Cavalos que Falam
Abaixei no quarto das crianças e comecei a engatinhar em direção ao Kalel, meu filho de 3 anos. A intenção era iniciar uma sessão de cócegas na pequena vítima, mas antes que eu me aproximasse ele se levantou e veio correndo em minha direção gritando:
- Cavalinho, cavalinho!
Entrei na brincadeira. Deixei que ele subisse em minhas costas, relinchei, pulei, empinei, trotei dei coice e cansei.
- Pronto. Agora chega. – eu disse ofegante.
- Vamo, cavalo, vamo. – ordenou a criatura nas minhas costas (se ele tivesse com uma espora teria me ferroado o lombo).
- Vamos nada – ordenei. - Já chega, pois eu cansei.
Kalel debruçou nas minhas costas, agarrou meu pescoço até poder olhar em meus olhos e disse em tom autoritário:
- Ow, cavalo não fala!
Eu só pude dar risada. Retirei com carinho o garoto das costas e o coloquei na minha frente:
- Pois saiba que este cavalo aqui fala sim.
É incrível como nossos filhos – seja qual for a idade - nos querem fazer de cavalos. Pior que isso: eles querem cavalos mudos.
Eles querem tudo, querem sugar cada segundo, cada momento; querem ocupar cada brecha de nossa vida, vão se enfiando, escalando, se “empoleirando”, pulando, dando esporadas. Gritam no mercado, querem roupas de marcas, querem ficar até mais tarde na rua, etc., etc. e etc.
E não pára por aí. Quando os pais resolvem abrir a boca para dar o basta, eles não querem ouvir, pois pretendem continuar com a “diversão”. Só falta olharem nos olhos e dizer: “Cavalos não falam!”
Pior é quando alguns pais aceitam ser umas mulas caladas, não dando limites aos filhos, não fazendo valer sua voz de líderes da família.
Posso até ser um cavalo, mas um cavalo que fala! Posso até ficar de quatro com os filhos pulando nas costas, mas pra tudo existe um limite.
Creio que, se eu deixasse, estaria até agora com o Kalel grudado no lombo, pulando e falando “Vamos, cavalo!”, afinal, ele é uma criança que parece ter energia para me fazer de mula para o resto da vida.
E, para ser sincero, adoro servir meus filhos, adoro oferecer o que eles gostam e dar tudo o que precisam. Mas também faço questão de dar o limite. Acredito que todos os pais sejam assim. Porém, não podemos permitir uma inversão de papéis, onde os filhos detêm as rédeas dos genitores.
Um filho criado sem limites pode ser um grande problema no futuro. Um adolescente que não sabe ouvir a voz de seus pais pode ser um adulto que não irá saber coordenar as responsabilidades da idade seguinte.
Se amamos nossas criaturinhas, temos que falar e fazer valer nossa voz de comando. Impor limites é uma ferramenta educativa imprescindível.
Crianças pequenas precisam entender qual a hora de ir para a cama, de desligar a TV, de respeitar o espaço do papai e da mamãe, de não incomodar as visitas. Têm que saber que não se faz birras na casa de outras pessoas, na rua, na igreja ou no supermercado.
Adolescentes precisam saber que ainda são filhos sobre o jugo do pai e da mãe. Têm horário para chegar em casa, devem respeito aos pais, devem satisfação sobre suas companhias, etc.
Creio que muitos pais, depois de dar o devido corretivo nos filhos, já ouviram frases do tipo “Você não gosta mais de mim”, “Você não é mais meu pai (ou minha mãe)”, “Eu vou embora desta casa”. Não se acanhe com o linguajar desses "pequenos falastrões". Não tenha medo de educar seus filhos, de impor limites claros e objetivos para eles, bem como de explicar os motivos dos limites impostos. A voz do “cavalo” tem que soar alta e clara.
O pai e a mãe devem se impor. Não devem arredar no primeiro levante birrento da pequena criança ou na primeira cara feia do aborrecente, digo, adolescente.
Mas não basta apenas impor a palavra. Dedique tempo aos filhos, converse com eles e explique os motivos dos limites.
Até mesmo Deus, como nosso pai, nos impôs limites a serem seguidos. O caminho apontado por nosso Deus é onde está a maior segurança e possibilidade de encontrarmos a felicidade.
“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6).
Incuta na mente de seus filhos que a educação faz parte da nossa responsabilidade de amor como pais, bem como a obediência é prova do amor deles como filhos.
Sejamos cavalos, mas cavalos que falam.
(Denis da Cruz, advogado em Mundo Novo, MS)
- Cavalinho, cavalinho!
Entrei na brincadeira. Deixei que ele subisse em minhas costas, relinchei, pulei, empinei, trotei dei coice e cansei.
- Pronto. Agora chega. – eu disse ofegante.
- Vamo, cavalo, vamo. – ordenou a criatura nas minhas costas (se ele tivesse com uma espora teria me ferroado o lombo).
- Vamos nada – ordenei. - Já chega, pois eu cansei.
Kalel debruçou nas minhas costas, agarrou meu pescoço até poder olhar em meus olhos e disse em tom autoritário:
- Ow, cavalo não fala!
Eu só pude dar risada. Retirei com carinho o garoto das costas e o coloquei na minha frente:
- Pois saiba que este cavalo aqui fala sim.
É incrível como nossos filhos – seja qual for a idade - nos querem fazer de cavalos. Pior que isso: eles querem cavalos mudos.
Eles querem tudo, querem sugar cada segundo, cada momento; querem ocupar cada brecha de nossa vida, vão se enfiando, escalando, se “empoleirando”, pulando, dando esporadas. Gritam no mercado, querem roupas de marcas, querem ficar até mais tarde na rua, etc., etc. e etc.
E não pára por aí. Quando os pais resolvem abrir a boca para dar o basta, eles não querem ouvir, pois pretendem continuar com a “diversão”. Só falta olharem nos olhos e dizer: “Cavalos não falam!”
Pior é quando alguns pais aceitam ser umas mulas caladas, não dando limites aos filhos, não fazendo valer sua voz de líderes da família.
Posso até ser um cavalo, mas um cavalo que fala! Posso até ficar de quatro com os filhos pulando nas costas, mas pra tudo existe um limite.
Creio que, se eu deixasse, estaria até agora com o Kalel grudado no lombo, pulando e falando “Vamos, cavalo!”, afinal, ele é uma criança que parece ter energia para me fazer de mula para o resto da vida.
E, para ser sincero, adoro servir meus filhos, adoro oferecer o que eles gostam e dar tudo o que precisam. Mas também faço questão de dar o limite. Acredito que todos os pais sejam assim. Porém, não podemos permitir uma inversão de papéis, onde os filhos detêm as rédeas dos genitores.
Um filho criado sem limites pode ser um grande problema no futuro. Um adolescente que não sabe ouvir a voz de seus pais pode ser um adulto que não irá saber coordenar as responsabilidades da idade seguinte.
Se amamos nossas criaturinhas, temos que falar e fazer valer nossa voz de comando. Impor limites é uma ferramenta educativa imprescindível.
Crianças pequenas precisam entender qual a hora de ir para a cama, de desligar a TV, de respeitar o espaço do papai e da mamãe, de não incomodar as visitas. Têm que saber que não se faz birras na casa de outras pessoas, na rua, na igreja ou no supermercado.
Adolescentes precisam saber que ainda são filhos sobre o jugo do pai e da mãe. Têm horário para chegar em casa, devem respeito aos pais, devem satisfação sobre suas companhias, etc.
Creio que muitos pais, depois de dar o devido corretivo nos filhos, já ouviram frases do tipo “Você não gosta mais de mim”, “Você não é mais meu pai (ou minha mãe)”, “Eu vou embora desta casa”. Não se acanhe com o linguajar desses "pequenos falastrões". Não tenha medo de educar seus filhos, de impor limites claros e objetivos para eles, bem como de explicar os motivos dos limites impostos. A voz do “cavalo” tem que soar alta e clara.
O pai e a mãe devem se impor. Não devem arredar no primeiro levante birrento da pequena criança ou na primeira cara feia do aborrecente, digo, adolescente.
Mas não basta apenas impor a palavra. Dedique tempo aos filhos, converse com eles e explique os motivos dos limites.
Até mesmo Deus, como nosso pai, nos impôs limites a serem seguidos. O caminho apontado por nosso Deus é onde está a maior segurança e possibilidade de encontrarmos a felicidade.
“Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6).
Incuta na mente de seus filhos que a educação faz parte da nossa responsabilidade de amor como pais, bem como a obediência é prova do amor deles como filhos.
Sejamos cavalos, mas cavalos que falam.
(Denis da Cruz, advogado em Mundo Novo, MS)
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