sábado, 18 de abril de 2015

CASAMENTO SEM CONFLITOS, É POSSÍVEL?

Casamento-sem-conflitos-e-possível Dani Marques, no blog Salve meu Casamento
Com base no ditado “santo de casa não faz milagre”, algumas pessoas me perguntam se realmente consigo manter a paz em meu casamento. Gostaria de dizer que sim, que minha vida conjugal está totalmente livre de conflitos, mas a realidade não é esta. Apesar do conhecimento que adquiri através de estudos e aconselhamentos, ainda tenho algumas divergências em meu casamento. São raros, mas existem. Tenho um temperamento mais tranquilo e uma facilidade de controlar minha língua durante as discussões, e isso, de certa forma, acaba contando como ponto positivo, pois é impossível levar uma briga adiante sozinho. Meu esposo, por outro lado, durante seus picos explosivos (que são raros), costuma falar o que vem na cabeça, mas como me calo e demoro horas para “destravar” (o que nem sempre é bom), nossos problemas acabam sendo discutidos quando já estamos de cabeça fria.
Hoje, depois de dez anos de casados e muitos conflitos compartilhados, conseguimos avaliar as questões do dia-a-dia de forma mais madura, e uma das principais lições que aprendemos nesta curta experiência, é que discutir de cabeça quente só traz problemas. Tentar resolver um dilema com os nervos a flor da pele resulta apenas em mágoa e palavras que ferem a alma, pois a raiva faz com que a nossa boca seja mais rápida do que a cabeça.Creio que um dos maiores segredos para que a paz reine em seu relacionamento, é o domínio sobre a língua. Separei aqui alguns dos muitos versículos que existem na Bíblia e que falam sobre este pequeno órgão capaz de destruir vidas:
- Há palavras que ferem como espada, mas a língua dos sábios traz a cura. Provérbios 12:18

– O falar amável é árvore de vida, mas o falar enganoso esmaga o espírito. Provérbios 15:4

– A língua tem poder sobre a vida e sobre a morte; os que gostam de usá-la comerão do seu fruto. Provérbios 18:21

– Quem é cuidadoso no que fala evita muito sofrimento. Provérbios 21:23

– Quando são muitas as palavras o pecado está presente, mas quem controla a língua é sensato. Provérbios 10:19

– Até o insensato passará por sábio, se ficar quieto, e, se contiver a língua, parecerá que tem discernimento. Provérbios 17:28
- A língua é um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero. Com a língua bendizemos ao Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Da mesma boca procedem bênção e maldição. Meus irmãos, não pode ser assim! Acaso pode sair água doce e água amarga da mesma fonte? Meus irmãos, pode uma figueira produzir azeitonas ou uma videira, figos? Da mesma forma, uma fonte de água salgada não pode produzir água doce.” Tiago 3:9-12
Se você tem dificuldades em dominar sua língua (e isso acontece com mais frequência entre as mulheres), recomendo que leia o texto “Mulheres: freio na língua!”
Outro ponto importantíssimo é o respeito. Quem pensa estar sempre com a razão, é tolo. Atitude sábia é saber escutar o cônjuge, ponderar, respeitar o seu ponto de vista e abrir espaço para diálogo (de cabeça fria, sempre). Quando amamos e respeitamos nosso cônjuge, devemos exercitar o domínio sobre o nosso desejo de estar sempre certo. Ter a última palavra nem sempre é a atitude mais sábia. Sabedoria mesmo é permitir que o respeito e o amor passem por cima do seu ego. Um casamento duradouro e maduro é aquele onde os cônjuges aprenderam a exercitar o perdão.
Brigar na frente dos filhos, jamais! Não existe nada mais prejudicial para uma criança do que presenciar brigas e discussões constantes entre seus pais. Se algo te deixou irritado e seus filhos estiverem presentes, procure outro lugar para resolverem o problema. Se no momento não tiver opção, a parte mais madura deve dominar sua língua e esperar um momento oportuno para conversarem.
O relacionamento a dois sempre será problemático, afinal, são pessoas com diferentes tipos de educação, de personalidade e que foram criadas em ambientes completamente diferentes. Quando a paixão acaba – o que acontece em qualquer relacionamento – e a realidade da rotina passa a reinar, dá-se início um dos maiores treinamentos da vida humana: o casamento.
Engana-se quem pensa que a pessoa amada vai lhe trazer estabilidade emocional e tranquilidade. É na convivência diária, imersos na rotina, que o nosso “eu sujo” é desperto. Sabe aquela parte do seu “eu” que nem você mesmo gosta? Pois então, é no convívio do casamento que ela será aflorada.
Mas como Paulo diz, é necessário que haja divergências entre vocês, para que sejam conhecidos quais são os aprovados. (1 Coríntios 11:19). O nosso casamento sempre será o termômetro para medir se temos tido domínio sobre a nossa carne, sobre o nosso “eu”:
“Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei.” Gálatas 5:19-23
A estabilidade emocional e paz no casamento virá aos poucos, a medida que formos vencendo nossas fraquezas e aprendendo a ter domínio sobre o nosso “eu sujo”, especialmente sobre a nossa língua. E este trabalho é entre você e Deus: “Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.” Gálatas 5:16-17
Busque forças e sabedoria Nele, aí então, durante as divergências, que nunca deixarão de existir, você poderá colocar em prática aquilo que tem aprendido com Deus através da vida de Jesus. Aqui em casa, a cada divergência, procuramos clamar a Deus por sabedoria, paciência e domínio próprio, para que após o conflito estejamos mais próximos um do outro e mais próximos de Deus. Mas confesso que nem sempre conseguimos dominar o nosso “eu”, e é neste momento que colocamos em prática o exercício do perdão, uma ferramenta poderosa para nos fortalecer e amadurecer como indivíduos e como casal.
O seu cônjuge é instrumento de Deus para te fazer uma pessoa melhor e o casamento é uma escola, onde o grande Mestre é Jesus! Que esse texto possa te encorajar na caminhada, e que lá na frente, vocês possam olhar pra trás e perceber o quanto cresceram e amadureceram, e juntos, possam agradecer a Deus por ter lhes permitido viver tão fantástica experiência.

René Kivitz

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