quarta-feira, 20 de junho de 2012

Casamento Falido Ainda Tem Jeito


Uma prostituta não destrói um casamento alheio, nem o "amigo" do marido, sempre gentil e insinuante. Também não destrói um casamento o fato dos cônjuges trabalha­rem todo o dia juntos, nem o fato de eles, obrigatoriamente, se afastarem por longos perío­dos. Amigos e amigas do casal não conseguem, jamais, destruir seu casamento. Nada disso derruba um casamento, nem o tempo, nem gordura, nem feiura, nem pobreza, nem ri­queza, nem desemprego. Somente um fator consegue destruir o casamento. Ele próprio.

Não são os fatores externos que levam à pique um relacionamento conjugal, mas sim os fatores internos do casamento entre marido e mulher. Quando um casamento se acaba, sabi­damente eles iam mal, ainda que um dos cônjuges não tivesse conhecimento. Em boa parte dos casamentos os cônjuges reconhecem que não estão desempenhando bem o seu papel. As dis­cussões são freqüentes, os gostos pela vida se tornam opostos, ele parece admi­rar tudo o que ela não vê graça e vice-versa, ele ou ela se torna ausente no lar ( sempre por causa do trabalho que cada vez se torna mais cheio de serviço) e o humor passa a inexistir. Entretanto, há muitos relaciona­mentos em que um dos dois nem desconfia que o seu côn­juge está em crise e que o seu casa­mento corre sério risco de naufragar. Um deles possui to­dos os sintomas da enfermidade psi­cológica e o outro não se apercebe. Diminui a fre­quência dos encontros sexuais e fica por isso mesmo.
Não se comenta como foi o dia, ao se encontrarem no fim de tarde, após uma jornada de trabalho, e está tudo bem. As datas signi­ficativas para os dois vão sendo, inconscientemente, esquecidas por ele ou ela, reclamações surgem no ar, mas o curso de seu relacionamento continua seguindo a mesma trajetória. Um não desconfia da gravidade da crise vivenciada pelo outro, que nem mais quer dialogar, pois não encontra eco às suas indagações, e assim, experimenta consigo mesmo o drama de romper o casamento, que aos olhos dos outros parece perfeito e eterno. Essa é a única opção que o cônjuge em intensa e longa crise vê para os seus problemas, pois em casa ele não é com­pre­endido ou considerado. A apatia toma conta da casa.Quando isso acontece, aí sim, os fato­res externos agirão como ener­gia propulsora para acelerar o processo de falência conjugal. Mas, isso só se dá quando os dois, ele e ela, se auto-destruiram como um só corpo, dando então, margem para se tornarem vulnerá­veis a quaisquer tentações externas.

Um relacionamento extraconjugal não destrói um casamento; quando isso se dá é porque o casamento já se auto-destruiu há muito, abrindo brechas imensas para que o di­abo se encarregasse do resto. O casal que não conversa constantemente sobre si mesmo está se auto-destruindo. O casal que não se beija, ao longo dos anos, como adultos namorados está se auto-destruindo. O casal, cujos cônjuges não encontram tempo para orarem juntos, ou quando encontram, já se sentem tão envergonhados de o fazerem, que preferem as ora­ções silenciosas e individuais, está se auto-destruindo. O casal, cujos cônjuges não encon­tram mais tempo para estudarem em casa, no seu momento devocional diário, a Palavra de Deus, está se auto-destruindo. O casal, cujos cônjuges temem se abrir um ao outro e se despirem psicologicamente, revelando todos os seus sonhos e também seus defeitos mais graves, está se auto-destruindo. Somente o próprio modo de viver do casal vai destruí-los ou fortalecê-los diante do mundo.

A chave da ruína e do sucesso está nas mãos do casal, e principalmente o casal cristão que possui uma vantagem sobre os demais: ter Deus por conselheiro. Nada melhor do que pedir ajuda Àquele que arquitetou a brilhante idéia do casamento. Quem criou o casa­mento foi Ele, o que O leva a estar disposto a socorrer todos os casais que , desesperada­mente, necessitam de ajuda. A saída para se livrar do fracasso no casamento? 1.Reconhecimento de que se necessita de ajuda; 2. Reconquista da confiança do cônjuge (se a perdeu) através do diálogo franco, sincero e leal, relatando suas dificuldades; 3. Tempo com Deus por meio da oração (falar com Ele) e da leitura da Palavra ( deixar Deus falar consigo); 4. O desejo sincero de querer tentar se enamorar novamente daquela que foi a mulher da sua mocidade (no caso dele) ou o homem da sua juventude (no caso dela), que um dia encheu seu coração de amor e tomou conta dos seus olhos. Tarefa fácil? Talvez não, depende de cada casal e sua crise, mas certamente possível sob a graça Daquele que é imbatível e que nem mesmo o desamor pode vencê-Lo.

Samuel Costa da Silva

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