segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Aprendendo a Brigar no Casamento

Aprendendo a brigar

Por quê? Essa é a primeira coisa que vem à mente quando pensamos sobre brigas no casamento. Se duas pessoas se amam, se elas decidiram viver juntas, por que precisam brigar tanto? E às vezes, parecem que só sabem brigar. Muitos acham que se brigam demais é porque não devem ficar juntos. Será que brigar é realmente um sinal de que não há amor?

Se isso fosse verdade, a briga fosse sinal de falta de amor, eu diria que ninguém ama de verdade, porque não existe casal que não tenha desavenças. E, se esse é o caso, saiba que alguma coisa muito errada está acontecendo: ou um dos dois não tem opinião nenhuma, ou tem medo de expor suas opiniões para a outra pessoa.

Outra situação de briga no casamento pode ser por causa das variações emocionais características de certos momentos do mês, ou ocasionadas pelo estresse no trabalho, ou mesmo porque as pessoas têm realmente dificuldade em controlar suas próprias emoções.

Aí você pode perguntar, se isso é tão normal, por que não apareceu antes, no namoro? Bom, eu penso em duas razões. Primeiro, no namoro, você tem tempo para ir embora, ir para casa, e esfriar a cabeça. Quando acontecem brigas no namoro, ficam um tempo sem se falar, e depois, com a cabeça mais fria, procuram resolver. Depois que casam, não existe mais essa possibilidade. Você briga com seu cônjuge, e pode esperar que em cinco minutos vai ter que se deitar ao lado dele/dela. Com isso, não consegue pensar friamente, e a tendência é a briga continuar por mais tempo do que deveria.

E uma segunda razão que penso, é porque no namoro, estamos tão apaixonados, que esse sentimento funciona como um anestésico natural, nos fazendo ficar em estado de muito mais tolerância, achando que fomos realmente feitos um para o outro. Depois do casamento, esse tipo de sentimento passa, e aí nos tornamos pessoas mais realistas.

Bom, depois disso tudo que escrevi até agora, você deve estar pensando que eu tenho uma visão muito pessimista acerca do casamento. Não é isso. Não quero dizer que se você se casar, vai ficar preso para sempre a um ringue de luta livre, enquanto ambos viverem, ou enquanto não houver divórcio. A vida do casamento é muito boa. E as brigas podem ser instrumentos muito úteis para nos fazer crescer e amadurecer. Pode nos ajudar a repensar quem somos, e como podemos enfrentar a vida de uma maneira diferente. Pode nos tornar mais pacientes, pode nos fazer mais tolerantes, e acima de tudo, nos tornar mais prontos a perdoar. E isso nos torna mais semelhantes a Jesus. Por isso, não deixe que os conflitos de seu casamento sejam simplesmente tempestades, mas aproveite para torna-los em um belo arco-íris.

Para ajudar a transformar as discussões em crescimento, e para ensinar você a brigar de uma maneira justa no casamento, apresento abaixo sete regras que devem nortear você na hora das discussões. Não deixe para memoriza-las quando estiver irritado. Decore-as quando estiver tudo bem, para que sejam úteis quando as coisas ficarem difíceis.



Regras para Aprender a Brigar no Casamento

Primeira regra: Saiba que em um casamento sempre acontecem brigas. É isso o que venho tentando dizer desde o começo desse artigo. Desentendimentos, brigas, conflitos, sempre vão acontecer nos relacionamentos. Não dá para evita-los. O que pode ser evitado é perder-se o controle, apelar, partir para a ignorância. Isso não deve existir nos relacionamentos.

Segunda regra: Não se esqueça que você está brigando com uma pessoa amada, não com um inimigo. Essa regra eu acho uma das principais a serem consideradas. Muitas pessoas discutem com o cônjuge como discutiriam com um amigo, com um conhecido, ou até em um campo de futebol. As brigas precisam ser de um tipo diferente. No casamento não se enfrenta um adversário, mas uma pessoa a quem você prometeu amar em todas as circunstâncias. Se você não consegue considerar isso quando briga, você precisa de ajuda profissional, pois muito provavelmente estará colocando no outro as suas próprias inseguranças e traumas pessoais.

Terceira regra: Treine a você mesmo para falar de maneira tranquila. Você pode discordar, mas não precisa se deixar levar pelos gritos e berros. Muitas pessoas acham que quanto mais alto falarem, mais facilmente sairão vencedoras dos conflitos. Nada poderia ser mais errado. Na verdade, é bem ao contrário. Quanto mais se briga, mais se provoca a outra pessoa a também brigar, e a tentar resolver as diferenças de uma maneira que não deve: na força. Uma pessoa realmente grande, que realmente é forte, é aquela que não deixa a voz sair do controle. Que prefere brigar por causa das ideias, e não por causa da altura dos gritos. Essa pessoa quer resolver realmente a situação, e não simplesmente se afirmar diante da outra pessoa. Manter a calma, mesmo diante de situações de conflito, é um grande passo para realmente transformar os conflitos em pontos positivos para o seu casamento.

Quarta regra: “Lave a roupa suja em casa”. Não queira continuar a discussão da vida a dois em público. Não leve as diferenças para serem resolvidas em reuniões sociais, com amigos, nem mesmo com parentes (isso inclui pai e mãe). Tem muitos pais que são jogados dentro da discussão pelos filhos, e acabam tentando tomar partido dentro do lar do casal, querendo resolver os problemas. Não é responsabilidade deles. Quando duas pessoas decidem se casar, elas precisam estar cientes que agora começam a resolver as diferenças juntas, e não mais com a ajuda do papai e da mamãe. O ditado de que “roupa suja se lava em casa” não poderia ser mais verdadeiro para pensar essa questão das brigas e conflitos do casal.

Quinta regra: Aprenda a reconhecer que algumas desavenças nunca serão resolvidas, e ainda assim você pode continuar amando a pessoa. Eu sei que na hora em que você está na maior pilha, você se encontra mais afetado pela raiva, pelas emoções, você quer de todo o jeito chegar ao final da discussão. E muitas coisas pelas quais brigamos nunca chegarão a um fim. As coisas nem sempre se resolvem. Algumas vezes, precisamos encontrar um ponto em comum, para que possamos conversar. Algumas vezes precisamos deixar para depois, para quando estivermos mais calmos. E algumas coisas precisam ser entendidas como não tendo como ser resolvidas. Por isso, devemos aprender a conviver com elas. Na verdade, muitas das coisas pelas quais brigamos se encaixam nessa última categoria.

Sexta regra: Não deixe acumular muito tempo. Se algo incomoda você, não deixe passar, ou não espere simplesmente que com o tempo vai desaparecer. As coisas não funcionam desse jeito. Em geral, aquilo que você deixa ficar por muito tempo acaba crescendo, e se tornando mais forte do que você pode esperar. Por essa razão, acaba prejudicando ainda mais, pois você vai acumulando raiva e ressentimento por muito tempo. Fica parecendo uma bomba relógio, pronta a explodir. E aí, qualquer coisa de menor importância se torna o gatilho para fazer essa grande raiva ser despejada para fora, como se fosse um vulcão em erupção. Trate cada dia com o mal daquele dia, e se você resolver não lidar com o assunto, esqueça-o, tire-o da memória. Não fique pensando nele, pois isso só vai prejudicar a vida a dois.

Sétima regra: Não se esqueça que se um ganhar, os dois perdem. O ponto mais importante é que em uma confusão entre marido e mulher, se um dos dois vence o conflito na força, pode saber que os dois perderam. Perderam porque um casamento não é uma corrida em que se compete, para ver quem chega primeiro, mas uma maratona de revezamento, na qual cada um, por sua vez, corre para o bem do time, ou seja, do casal. Não tente vencer, seja o primeiro a propor as pazes, a lembrar o quanto ama a outra pessoa, a buscar a felicidade dos dois, e não apenas buscar estar certo. Lembre-se, a real vitória é aquela em que vocês dois terminam mais unidos do que estavam anteriormente. E isso não se consegue pela força, mas pelo amor expresso em palavras e ações.

Que Deus abençoe você e sua família,

Osmar Reis Junior

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