Casamento é uma viagem!
“Viajar com quem se ama pode ser prazeroso, mas nem sempre é o que acontece. Por que?” Se você quer conhecer bem uma pessoa, faça uma viagem de muitos dias com ela. Na medida em que o tempo for passando e a nível familiaridade for aumentando, a pessoa vai deixando vazar tudo aquilo que não deixaria num relacionamento rápido e superficial. Casar é conhecer, e se conhece o cônjuge na medida em que a viagem vai acontecendo. Você já observou que todo quadro quando visto de longe é perfeito, porém, quando nos aproximamos, os defeitos vão aparecendo e concluímos que, não existe artista perfeito. Durante o período do namoro, os dois contemplam o quadro de longe, e dá a impressão de que é perfeito, mas é no dia a dia da convivência conjugal os defeitos, as imperfeições, os hábitos, as manias vão aparecendo. Porém, os dois devem construir o relacionamento com base nas qualidades um do outro. A viagem conjugal tem suas fases, na primeira, o que os dois enxergam um no outro, é aquilo que foi idealizado, sonhado, projetado. Tudo é maravilhoso e encantador, é a fase da idealização. Até o ronco dele soa como sinfonia angelical e a “baba” dela enquanto dorme o inspira. É quando ele diz pela manhã ao vê-la dormindo e babando: “Baba minha babadinha, porque até babada você é uma gracinha!” Essa fase é a fase do “amor-cégo”, o príncipe ainda é azul. Depois de alguns meses, começa a segunda fase, é a fase da dês-idealização, que poderíamos chamar de “cair na real”. Os dois percebem que não se casaram com “anjo”, mas sim com um “ser-humano”, cheio de limitações, imperfeições, defeitos etc. O que todo casal não pode se esquecer, é que o casamento é uma bênção, mas é a união entre duas pessoas que estão num processo de cura e libertação. Essa compreensão pode tornar o ajustamento conjugal mais fácil, trazendo muita alegria nesta viagem. Uma pergunta que sempre faço em minhas palestras é: “Está sendo bom para o seu cônjuge viajar com você? Se fosse para ele(a) começar tudo de novo, você seria escolhido novamente?” Ouvi falar de um casal, que viveram cinqüenta anos de casados, depois ele morreu e foi para o céu. Após dois anos, a esposa que o amava muito vencida pela dor da saudade morreu e também foi para o céu. Ao chegar no céu a primeira pessoa que ela procurou foi seu marido. Quando ela o avistou de longe, gritou: – Meu velhooo! Ao ouvir a voz dela, ele gritou: – Auto lá, aqui não, você não lembra que é só até que a morte nos separasse! Quanto tempo você quer que dure a sua viagem conjugal? Bodas de diamante são setenta e cinco anos de vida a dois. Para uma viagem de setenta e cinco anos, é necessário três coisas básicas: Planejamento, investimento e manutenção. Planejamento. Ninguém faz uma viagem longa sem um planejamento criterioso. Planejar significa pensar antecipadamente. Pessoas que planejam sabem onde, quando e como chegar. Ninguém começa uma viagem sem saber para onde está indo. Planejar é pensar, calcular, desenhar, escrever, elaborar com base em um objetivo pré-definido. Stephen Covey, autor do livro “Os Sete Hábitos das Famílias Bem Sucedidas”1, chama isso de: “Missão Familiar Compartilhada”. A maioria das pessoas para as quais eu pergunto: – O que você pensa para o seu casamento e família para daqui a dez anos? Onde vocês querem estar e o que pensam em conquistar daqui a vinte anos? A resposta quase sempre, é: – Não pensei nisto ainda, ou o futuro a Deus pertence, ou ainda, não estou muito certo quanto ao nosso futuro. Se o casal deseja que a sua viagem alcance “bodas de diamante”, setenta e cinco anos de vida conjugal é necessário uma preparação excepcional. Ninguém alcança esta marca sem planejamento, esforço e muita dedicação. Investimento. Toda viagem longa tem o seu custo. Os que investem muito de si, vivem com mais qualidade e tornam a viagem mais prazerosa. No casamento, marido e mulher precisam diferenciar o que é “gasto”, daquilo que é “investimento”. A qualidade da viagem depende do quanto os dois estão disposto a investir, não apenas dinheiro, mas tempo, carinho, atenção, amor, dedicação etc. Manutenção. Assim como o carro, o avião, o barco, o trem, precisa de manutenção, não é diferente o casamento. Quando não há paradas para manutenção, o risco de um acidente na viagem é sempre maior. Ninguém viaja com segurança quando não há paradas para manutenção no carro. Sem manutenção nenhum casamento vai muito longe. Qualquer motorista experiente, ao perceber alguma luz amarela ou vermelha acessa no painel, entende que é hora de parar para revisão. Casais inteligentes, param ao primeiro sinal de alerta. Alguns sinais de perigo na viagem conjugal, quando a luz de alerta acende: 1. O silêncio – Quando não há mais diálogo. 2. O desrespeito. 3. Pequenos motivos gerando grandes conflitos. 4. Encontros sexuais espaçados. 5. Problemas da vida a dois se tornando públicos. 6. Outras pessoas começam a se tornar atraente provocando constantes pensamentos de adultério. 7. Tudo no outro irrita. 8. Não há mais prestação de contas. 9. Não compartilham mais sonhos, projetos e ideais. 10. A indiferença. 11. Não há mais oração e nem compromisso com a leitura da Palavra. 12. Acabaram as refeições com todos à mesa. 13. A família de origem do cônjuge não é mais bem vinda. Infelizmente alguns casais quando param para uma revisão já o problema está em um estágio muito adiantado. É sempre mais fácil uma solução quando o problema está no inicio. Por melhor que seja o seu casamento, a possibilidade do surgimento de um problema no caminho, existe, não espere para ver se as coisas se resolvem por si mesmas. Ao primeiro sinal de perigo em seu casamento, pare, pessa ajuda, busque socorro, não trate com displicência aquilo que pode se tornar irreversível. Alguns casais quando me procuram, é quase impossível reverter, só um milagre… Uma viagem de longa distância é agradável quando os dois na primeira parada, dizem um para o outro: “Já chegamos aqui? O tempo passou tão rápido e não percebemos, que viagem maravilhosa!” Separe um momento para conversar com o seu cônjuge, sobre como está sendo a viagem conjugal de vocês. Tenha coragem de perguntar: – Está sendo bom para você viajar comigo? Em sua opinião, o que está faltando para a nossa viajem conjugal ser melhor? O que é necessário para que a viagem conjugal seja o mais agradável possível. Pratique a arte do falar, ouvir e compreender. Cuidado com a descomunicação na viagem! Tudo na vida depende de como você se comunica com Deus, consigo mesmo e com o próximo. A incapacidade para o diálogo é a causa do fracasso da maioria dos relacionamentos. Viajar ao lado de alguém que não pratica a arte da comunicação construtiva ou se comunica de forma errada, é uma tortura psicológica insuportável. Já ouvi muitos casais dizendo: “Não conseguimos conversar sem brigar, ou, dialogamos muito pouco”. A saúde de um casamento pode ser determinada pela qualidade da comunicação que os dois desenvolvem no relacionamento. Geralmente as pessoas que tem dificuldade de se comunicar, é porque foram educadas em uma família disfuncional. É imprescindível que os pais pratiquem com os seus filhos a arte do diálogo, para que no futuro eles saibam construir relacionamentos de confiança dentro e fora de casa. Vejamos alguns pontos imprescindíveis para o sucesso da comunicação no casamento: 1. Pratique a arte do ouvir. Uma das chaves mais importantes no relacionamento conjugal, está no “ouvir”. Nenhum casamento floresce se os dois não treinarem a ouvir com excelência. Hebert Cohen, considerado um dos melhores negociadores do mundo, diz: “Para se ouvir de forma eficiente é preciso mais do que escutar as palavras que são ditas. É necessário compreender e descobrir o significado do que está sendo falado. A final de contas, o significado não está nas palavras, e sim nas pessoas”. Para ouvir é necessário atentar para algumas regras básicas: Primeira regra: Ouça olhando nos olhos do cônjuge, com a mente desarmada e o coração aberto. Uma questão de concentração. Só assim é possível ouvir para compreender, e não apenas para responder.1 Ninguém gosta de conversar com alguém que ouve mais preocupado em dar respostas do que em compreender. A comunicação só é eficaz quando há interesse mútuo de compreender. Jonh Maxwell em seu livro 25 Maneiras de Valorizar as Pessoas, nos mostra seis obstáculos que comprometem sua concentração para ouvir: Distrações: telefonemas, tevê, bipes e coisas desse tipo podem dificultar bastante o ato de ouvir bem. Atitude defensiva: Se você enxergar reclamações ou criticas como ataques pessoais, pode assumir uma atitude defensiva. À medida que começar a se proteger, vai se importar menos com o que as outras pessoas pensam e sentem. Mente fechada. Quando pensa que possui todas as respostas, você fecha a sua mente. E acaba fechando os ouvidos também. Projeção: Atribuir automaticamente os seus próprios pensamentos e sentimentos a outras pessoas impede que você perceba como elas se sentem. Suposições: Quando você faz julgamentos precipitados, está se privando do seu próprio incentivo para ouvir. Orgulho: Achar que os outros não tem muito a ensinar talvez seja mais prejudicial das distrações. A presunção deixa pouco espaço para a opinião do próximo.
John Maxell e Les Parrott.
0 comentários:
Postar um comentário