domingo, 27 de novembro de 2011

ADULTÉRIO TEM CURA?


“O que adultera com uma mulher é falto de entendimento; destrói sua alma o que tal faz”. (Provérbios 6:32)

 Quase sempre recebo e-mails de pessoas do Brasil inteiro, a grande maioria mulheres, vítimas da infidelidade conjugal no casamento. É preocupante a rapidez com que o adultério tem crescido no seio das famílias brasileiras, especialmente, entre as cristãs. Já se tornou tão comum que é muito difícil encontrarmos alguém casado que nunca tenha passado por ele. Esse pecado traz faces enganadoras, pois quem o pratica tem a falsa impressão de que a atividade sexual ilícita é mais prazerosa que a de casa; e quem é vítima desse mal no casamento geralmente pede o divórcio, “casa-se” outra vez com uma terceira pessoa (para Deus passa a ser adúltera também) e cria a falsa sensação de que é feliz nesse novo relacionamento. Mas confesso não me surpreender com as estatísticas. A Bíblia, escrita há muitos anos, adverte-nos sobre as raízes desse pecado, tão antigo quanto à existência humana, desde as primeiras páginas até o desfecho no livro de Apocalipse: “Mas quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre, que é a segunda morte (Apocalipse 21:8) (grifo meu). Tiago, Pedro e Paulo também escreveram sobre o adultério: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4); “tendo os olhos cheios de adultério e não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração exercitado na avareza, filhos de maldição” (2 Pedro 2:14); “a mulher está ligada ao marido enquanto ele vive; mas se o mesmo morrer, ficará desobrigada da lei conjugal. De sorte será considerada adúltera se, vivendo o marido, unir-se a outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias” (Romanos 7:2-3). Basta uma quase imperceptível entrada e lá está esse “leão” proporcionando uma destruição imensa na vida do homem, da mulher e nas famílias. É como um maremoto que chega destruindo tudo o que aparece pela frente. A reconstrução sempre é penosa e muito difícil. O adultério, como todo e qualquer pecado, é fruto de um espaço que o homem dá para que satanás entre em sua vida, ative o botão da lascívia e o prenda nas algemas da prostituição.

Muito já se disse e já se escreveu sobre esse tema, que vem provocando dissabores desde a Antiguidade e criando feridas amargas, traumas quase que irreparáveis na vida de muitos. Espero aqui dar apenas uma contribuição a mais, no fortalecimento aos corações vitimados por esse mal e que clamam por socorro.

            O adultério é tão grave e de consequências tão tristes como uma mentirinha contada quase sem querer. Não há diferença alguma. Ambos se originam em um coração contaminado, sobem a uma mente enfraquecida, aprisionam a alma e produzem efeitos gigantescos. O pior de todos, sem dúvida, é que ambos também podem levar uma alma à perdição eterna. Na Bíblia talvez os dois casos mais conhecidos de adultério são o do rei Davi com Bete-Seba e o da mulher adúltera no livro de João. Coincidentemente, tanto Davi quanto a mulher encontraram amparo e graça diante de DEUS ao se arrependerem do mal cometido. Davi foi proclamado um homem de coração puro, reto, segundo o coração de Deus. A mulher adúltera foi a primeira contemplada para quem JESUS CRISTO apareceu ressuscitado. O que desejo mostrar nesses dois exemplos é que tanto o adultério quanto a mentirinha são passíveis do perdão da parte de DEUS e os seus executores, se buscarem, encontram Graça e Salvação. A questão é: até que ponto um coração contaminado com o veneno de satanás quer realmente ser liberto e se encher de vergonha e de arrependimento? De nada adiantará se o coração promíscuo não clamar pela misericórdia de DEUS. Nenhuma palavra, nenhum estudo ou acompanhamento espiritual ou psicológico trarão benefícios eficazes. Nada! Nada trará de volta o coração zeloso e apaixonado por JESUS se o espírito não estiver quebrantado e arrependido para receber o perdão.

O vício sexual ilícito, diferentemente do vício do alcoolismo, prejudica não só quem pratica, mas o cônjuge, a família e toda a sociedade. Origina-se a partir de um simples olhar desejoso e vai às mais profundas covas de miséria e podridão. Quem começa nessa prática jamais imagina o longo caminho de desgraça que tem pela frente. A degradação moral e espiritual é tão drástica quanto à montanha que conduz à libertação. Eu mesmo fui dos maiores adúlteros desse país. Minha sede pelo sexo ilícito era tanta que cheguei a me envolver com três a quatro mulheres por dia, durante quase três anos, numa compulsão desenfreada. Era um adúltero compulsivo, sem controle, sem querer ser redundante. E o que me levou a uma vida promíscua foi a facilidade de se obter sexo rápido e perverso, através das salas de bate-papo da Internet. É preciso ter muito cuidado com aquilo que se traduz em facilidade em nossas vidas. Nem mesmo seguir a JESUS requer facilidade (é preciso querer e renúncia). E por que teríamos de aceitar qualquer outro objeto facilitador que nos é oferecido? Sabe qual é a única atividade remunerada do mundo que a pessoa recebe antes mesmo de trabalhar? A prostituição. Por isso, afirmam que com a mesma facilidade com que o dinheiro chega às mãos, ele também foge do bolso. É dinheiro amaldiçoado. A natureza humana por si deseja essa facilidade. Mas JESUS fala que devemos tomar uma cruz e viver uma vida de renúncias; que no mundo teremos aflições; que o caminho que leva à salvação é estreito demais. Ou seja, ter vida em JESUS não é fácil, como não é fácil também libertar-se das cadeias do adultério e mesmo recuperar tudo o que foi perdido através desse pecado. A restauração de um casamento também é dificílima.

No livro em que escrevi, DESTRUA O ADULTÉRIO ANTES QUE ELE DESTRUA SEU CASAMENTO, procurei não só expor o quadro que esse mal causa na vida de uma pessoa, como também provar que ele tem cura. A cura desse pecado, primeiramente, se dá através de um olhar para si próprio, voltado para dentro do pecador. O homem precisa se enxergar miserável, pobre, imundo diante de DEUS. Esse é o primeiro passo. Sabe aquela pergunta com ar de espanto: “meu Deus, que vida triste é essa que estou levando”? O homem começa a colocar o pecado diante dele, a enxergá-lo. Em seguida, vem o arrependimento. Ele dobra os joelhos ao chão e começa a chorar. DEUS passa a mostrar a ele tudo o que perdeu enquanto estava escravo do adultério. Ao se levantar dali, muitas coisas já vão parecer modificadas em sua vida. Não que ele não vá mais sentir desejo de praticar sexo ilícito. Essa libertação é gradual, passo a passo, degrau por degrau. Durante a escalada da montanha, é natural que a pessoa venha sentir desejo de sexo. Mas cada queda que ela tiver agora representará mais uma conquista, mais um avanço em prol do objetivo maior, que é alcançar o topo da montanha, a presença plena de DEUS. Quando se está nesse processo de libertação, quanto mais o pecado aparecer, mais a pessoa terá nojo dele. A cadeia da podridão sexual vai desaparecendo lentamente como poeira no ar. Mas não adianta lutar com as próprias forças contra esse vício. É uma luta sem resultados. Só o Espírito Santo poderá conduzir o ser à vitória. Por isso, estar sempre na igreja em comunhão com DEUS e os irmãos é fundamental; significará um fortalecimento espiritual.

            Outro ponto importante: a pessoa traída costuma ter raiva, ódio, repugnância do traidor. Ao contrário, devemos amá-lo do mesmo jeito que DEUS nos ama com os nossos pecados e limitações. Uma esposa sábia, mesmo com o marido no adultério, deve amá-lo e continuar sendo submissa a ele. Nenhum pecado alheio justifica a prática da insubmissão por parte da mulher. Depois de casada, a esposa tem que seguir essa ordenança de DEUS à risca, assim como o marido deve amá-la como CRISTO amou a sua igreja. Se um dos dois falhar em seu requisito, não significa que o outro deva deixar de cumprir o seu dever. O que se deve enxergar é que o pecado do adultério, embora seja manifestação da carne, é um atributo e uma ação malignos. Se tivermos essa visão passaremos a enxergar o cônjuge não como o nosso inimigo ou adversário, mas como um ser escravizado e que precisa de ajuda espiritual. É uma batalha no mundo espiritual que passa a ser enfrentada com sabedoria. E essa guerra só é vencida com jejum, oração, em silêncio, e com um perfeito comportamento da parte da esposa ou do marido traído. Essa fase difícil pela qual passa o cônjuge é uma ótima oportunidade de demonstrar o verdadeiro amor. Quem ama não desiste do outro. DEUS, em algum momento, já desistiu de mim ou de você? É momento de amar, tão somente amar com o amor mais sincero do seu coração...

            Adultério nem qualquer outro pecado devem ser causa para o divórcio (já expliquei isso em estudos anteriores). É quase impossível impedi-lo depois que o botão da lascívia é acionado dentro de nós. Não é puramente o homem que age no pecado, mas os demônios que se apropriam da vida dele. O remédio apropriado para o adultério, receitado pelo Médico JESUS CRISTO, é o perdão, o arrependimento, a humilhação, como fez Davi e Maria Madalena. Sei o quanto é difícil suportar certas situações quando se vive um momento delicado como esse. Tipo: ouvir gracejos de familiares; ser muitas vezes taxada(o) de traída(o), de besta, idiota e outras coisas mais, não é bom para ninguém. Raramente, fora e até dentro da igreja, você encontrará pessoas que te constranjam a amar mais o teu cônjuge adúltero e a lutar pela restauração do seu casamento. Nem na igreja, infelizmente, nem entre os familiares, com raríssimas exceções. Quem não tem a mente de CRISTO não pode discernir jamais as coisas espirituais. PERDOE o seu marido ou a sua esposa. Aprenda a envergonhar satanás. DEUS te honrará com essa atitude! Leia o que está escrito nos seguintes textos: “Aqueles aos quais perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; aqueles aos quais não perdoardes, ser-lhes-ão retidos” (João 20:23); “E quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que o vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. Mas se não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, não vos perdoará as vossas ofensas” (Marcos 11:25-26).

            Imagino o quanto é duro uma pessoa ser traída por outra, na qual, um dia, depositou todo amor e confiança. Posso imaginar também o grande mar de decepção que se agiganta por dentro da alma e sai construindo barreiras de desilusão e desesperança. Mas tão desolador quanto um adultério cometido é não ter as orações ouvidas e respondidas por DEUS pela simples falta de misericórdia e de perdão. Portanto, ame e perdoe. O amor é incondicional e o perdão liberado em qualquer circunstância da vida. O gesto de amar e de perdoar fará com que uma família seja restaurada e, muito mais, que outras pessoas tenham a chance de serem transformadas pelo Amor do Nosso DEUS. Afinal, quem foram Davi e Maria Madalena antes e depois de serem perdoados? Que Deus nos abençoe!

Fernando César – Escritor, autor dos livros “Não Mude de religião: mude de vida!”, “Pódio da Graça”; “Antes que a Luz do Sol escureça” e da coleção “Destrua o divórcio antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua o adultério antes que ele destrua seu casamento”, “Destrua a insubmissão antes que ela destrua seu casamento”. Também é líder do Ministério Famílias para Cristo.

Fernando César T. Alves

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