “Somos bem diferentes fisicamente porque somos irmãos de pais diferentes; apenas da mesma mãe. O pai desse outro aqui abandonou a nossa mãe, e como ela era bem nova e não queria viver sozinha, ajuntou-se com o meu pai”, complementou.

Bem, o conserto do portão demorou bem mais do que prevíamos. Do lado de fora, ouço, dentro de um carro bem velho, o locutor de uma rádio protestante abordando, da maneira dele, o tema casamento.

Imediatamente pensei no quanto os religiosos hoje em dia estão se preocupando mais com as alianças matrimoniais, embora, repito, da maneira deles. Talvez seja pelo grande número de pessoas que estão chegando aos templos com a família completamente destruída. Muitas delas estão exigindo uma posição bíblica em relação ao problema. Não se contentam mais com as expressões “certo” e “errado”.

E quem tentar ignorar essa cobrança social religiosa ou tentar falsear a Palavra de DEUS, vai terminar sucumbindo, desaparecendo.

De repente, um deles se aproxima do meu automóvel e vê bem atrás um adesivo colado com os seguintes dizeres: Deus Restaura Famílias, e, abaixo, o endereço do Ministério na Internet.

“O senhor é pastor?”, pergunta-me um deles.

“Sim, sou pastor, pela pura misericórdia de DEUS. Ensinamos a doutrina do Reino de DEUS às pessoas e trabalhamos também com pessoas que tiveram a família destruída”.

“Meu casamento está quase destruído. Estou passando por um momento muito difícil”, confessou um deles.

“Vocês são casados?”, agucei a minha curiosidade.

“Sim, somos casados”, para logo em seguida emendar: “Não somos bem casados. Vivemos juntos há alguns anos com as nossas companheiras. E eu, particularmente, estou passando por uma forte crise com a minha".

“A instituição casamento ganhou uma feição um pouco modificada do tempo em que foi criada. Naquele tempo, não havia padres, pastores, líder religioso algum; não havia templos, cartório, muito menos Juiz de Paz. Hoje, precisamos nos submeter às leis sociais, às determinações legais de cada país, desde que elas não firam os princípios de DEUS. O SENHOR DEUS criou o casamento com o objetivo de procriar como também atender a uma necessidade do homem, que ELE tinha acabado de criar. Depois, o casamento passou a ser uma instituição santa, testemunhada por DEUS, voltada para a preservação da santidade das pessoas, para que elas não recaíssem na armadilha das concupiscências carnais. O apóstolo Paulo escreveu em 1 Coríntios 7, versículos 2: ‘Mas por causa da fornicação cada um tenha a sua própria mulher e cada mulher seu próprio marido’. Adiante, nesse mesmo capítulo ele diz: ‘Mas se não conseguem se conter, então se casem; pois é melhor o casamento do que viver em brasas’ (1 Coríntios 7:9). Ninguém pode ser santo no espírito, estando com o corpo em pecado. O corpo, em pecado, torna igualmente a alma pecaminosa, suja, aos olhos de DEUS. Quando duas pessoas solteiras, de sexo diferente, casam-se, o corpo de um passa a ser propriedade exclusiva da outra, e o corpo dela, propriedade exclusiva do seu marido. Acontece que, como todo casamento, vêm as lutas, brigas, desavenças, agressões muitas vezes, que, quase sempre, terminam em separação e em divórcio. E como isso tem acontecido com frequência entre indivíduos bem jovens ainda, que não atentam para a Verdade do SENHOR; eles terminam buscando a felicidade pessoal nos braços e em uma vida sexual comum com novas criaturas. Esse é o retrato dos relacionamentos do mundo, nos quais os cristãos jamais devem se espelhar. Um cristão casado, que se desentende com a sua esposa, jamais deve pensar em separação, mas em reconciliação. Essa é a vontade de DEUS para os Seus filhos. Somente a morte de um cônjuge pode conceder a permissão ao viúvo de contrair um novo casamento, e desde que seja com uma pessoa cristã, temente a DEUS, solteiríssima ou igualmente viúva”.

Quando acabo de explicar tudo isso, percebo o olhar perplexo dos dois, diante de tudo o que acabaram de ouvir.

Mas, o melhor de tudo foi que eles digeriram muito bem e com sinceridade o conselho que passei para eles: “Abstenham-se urgentemente da relação sexual ilícita com suas companheiras, arrependam-se, em lágrimas, de toda a vida pecaminosa que viveram; e projetem, no SENHOR, a realização de um casamento santo, digno, lícito, aos olhos do nosso DEUS”.

“Sim, senhor Fernando. Tudo o que o senhor acabou de nos ensinar é a pura Verdade, pela qual nós devemos viver. Obrigado por tudo o que o senhor acabou de nos dizer pelo Espírito Santo de DEUS. Que ELE continue te dando força e sabedoria para continuar a sua caminhada aqui na terra".

Quando aqueles rapazes saíram da casa onde moro, percebi o real motivo de o portão ter apresentado tal defeito. Eles precisam ir até a minha casa e ouvirem tudo o que ouviram.

Há esperança para o pecador. Ele só precisa ouvir a Verdade em amor e querer se afastar do pecado. Sei que isso não é fácil; mas com a ajuda do SENHOR e um coração quebrantado é possível transformar uma alma perdida em um espírito herdeiro do Reino de DEUS. Basta injetar no coração o querer correto, a vontade santa.


Em CRISTO.


FERNANDO CÉSAR 

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