Não existe nada automático na relação sexual
Uma questão chave para que a união dê certo é que a questão da sexualidade seja bem resolvida. Isso porque, por sermos diferentes, precisamos compreender as diferenças que cada um traz consigo com respeito a esse aspecto também, como por exemplo, que tipo de orientação cultural cada um recebe antes de subir ao altar.
Apesar de vivermos em um mundo no qual a sexualidade parece fazer parte do assunto de todo o dia, não podemos nos enganar, nem considerar que por causa disso, todos já somos especialistas no assunto. Aquilo que é contado em uma piada, ou que se comenta em roda de amigos muitas vezes está muito longe em termos de realidade do que cada pessoa enfrenta em seu próprio relacionamento. E, por não entendermos realmente os aspectos específicos da pessoa com quem nos relacionamos, corremos o risco de sermos indiferentes às necessidades da pessoa com quem nos relacionamos.
Só para termos uma idéia do tamanho da responsabilidade, são fatores psicológicos, culturais, religiosos e familiares que influenciam o modo como se entende e pratica a sexualidade. Fazer parte de determinada religião, cultura, família, etc, não tornam uma pessoa mais ou menos propensa a ter uma satisfação sexual maior ou melhor. Cada pessoa é única em sua maneira de entender esse aspecto, por isso é muito importante discutirmos um pouco sobre o papel que do sexo no casamento.
O Papel do Sexo no Casamento
Hoje, a sexualidade tende a ser vivida e compreendida pela nossa sociedade de uma forma bem mais liberal e despreocupada, o que talvez nos tenha levado a um certo exagero. Algumas pessoas dizem que precisam ter certeza, antes de se casarem, se por acaso possuem aspectos que se completam no relacionamento com outras. Ou seja, testam para ver se por acaso serão felizes em termos de intimidade física com a pessoa com quem se relacionam. Como se esse aspecto fosse de alguma forma determinar a felicidade da vida a dois. Por mais importante que ele seja, ele não é o que define a felicidade conjugal. Agora, precisamos estabelecer bem os fundamentos do papel da relação sexual no casamento de uma maneira cristã, pois a maneira e conteúdo do ensino cristão sobre o sexo no casamento é bem diferente da que o mundo apresenta.
Qual então é o papel do sexo no casamento? Primeiro, sexo não é a única coisa no casamento. O casamento é feito de uma vida a dois partilhada. É necessário que ambos partilhem as responsabilidades, as vitórias, as derrotas. O casamento é um relacionamento que envolve todos os aspectos da vida de duas pessoas.
Segundo, o sexo não é a principal coisa no casamento. A coisa principal é o relacionamento com o Senhor (Ml. 2:14). Aqueles que fazem do sexo a coisa principal no casamento ficarão dolorosamente desapontados. Essas pessoas condicionam a felicidade conjugal como um todo ao aspecto físico da relação. Mas relacionamento a dois é muito mais que isso.
Terceiro, sexo não é a base para o casamento. A verdade da Palavra de Deus é o fundamento do casamento cristão. A base do casamento deve ser o que Deus diz sobre as coisas. Condicionar a felicidade à relação física é diminuir muito a importância do casamento.
Dicas para Melhorar a Vida Sexual
Primeiro, os homens se concentram no ato sexual; as mulheres, no relacionamento. Ou seja, é muito importante que o foco não seja apenas um nem outro aspecto. Os homens precisam saber que é necessário trabalhar as esposas em outros aspectos, não apenas no físico. Muitas mulheres dizem que se sentem usadas quando marido as trata mal durante todo o dia, e à noite desejam simplesmente se aproximar da esposa como se nada tivesse acontecido.
Para deixar isso claro, gostaria de dizer que o sexo começa na cozinha, não no quarto. É nas atitudes que o marido tem para com a esposa durante o tempo em que estão fora do momento de intimidade que ele a prepara e facilita as coisas para o momento a dois.
Segundo, para a esposa, as preliminares são mais importantes que o ato em si. Há homens que não tomam tempo para preparar a mulher. Carinhos, beijos e palavras são muito importantes. Normalmente, os homens alcançam o estágio de excitação mais rápido que as mulheres. Elas precisam de tempo. Por isso, não ache que ela vai se empolgar com a mesma rapidez que você. Tenha paciência.
Terceiro, a satisfação sexual mútua não implica um clímax simultâneo. Por melhor que você possa ter trabalhado as preliminares, isso não significa que ambos alcançaram o clímax junto. Fica aqui uma dica: se a mulher alcançar o clímax primeiro, vai ser muito mais prazeroso para ambos a relação. Por isso, não tenha medo de usar as mãos e os beijos.
Quarto, quando alguém força o cônjuge a determinada prática sexual, deixa de ser um ato de amor e passa a ser um abuso. Tem gente que acha que depois de casado, tudo está permitido. Isso não é verdade. Ambos precisam lembrar que Deus ainda está presente. Se alguém tiver dificuldade com alguma prática, vocês devem conversar, tentar se entender. Se não conseguirem, a prática não deve ser levada adiante.
Quinto, sexo é mais do que o ato sexual. Ele é uma experiência de conexão. É a união de corpo, alma e espírito. Sexo só pelo sexo, sem levar o resto em consideração torna-se um ato de egoísmo, e não tem nada a ver com amor.
Sexto, a comunicação é a chave que destrava a realização sexual. Para aprender o que dá prazer e satisfaz ao outro precisamos parar e conversar com ele/ela. Um precisa perguntar ao outro quais são os desejos e frustrações, para entenderem as atitudes que aparecem no momento de intimidade. Nem sempre a dificuldade diz respeito apenas ao momento.
Sete, o passado nunca permanece no passado. Não é fácil esquecer o passado psicológico. Os traumas, as experiências ruins, tudo aparece de novo, mais cedo ou mais tarde. Por isso que o casal precisa ter uma comunicação aberta e muita compreensão para um entender as experiências e lembranças do outro.
Deus fez o sexo para ser uma benção para o casamento. Não permitam que a vida de vocês, ou as fantasias desse mundo transformem a beleza da relação sexual num ato egoísta e sem levar em conta a outra pessoa.
Que Deus abençoe sua família,
Osmar Reis Junior
Psicólogo
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