quarta-feira, 25 de março de 2015

A Causa de conflitos permanentes no casamento

Em certa ocasião, os fariseus tentaram enredar Jesus com uma pergunta extremamente capciosa: “Mestre”, indagaram, “qual é o grande mandamento na lei?”Os fariseus haviam debatido essa questão exaustivamente e identificado mais de 600 preceitos estabelecidos na lei. Como os eruditos achavam difícil estabelecer uma hierarquia entre essas leis, pensavam que seria impossível para esse filho de carpinteiro da Galiléia fazê-lo. Contudo, ao ouvirem a resposta, os fariseus devem ter ficado perplexos, pois tocava em seu ponto fraco. Jesus respondeu:“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento.E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.” Vou aplicar esse texto para discorrer sobre esse assunto pertinente que é revelar a causa de conflitos permanente no casamento.

Falando sério... Não existem soluções praticas como receitas feitas em bulas de remédios para solução de casamentos em conflitos. Faz-se necessário primeiro identificar o agente causador desse impasse. Qual é a essência de um problema em um relacionamento conflituoso? O Pecado?... Mas isso é o que a maioria diz, mas nunca se explica a origem do “pecado” que traz misérias e angustias e frustrações infindas num conflito intenso.

Enquanto tanto o homem quanto a mulher não identificar o que seja “pecado” como essência intrínseca de um comportamento interno que não tem nada a ver com o outro (O outro tem que compreender isso da mesma maneira) os conflitantes vão sempre esperar que a solução tenha a mesma iniciativa de quem julga ser o culpado do conflito). Quando não, vão acusar o diabo pelas mazelas que eles mesmos criaram por sua vã inconsistência.

Essa ciranda teológica que fazem em cima de conflitos tendo“ algum demônio” e a tal de “maldição hereditária”vão ser sempre os culpados dessas tempestades internas infindas por casais que não buscam a auto realização em si mesmos pelo auto conhecimento e alcançarem a auto realização.

Uma pergunta sincera: Você que está casado... É feliz pelo outro que te faz feliz ou porque você é uma pessoa bem resolvida com Deus? Pois bem, a primeira coisa que identifica que estás bem com Deus ou não é quando você esta em harmonia e paz com você mesmo. Se você não estiver bem com você, não tem condições de se relacionar com seu próximo de forma saudável principalmente se esse próximo mais próximo for o seu cônjuge.

Olhe pra dentro de teus mais altos anseios. Identifique a insatisfação que brota em sua alma. O que isso tem a ver com o outro? Eu afirmo. Nada! Absolutamente nada. O Outro mediante o conflito sempre pensa da mesma maneira, isso porque nunca procura encontrar a auto realização em si mesmo mediante o ato avaliações. Quando não há auto-realização pelo auto-conhecimento casamento vira uma usina para fabricar frustrações e decepções.

Vão para encontros religiosos, escolas de casais, retiros, mas não há evolução na relação porque esses eventos ajudam a combater os efeitos dos conflitos e nunca tratam a causa. Ao sair desses ambientes por um período, se acalmam, mas dias após isso voltam as dificuldades como se esperasse que o outro fosse o responsável da construção de sua felicidade.

As frustrações com o outro sempre será a causa maior das mágoas e conflitos de casais em vias de separação. Casais cristãos quando se apresentam em publico, dão as mãos, se beijam, parecem ser o casal mais feliz do planeta, mas suas vidas torna-se uma ciranda conflitante, porque sempre um estará esperando do outro a solução. Tem jeito? Eu respondo... Não tem solução!

Enquanto essa ciranda em forma de circulo que começa num ponto e termina em volta do mesmo ponto de partida cria-se uma roda giratória e viracorrida de cachorro atrás da cauda. Nenhum casal que assim procede vai a lugar algum. Não têm e nunca terão solução se continuar essa roda ativa de dissoluções.

“Eu não estou feliz... Porque ele não coopera...Ela não me satisfaz... Ele não me preenche...” Eis ai problema da pirâmide viciosa. “Eu... Me... Minha... Meu... Mim, Mesmo.” Minha esposa me traiu, e o senhor acha que o problema não é ela?... Meu esposo anda de namoricos na internet, e o senhor acha que o problema não é ele? Embora não queiramos negar que certos fatos externos, possam influir, como condições, em nosso estado interior; mas nunca nenhum deles pode ser a causa primária de nossa infelicidade, ou do contrário. Se assim fosse todas as circunstâncias negativas ou expectativas tornariam um inferno a vida de qualquer pessoa.

Eu respondo: De que adianta combater o efeito se não se buscaCOMBATER a causa”? isso que está acontecendo no seu casamento concernente o distanciamento do amor entre vocês é efeito e não causa. De que adianta combater um efeito, se a raiz do problema continua produzindo a mesma árvore. Poda-se a árvore, sem extrair a raiz e mais uns dias lá está problema de volta.

Podem ir aos encontros, retiros, jantares, cultos, e olhar um para o outro e ele dizer... “Eu sou o “José da Maria”, e ela diz: “Eu sou a Maria do José” Ai esta o problema”. Quem pertence a quem?... Você é propriedade do seu marido?...Você é propriedade de sua mulher?... Se você tem algo, passa a ser possuidor desse algo. Quem é dono de algo, senão criar uma boa consciência do que ter alguém ao lado nãoé como possuir um objeto, mas um domínio de uma vidanas mãos mãos acaba sendo possuído pelo desejo de possuir sempre essa vida e confunde com um objeto de posse. Por ser uma “posse” de devoção “minha mulher” “meu marido”É possível criar o risco de construir a uma falsa expectativa de que essa pessoa com qual casou tem o dever de faze-lo feliz, porque afinal de contas... “Ela é minha propriedade” “Ele é minha propriedade” e tem a obrigação de me fazer feliz. Uma grande ilusão!

A verdade sobre um relacionamento é a perfeita harmonia do pensamento com a realidade. Aqui esta o que Jesus disse sobre a verdade. “E conhecereis a verdade e ela vos libertará” Jo8:32. Ninguém é de ninguém. Essa é a verdade suprema. “Mas eu me casei com ela.” “ Eu me casei com Ele.” O fato de você ter casado com quem quer que seja não faz dele(a) propriedade tua. O individuo é indiviso, seja homem ou mulher, tem obrigações e deveres que devem regrar a relação de um para com o outro. Obrigações e deveres são valores que são construídos na vida conjugal. Os valores da vida familiar não ensinam que a mulher é “propriedade” do marido e de que o homem é “propriedade” da mulher. A Bíblia ensina que o homem casado pertence a mulher por causa de uma relação que existe entre eles feito através de votos por amor respeito e acordo e consideração. Nessa relação o homem oferece seu coração e seus préstimos de forma indivisa à mulher para compartilhar a vida com ele e da mesma forma a mulher ao homem.

O “machismo” e o “feminismo” são ideologias primitivas que adentraram na cultura de cada um via cultura familiar do lar de origem de cada um. Maridos que se acham possuidores de suas mulheres acabam espancando sendo violentos e em casos extremos matam por causa dessa “possessividade” O que me assombra é que casais evangélicos de acordo com as estatísticas mais de 60% são violentos, e muitos homens sem compostura, mandam a mulher calar a boca em nome de Jesus e porque não dizer o mesmo de mulheres possessivas.

Nunca existiu ou existirá um homem ou uma mulher cuja infelicidade dependa dessa ou daquela circunstancia, embora como foi dito: não queiramos negar que certos fatos externos, possam influir, estado interior; mas nunca nenhum deles pode ser a causa primária de nossa infelicidade, ou da minha felicidade. Muitos por não possuírem consciência desse fato tornam-se depressivos e a relação acaba d d fato em divórcio.

Como ninguém é de ninguém eu construo a minha felicidade ou a minha infelicidade. Isso depende exclusivamente de mim e não de circunstâncias externas. A falta da atitude certa subjetiva não corresponde à realidade objetiva. Deus é a realidade objetiva. A atitude cuja essência destrói relacionamento tem um nome: Egocentrismo. Quando estabelecemos que o nosso ego é o centro de nossa realização, fabricamos a própria infelicidade, Toda felicidade é filha da verdade. Onde há verdade há liberdade e onde há liberdade há felicidade.

Quer dizer que amor próprio é um erro? Amor próprio não é erro e nem pecado, tanto assim que Deus é o infinito Amor próprio, amando a Si mesmo com infinita veemência, e Jesus toma por norma O PADRÃO DE AMOR AO PROXIMO, O AMOR QUE CADA UM TEM DE SI MESMO. Todo e qualquer ser é impelido pelo amor próprio, que é a lei e a vontade suprema da natureza de Deus. O erro do egoísta não está que ele se ama a si mesmo, mas no fato de amar só a si e desamar os outros; o erro está no exclusivismo do amor próprio, não no amor em si mesmo.

A partir do momento que começo impor restrições para amar a pessoa, obrigar meu cônjuge a ser do jeito que eu quero que ela (e) seja, ou a relação torna-se um ciúme doentio e possessivo,o outro fica indisposto para a sua própria iniciativa, anulando a potencialidade que pode ser desenvolvida.

Não se deve castrar o outro nas suas opiniões e ações, o amor não age dessa forma. Quer acabar com conflitos e concertar essa área de conflitos nevrálgico de seu casamento? Converta o seu amor num inclusivismo afetivo. No dia e a hora em que ambos abolirem definitivamente todo e qualquer egocentrismo, nesse dia e nessa hora, brotará o auto conhecimento e por consequência , a auto realização um no outro, porque haverá disputa não em ser servido, mas em servir o outro. Isso é o céu num relacionamento.


PEDRO LUÍZ DE ALMEIDA 

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