domingo, 24 de julho de 2011

Resgate à Família


Dr. Jaime e Judith Kemp
Qual casal nunca teve que enfrentar um momento difícil? A impressão é que esses problemas têm se tornado cada vez mais comuns. Para socorrer as famílias brasileiras, o missionário americano Pr. Jaime Kemp, doutor em Ministério Familiar, veio para o Brasil em 1968 e desde então, na companhia de sua esposa Judith Kemp, tem abençoado a vida de milhares de pessoas.

Em sua trajetória, incluem-se a formação do grupo Vencedores por Cristo, em 68, e a fundação, em 84, da organização Lar Cristão, que oferece cursos e seminários para casais, jovens e adolescentes, aconselhamento pessoal e familiar e congressos para líderes que trabalham com famílias.

Além disso, a Revista Lar Cristão e os mais de 50 livros publicados são uma grande ferramenta de literatura. Em uma entrevista inédita e exclusiva à Aliança, Dr. Kemp fala com toda a sinceridade sobre alguns temas polêmicos como sexo antes do casamento e a queda moral de alguns pastores. Confira:

Quais são os motivos que levam um casamento à quebra?

Atualmente, um dos fatores mais relevantes é a mídia, que passa a mensagem da separação como algo normal. Muitos já se casam pensando na separação como solução para o caso de o relacionamento não dar certo. Levadas por esses conceitos, desistem de investir em seu relacionamento logo após as primeiras decepções, quando o véu da paixão começa a cair e o real de cada um dos cônjuges vai sendo revelado. É uma pena, porque é nesse momento que o verdadeiro amor, o intencional, o volitivo, pode florescer e tornar-se alicerce para o que der e vier.

As igrejas têm enfatizado a prosperidade material e esquecido o cuidado com a família?

Posso dizer que, em meio a igrejas fiéis, há algumas teologicamente equivocadas. O evangelho da prosperidade tem se infiltrado e contaminado. Muitos oferecem a perspectiva de que receber a Jesus trará uma vida sem problemas, com uma polpuda conta no banco. Vejo que muitas igrejas não fazem o trabalho de prevenção de divórcio. Os noivos preparam a festa, a lua-de-mel, o enxoval, mas não recebem a orientação necessária para lidar com a vida conjugal, nem entender o processo de transição da paixão para o amor verdadeiro. E é nesse ponto que ocorre a maior parte das separações.

Um número cada vez maior de pastores deixa o ministério e até mesmo suas famílias. Como o senhor encara essa realidade?

Há os que abandonam o ministério por total falta de condições de exercê-lo de modo digno, pois muitas igrejas não conseguem sustentá-los. Por outro lado, há também os que abandonam o primeiro amor. As tentações se tornam irresistíveis, a sede pelo sucesso engana-lhes o coração que se rende aos chamados da sereia. Infelizmente há pastores sucumbindo moralmente, tendo casos com pessoas da própria igreja e divorciando-se de suas esposas. Com isso, muitas igrejas estão, literalmente, cambaleando. Pela posição de liderança, muitos se tornam megalômanos, achando-se acima do bem e do mal. Essa arrogância leva à queda, como ocorreu com Lúcifer. Por isso, é vital que haja grupos de pastores que compartilhem, orem e cobrem uns dos outros um viver digno do ministério para o qual foram chamados.

A transformação da sociedade brasileira passa necessariamente pela reconstrução das famílias?

Sim. Acredito que é nas famílias que as pessoas recebem o treinamento necessário para a vida. A primeira fonte de exemplo dos filhos é exatamente a vida dos pais. O peso da influência recebida no contexto familiar é muito grande. Há muitos pais que transferem a responsabilidade da educação religiosa integralmente às suas igrejas. Essa atitude não é eficaz.

O senhor acha que os jovens cristãos têm sido educados de forma correta?

Em nossa sociedade com crises globais, a tendência é que diminua cada vez mais o tempo de convivência entre pais e filhos. As refeições, que eram realizadas com todos à mesa, deixaram de ser postas. O respeito perde espaço para um desprezo por vezes explícito. Há pais que, para acalmar a consciência por não poderem ficar mais tempo com os filhos, os enchem de brinquedos. Isso certamente contribuirá para transformá-los em uma geração consumista e materialista. A presença dos pais vale mais do que uma loja de brinquedos!

Esperar para ter sexo dentro do casamento é uma utopia nos dias de hoje?

Ainda encontro uma minoria que está pagando o preço de esperar. Muitos são desprezados e desdenhados por seu grupo, que os chamam de retrógrados e superados, na melhor das hipóteses. Os pastores precisam dar orientações mais específicas, pois a mídia tem falado alto. Quanto aos pais, é importante demais manter conversas francas e abertas. O jovem precisa saber que nos planos de Deus o sexo existe e está reservado para o contexto do casamento. Qualquer outro lugar e hora trarão implicações indesejáveis, sejam em nível espiritual, físico ou emocional.

Qual tem sido o impacto do Ministério Lar Cristão no meio evangélico?

Um exemplo que gosto de citar é o de um casal que o marido estava saindo de casa, com a mala nas mãos. Enquanto isso, esposa se ajoelhava aos pés da cama e clamava por um milagre. Naquele momento, ao chegar ao portão, por hábito, o marido abriu a caixa do correio e encontrou um exemplar da Revista Lar Cristão número 98 com o tema Divórcio e Novo Casamento. Quando tudo é descartável. Ele colocou a mala no chão, sentou-se no degrau da escada e começou a ler cada uma das matérias. Ao final, com lágrimas nos olhos, voltou para dentro de casa, mostrou a revista à esposa, sugerindo que buscassem ajuda, pois estava disposto a lutar por seu casamento. Recebemos esse e-mail numa fase financeiramente difícil. Estávamos pensando até em desistir da publicação da Revista. Mas aquela experiência nos levou a buscar mais a face de Deus em oração e a resposta veio, através de uma parceria com a Editora Fôlego. Hoje já estamos na edição 109! Toda honra e toda glória sejam dadas a Deus, motivo absoluto de nossas vidas.


Que conselho o senhor dá aos cristãos que passam por momentos difíceis em suas famílias?

A coisa mais importante a fazer é orar. Somos fracos, mas Deus é forte. Não sabemos como lidar com as situações, mas Deus é expert em dar soluções. Nosso coração é enganoso e desesperadamente corrupto (Jeremias 17.9), mas Deus nos ama a ponto de mandar Jesus vir morrer em nosso lugar. A Bíblia diz que passaríamos por aflições, mas que não deveríamos desanimar, porque Jesus, que havia vencido o mundo, nos daria as condições necessárias para suportarmos as tentações (1Coríntios 10.13). Jesus quer nos ajudar a carregar o fardo: Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei (Mateus 11.28-30).

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