domingo, 22 de dezembro de 2013

Os Ingredientes de um Casamento Feliz

Não existe casamento perfeito. Acho importante começar com essa frase, pois a maioria das pessoas que tem problema no casamento acha que se casou com a pessoa errada. Pois bem, não existe AQUELA pessoa. Não existe um príncipe encantado, ou uma mulher maravilha. Com todas as pessoas com quem você se relacionar, você vai encontrar pontos positivos, que vão deixar você extremamente satisfeito, e pontos negativos, que vão contribuir muito para suas noites mal dormidas. Assim, você não precisa ficar pensando que SE tivesse se casado com aquela outra pessoa, seus problemas não existiriam. Eles estariam aí, do mesmo jeito que estão hoje.

Então, por essa razão, devemos desistir de casamento? Devemos nos conformar com uma vida infeliz, com agressões, dissimulações, infelicidades, mágoas, rancores, etc? É esse o propósito da tão dita vida conjugal?

Conheço uma pessoa que vive um casamento péssimo, sofrendo abusos verbais, e até mesmo violência física do cônjuge. Para ele/ela, não existe isso de felicidade. O casamento é simplesmente uma cruz a ser carregada, um castigo dado por Deus. Como tem um sentido muito forte de missão, de querer fazer a vontade de Deus, ele/ela não se separa. Mas fica vivendo uma vida infeliz.

Será que é isso mesmo? Será que esse é o único propósito da vida a dois: viver uma vida miserável? Não, não é. Deus diz em João 10:10 que veio trazer vida abundante. E essa abundância faz parte do plano que Ele tem para o casamento. Se em seu casamento não há abundância de alegria, paz, satisfação, amor, algo está errado. Mas Deus pode ajudar. Ele pode agir para o melhor. Só que você também tem um papel a desempenhar. Você também pode contribuir para melhorar seu casamento, e usufruir do casamento que sempre quis.

Casar é deixar de ser feliz?

Algumas pessoas dizem que precisam aproveitar bastante a vida enquanto solteiras, porque depois que se casam, a vida deixa de ser feliz, de ter alegrias e prazeres, de ser satisfatória. Para essas pessoas, a vida de casados é simplesmente uma destruição da liberdade, uma prisão.

Mais uma vez, discordo dessa posição. É pura tolice acreditar que o verdadeiro prazer da vida só é experimentado na vida de festas e de diversões. É bem ao contrário. Deus nos criou e nos destinou para os maiores prazeres, que se encontram em estabelecer um relacionamento significativo e recompensador com Ele, e com as outras pessoas. É apenas quando nos encontramos na presença dEle que podemos usufruir a alegria como ela realmente deve ser vivida. Viver longe de Deus é viver longe da fonte de alegria, prazer e amor. Todos esses prazeres que temos são passageiros, pois satisfazem apenas no momento. Quando passa o efeito deles, precisamos de uma nova injeção de ânimo, de prazer, para continuar usufruindo essa “alegria”. É como se fosse um vício. Por isso que há pessoas que não conseguem ficar em casa no sábado à noite. Para elas, é muito depressivo. Há pessoas que não conseguem ficar sem sair para boates ou bares três a quatro vezes por dia. Elas precisam dessa injeção de prazer, pois não encontram em outro lugar.

Quando você escolhe fazer de Deus o principal de sua vida, pode ter certeza de que vai encontrar prazer em coisas que nunca antes lhe satisfizeram. Deus é capaz de dar sentido e significado até mesmo para a rotina monótona da vida. Ele pode fazer a diferença em sua vida.

Há estudos que comprovam que os casais que buscam a Deus, e que desfrutam uma vida cheia do Espírito, são aqueles que têm o relacionamento conjuga, mais harmonioso e a relação sexual mais plenamente abundante.

Agora, quero partilhar com vocês alguns princípios encontrados em Cantares 4:7-15 que podem promover a felicidade na vida conjugal:

O ELOGIO

“Tu és toda formosa, querida minha, e em ti não há defeito” (Ct. 4:7).

Tanto o marido quanto a esposa têm necessidade de elogio. Temos carências afetivas que precisam ser supridas saudavelmente no contexto do casamento. Assim como nosso corpo é alimentado com comidas, nossa alma é alimentada pela valorização. Portanto, pare de ser tão crítico, tão triste, tão irritadiça com seu cônjuge. Aprenda a reconhecer nele/nela as qualidades e virtudes que contém, e faça questão de ressaltar isso para ele/ela, seus amigos, seus parentes, etc.

O ROMANTISMO

“Arrebataste-me o coração, irmão minha, noiva minha; arrebataste-me o coração com um só dos teus olhares, com uma só pérola do teu colar” (Ct. 4:9).

O romantismo transforma o clima do relacionamento conjugal. Ele torna a vida agradável de ser vivida, mesmo diante das dificuldades da vida. O romantismo não é algo natural. Deve ser cultivado, nutrido e regado todos os dias com palavras, gestos e atitudes que deixem muito claro para a outra pessoa o prazer e a alegria que você sente por viver ao lado dela. Parece que durante o namoro isso é uma coisa natural, mas depois do casamento, parece que toda a motivação para agir assim morre. Não deixe essa qualidade do relacionamento morrer com o casamento. Faça de cada oportunidade o melhor para desenvolver o amor de vocês.

A COMUNICAÇÃO

“Os teus lábios, noiva minha, destilam mel. Mel e leite se acham debaixo da tua língua [...]” (Ct. 4:11).

A língua é uma das armas mais poderosas que existe. Ela pode tanto trazer vida, como ser instrumento de morte. Por meio da língua, pessoas podem ficar presas a vida inteira, mesmo numa prisão sem trancas, mas presas pelo medo, ressentimentos, mágoas, ódios, resultados de palavras ditas na hora errada, e no momento errado. Muitos casamentos só acabam porque o diálogo morreu muito tempo antes. Por isso, lembre-se de manter a conversa íntima e profunda com seu cônjuge. Falem de sentimentos, medos, alegrias, satisfações. Falem de vocês, de como vocês desejam ser daqui a 5, 10, 15 anos. Reatem o caminho das boas conversas. Lembre-se, entretanto, que o papel da sua conversa é destilar o mel, não veneno. Não transforme seus momentos de conversa numa ocasião de críticas, “lavar roupa suja”, de colocar para fora anos de ressentimento. Lembre-se de destilar o mel com seus lábios.

A FIDELIDADE

“Jardim fechado és tu, minha irmã, noiva minha, manancial recluso, fonte selada” (Ct. 4:12).

A saúde do casamento depende da fidelidade. Não dá para se ter um casamento feliz sem que ambos sejam mutuamente fiéis aos votos que fizeram diante de Deus e das testemunhas. Apesar de os valores absolutos estarem se desfazendo em nossa sociedade atual, precisamos lembrar que nossa palavra deve ser verdadeira, fiel, e cumprida a qualquer custo. A infidelidade conjugal é uma das formas mais perversas de agredir ao cônjuge. É como apunhalar o cônjuge pelas costas. É mais que ferir o corpo, é destruir as emoções da outra pessoa, achatar a alma. Os casamentos realmente felizes são aqueles que se mantêm como um jardim fechado, fonte selada, manancial recluso. Nada nem ninguém pode se colocar entre você e seu cônjuge.

A AMIZADE

“Jardim fechado és tu, minha irmã, noiva minha [...]” (Ct. 4:12)

Um casamento feliz não é apenas romance, mas também amizade. É preciso ter uma amizade cultivada, juntamente com respeito e afeto, para que o casal possa suportar junto as intempéries da vida, juntamente com as provas que delas advém. Só a paixão, o amor, e a química não são suficientes para manter um casal unido quando enfrentam uma tempestade. O amor verdadeiro deve ser perseverante, forte, e por princípio, independente das emoções. Tal como o amor de Deus.

O PRAZER

“És fonte dos jardins, poço das águas vivas, torrentes que correm do Líbano!” (Ct. 4:15).

O casamento foi criado por Deus para a felicidade do homem e da mulher. O casamento deve ser uma fonte de prazer, não de sofrimento. O sexo, dentro dos padrões de Deus, é uma grande fonte de prazer. O corpo do cônjuge é uma espécie de mapa do prazer que deve ser usufruído com discernimento e respeito. Se tentamos alterar os princípios divinos para buscar o prazer, sofremos as amargas consequências do nosso engano.

Lembre-se, é apenas quando Deus reina em seu coração, e seu casamento, é que você e seu cônjuge realmente usufruem da felicidade a dois.

Que Deus abençoe sua família,

Osmar Reis Junior

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