O Sofrimento como fator de união na família
Quando nossa linda filha Karis Joy nasceu, numa plácida noite em 1983, não tínhamos idéia das aventuras que estavam por vir para ela e para toda família - e nem como seria apropriado o nome que lhe havíamos dado.
KARIS significa "graça" em grego - favor imerecido. JOY, que significa "alegria" em inglês, é o que Deus tem lhe dado em meio a muitas provações, bem como é o que ela tem sido para todos nós e para seus amigos.
Quando Karis nasceu ela parecia perfeita. Em seu segundo dia de vida, porém, ela amanheceu vomitando e iniciamos o que aparentava ser um pesadelo surrealista entre médicos e enfermeiras, tratamentos e cirurgias, semanas de preocupação e espera de diagnósticos, onde não constava nenhuma explicação do porquê dos intestinos de Karis não funcionarem.
Dia após dia precisava encontrar alguém para cuidar de nosso filhinho Daniel, que tinha na época menos de dois anos de idade, para que eu pudesse ficar com Karis no hospital.
Da noite para o dia Dany tinha ganho uma irmã, "perdido" sua mãe e a segurança de seu lar. David tinha que continuar trabalhando e também pastoreando uma grande congregação.
Algumas vezes suas obrigações exigiam que ele viajasse para o exterior, me deixando para lidar sozinha com as profundas necessidades das duas crianças (tanto os pais dele, quanto os meus moravam em outros países).
Nosso mundo estável e organizado virou de cabeça para baixo. Nossa horta (amavelmente plantada por uma amiga exatamente no dia em que Karis nasceu) estava abandonada, com mato que chegava quase à minha altura, evidenciando a total negligência das outras dimensões de nossas vidas.
Quando Karis estava com dois meses, os médicos nos chamaram e disseram que após uma biópsia havia sido detectado, que os músculos de seus intestinos eram anormais, o que os levava a crer que nunca funcionariam.
Eles aconselharam a desconectá-la das sondas de hiperalimentação que a mantinham viva (elementos protéicos, gorduras, açúcares, diretos à corrente sangüínea através de um catéter implantado cirurgicamente em uma veia próxima ao coração, chamada "linha central") e que a deixássemos morrer.
Os médicos acharam que aquela seria a atitude mais humana a ser tomada, tanto para ela quanto para nós.
Pedimos, então, algum tempo para que pudéssemos pensar e orar a respeito. E nessa situação pedimos a nossa igreja que nos ajudasse em oração.
Praticamente todos da igreja foram até o Hospital Central Infantil para orar conosco por Karis. Um pastor muito querido nos disse que aquele era o tempo do Corpo de Cristo nos segurar.
Precisávamos de nossos irmãos e irmãs, não somente para nos darem apoio, conforto e coragem, como também de: seus dons espirituais no sentido de díscernirmos o propósito de Deus para a vida de Karis.
O hospital permitiu que levássemos Karis para a capela com todos os tubos e máquinas. Enquanto orávamos algumas pessoas sentiam que ela seria curada, mas não naquele momento.
Uma senhora chegou a ter uma visão de Karis com uns três anos de idade, com seus cabelos loiros repartidos em duas tranças, andando de triciclo ao longo de uma calçada, em frente a uma casa cinza. O Corpo de Cristo estava cumprindo sua missão de "carregar as cargas uns dos outros" (Gl 6.2).
David e eu decidimos pedir duas coisas aos médicos: que permitissem que ela mamasse, mesmo que vomitasse (para que as necessidades de sucção e nutrição fossem saciadas) e que permitissem que a levássemos para casa mesmo que precisasse continuar com a hiper alimentação.
Após discutirem o caso atenderam a ambas solicitações. Comecei então, meu treinamento para saber com lidar com a linha central de Karis. E, para nosso espanto, ela começou a mamar e não vomitou!
Os intestinos começaram a funcionar e, pela primeira vez, as fezes chegaram à bolsa de colostomia. Duas semanas depois levávamos Karis para casa com uma alimentação oral normalizada (apesar dela continuar com a linha central para o caso de vir a necessitar dela).
Ambos estávamos extasiados e ao mesmo tempo apavorados: extasiados por algo que era obviamente uma intervenção direta de Deus (no hospital todos a chamavam de "o bebê do milagre") e apavorados porque tínhamos a responsabilidade de tomar conta, em casa, de um bebê com uma linha central e uma colostomia, além de ter que lidar com um irmãozinho mais velho, super curioso e ativo de quase dois anos!
No entanto, pela graça de Deus, Karis desenvolveu-se, nós sobrevivemos e, seis semanas depois, os médicos decidiram retirar sua linha central, o que ocasionou um grande alívio.
Descobrimos também, que sob o mato de nosso jardim Deus estava semeando uma grande variedade de vegetais. Ele trabalhava quando nós não tínhamos condições de fazê-lo.
E pareceu-nos que o Pai havia curado completamente a Karis e estava restaurando nossas vidas familiar e ministerial.
Seis meses mais tarde, porém, na véspera de Ano Novo, os intestinos de Karis se fecharam novamente.
Ela voltou ao hospital por várias semanas onde precisou fazer uma cirurgia maior e recebeu uma nova colostomia.
Pelos três anos que se seguiram, vivemos numa "roda viva", com freqüentes hospitalizações.
Aos três anos e meio Karis parecia uma criança de "Biafra", com o abdômen super dilatado e braços e pernas super finos.
O médico recomendou outra cirurgia mas não dava garantias de resultado. Resisti a idéia, não querendo que ela sofresse mais ainda.
Novamente recorremos à nossa igreja, pedindo que nos ajudasse a orar por mais essa decisão. Passada uma semana, a igreja, de forma unânime, nos incentivou a irmos em frente com a cirurgia.
Karis foi hospitalizada no final de novembro, e operada na primeira semana de dezembro. Ela reagiu muito bem e, nas vésperas do Natal já estava em casa. Ela começou a comer, a rir, a brincar, a crescer e a desenvolver-se.
Foi como se uma flor desabrochasse diante de nossos próprios olhos! Em quatro meses ela cresceu dez centímetros e engordou cinco quilos.
Uma manhã, no final de abril, alguns dias antes dela completar seu quarto aniversário, olhei pela janela para localizar as crianças que brincavam ao redor da casa e vi uma cena que me fez rir, chorar e me levou a ajoelhar perante o Senhor em adoração.
Karis estava andando com o triciclo do irmão, suas tranças loiras eram jogadas pelo vento e ela pedalava ao longo da calçada, tendo, como fundo, nossa casa cujas paredes eram cinzas. (Tínhamos mudado um ano antes para outra cidade, e não havíamos mais nos lembrado da visão de nossa irmã).
Liguei para David no serviço e lhe disse que Deus estava nos abrindo o caminho para que atendêssemos nosso chamado para sermos missionários.
Foram muitos os detalhes na época, mas chegamos ao Brasil e nos unimos ao grupo de missionários da Sepal, em junho de 1990.
Apesar da cura de Karis não ter sido total (ela passou por outros períodos com problemas intestinais e por outras cirurgias), nunca tivemos dúvidas que Deus deseja que estejamos trabalhando aqui no Brasil e que Ele mesmo está colocando Sua poderosa mão sobre a vida de Karis e guiando sua vida, tendo bons planos futuros para ela.
O sofrimento decorrente da enfermidade de Karis serviu em muito para nos unir como família.
Apoiávamo-nos mutuamente pois, em meio a tudo, havia quem dissesse que estávamos recebendo uma punição decorrente de algum pecado oculto em nossas vidas e outras barbaridades.
Diante disso tudo, tínhamos duas escolhas: correr DE Deus ou correr PARA Deus. E corremos PARA Deus, como família e também como pessoas.
Aprendemos a olhar para a graça, misericórdia e fidelidade de Deus para cada novo dia (Lm 3.22-23). Aprendemos a "abrir mão" de nosso direito de controlar o que acontece em nossas vidas, e a, literalmente, oferecer nossas vidas como sacrifícios a Deus (Rm 12.1).
Aprendemos a achar a alegria em sua fiel provisão para cada dia, não "emprestando" hoje os problemas de amanhã (Mt 6.33,34).
Aprendemos a entregar nossos cuidados ao nosso Pai Celestial e a experimentar Seus cuidados com nossa vida (1Pd 5.7).
Aprendemos a dizer: "Não a minha, mas a Tua vontade seja feita", e a nos preocuparmos mais em agradar a Deus do que em agradar outras pessoas (Cl 3.23).
Aprendemos a ser honestos com Deus sobre nossas necessidades, fracassos, problemas e frustrações (Fl 3.6).
Aprendemos que cada dia de vida é uma demonstração da graça de Deus e, que há também outras coisas como - paz, amor, alegria — que são mais importantes do que boa saúde ou de se estar livre do sofrimento ou de se esperar que a vida seja sempre previsível e segura.
E aprendemos, também, que nenhuma dessas lições são fáceis de serem aprendidas e que precisam ser praticadas e desenvolvidas constantemente.
Através das provas físicas que Karis tem atravessado, temos visto Deus construir uma fé forte e sólida em sua vida, onde ela tem confiado que a graça de Deus é suficiente para ela (2 Co 12.9).
As experiências desses anos todos tem mantido nossa família muito unida, através da graça que Deus, diariamente, derrama sobre nós.
Karis diz que ela não trocaria de lugar com nenhuma outra pessoa no mundo, e eu também não.
A vida de minha filha tem sido um maravilhoso testemunho da graça de Deus (KARIS) e da alegria (JOY) que Ele tem lhe dado, por ser Ele quem é.
Fonte: Revista Lar Cristao - ano 15 - volume 62
KARIS significa "graça" em grego - favor imerecido. JOY, que significa "alegria" em inglês, é o que Deus tem lhe dado em meio a muitas provações, bem como é o que ela tem sido para todos nós e para seus amigos.
Quando Karis nasceu ela parecia perfeita. Em seu segundo dia de vida, porém, ela amanheceu vomitando e iniciamos o que aparentava ser um pesadelo surrealista entre médicos e enfermeiras, tratamentos e cirurgias, semanas de preocupação e espera de diagnósticos, onde não constava nenhuma explicação do porquê dos intestinos de Karis não funcionarem.
Dia após dia precisava encontrar alguém para cuidar de nosso filhinho Daniel, que tinha na época menos de dois anos de idade, para que eu pudesse ficar com Karis no hospital.
Da noite para o dia Dany tinha ganho uma irmã, "perdido" sua mãe e a segurança de seu lar. David tinha que continuar trabalhando e também pastoreando uma grande congregação.
Algumas vezes suas obrigações exigiam que ele viajasse para o exterior, me deixando para lidar sozinha com as profundas necessidades das duas crianças (tanto os pais dele, quanto os meus moravam em outros países).
Nosso mundo estável e organizado virou de cabeça para baixo. Nossa horta (amavelmente plantada por uma amiga exatamente no dia em que Karis nasceu) estava abandonada, com mato que chegava quase à minha altura, evidenciando a total negligência das outras dimensões de nossas vidas.
Quando Karis estava com dois meses, os médicos nos chamaram e disseram que após uma biópsia havia sido detectado, que os músculos de seus intestinos eram anormais, o que os levava a crer que nunca funcionariam.
Eles aconselharam a desconectá-la das sondas de hiperalimentação que a mantinham viva (elementos protéicos, gorduras, açúcares, diretos à corrente sangüínea através de um catéter implantado cirurgicamente em uma veia próxima ao coração, chamada "linha central") e que a deixássemos morrer.
Os médicos acharam que aquela seria a atitude mais humana a ser tomada, tanto para ela quanto para nós.
Pedimos, então, algum tempo para que pudéssemos pensar e orar a respeito. E nessa situação pedimos a nossa igreja que nos ajudasse em oração.
Praticamente todos da igreja foram até o Hospital Central Infantil para orar conosco por Karis. Um pastor muito querido nos disse que aquele era o tempo do Corpo de Cristo nos segurar.
Precisávamos de nossos irmãos e irmãs, não somente para nos darem apoio, conforto e coragem, como também de: seus dons espirituais no sentido de díscernirmos o propósito de Deus para a vida de Karis.
O hospital permitiu que levássemos Karis para a capela com todos os tubos e máquinas. Enquanto orávamos algumas pessoas sentiam que ela seria curada, mas não naquele momento.
Uma senhora chegou a ter uma visão de Karis com uns três anos de idade, com seus cabelos loiros repartidos em duas tranças, andando de triciclo ao longo de uma calçada, em frente a uma casa cinza. O Corpo de Cristo estava cumprindo sua missão de "carregar as cargas uns dos outros" (Gl 6.2).
David e eu decidimos pedir duas coisas aos médicos: que permitissem que ela mamasse, mesmo que vomitasse (para que as necessidades de sucção e nutrição fossem saciadas) e que permitissem que a levássemos para casa mesmo que precisasse continuar com a hiper alimentação.
Após discutirem o caso atenderam a ambas solicitações. Comecei então, meu treinamento para saber com lidar com a linha central de Karis. E, para nosso espanto, ela começou a mamar e não vomitou!
Os intestinos começaram a funcionar e, pela primeira vez, as fezes chegaram à bolsa de colostomia. Duas semanas depois levávamos Karis para casa com uma alimentação oral normalizada (apesar dela continuar com a linha central para o caso de vir a necessitar dela).
Ambos estávamos extasiados e ao mesmo tempo apavorados: extasiados por algo que era obviamente uma intervenção direta de Deus (no hospital todos a chamavam de "o bebê do milagre") e apavorados porque tínhamos a responsabilidade de tomar conta, em casa, de um bebê com uma linha central e uma colostomia, além de ter que lidar com um irmãozinho mais velho, super curioso e ativo de quase dois anos!
No entanto, pela graça de Deus, Karis desenvolveu-se, nós sobrevivemos e, seis semanas depois, os médicos decidiram retirar sua linha central, o que ocasionou um grande alívio.
Descobrimos também, que sob o mato de nosso jardim Deus estava semeando uma grande variedade de vegetais. Ele trabalhava quando nós não tínhamos condições de fazê-lo.
E pareceu-nos que o Pai havia curado completamente a Karis e estava restaurando nossas vidas familiar e ministerial.
Seis meses mais tarde, porém, na véspera de Ano Novo, os intestinos de Karis se fecharam novamente.
Ela voltou ao hospital por várias semanas onde precisou fazer uma cirurgia maior e recebeu uma nova colostomia.
Pelos três anos que se seguiram, vivemos numa "roda viva", com freqüentes hospitalizações.
Aos três anos e meio Karis parecia uma criança de "Biafra", com o abdômen super dilatado e braços e pernas super finos.
O médico recomendou outra cirurgia mas não dava garantias de resultado. Resisti a idéia, não querendo que ela sofresse mais ainda.
Novamente recorremos à nossa igreja, pedindo que nos ajudasse a orar por mais essa decisão. Passada uma semana, a igreja, de forma unânime, nos incentivou a irmos em frente com a cirurgia.
Karis foi hospitalizada no final de novembro, e operada na primeira semana de dezembro. Ela reagiu muito bem e, nas vésperas do Natal já estava em casa. Ela começou a comer, a rir, a brincar, a crescer e a desenvolver-se.
Foi como se uma flor desabrochasse diante de nossos próprios olhos! Em quatro meses ela cresceu dez centímetros e engordou cinco quilos.
Uma manhã, no final de abril, alguns dias antes dela completar seu quarto aniversário, olhei pela janela para localizar as crianças que brincavam ao redor da casa e vi uma cena que me fez rir, chorar e me levou a ajoelhar perante o Senhor em adoração.
Karis estava andando com o triciclo do irmão, suas tranças loiras eram jogadas pelo vento e ela pedalava ao longo da calçada, tendo, como fundo, nossa casa cujas paredes eram cinzas. (Tínhamos mudado um ano antes para outra cidade, e não havíamos mais nos lembrado da visão de nossa irmã).
Liguei para David no serviço e lhe disse que Deus estava nos abrindo o caminho para que atendêssemos nosso chamado para sermos missionários.
Foram muitos os detalhes na época, mas chegamos ao Brasil e nos unimos ao grupo de missionários da Sepal, em junho de 1990.
Apesar da cura de Karis não ter sido total (ela passou por outros períodos com problemas intestinais e por outras cirurgias), nunca tivemos dúvidas que Deus deseja que estejamos trabalhando aqui no Brasil e que Ele mesmo está colocando Sua poderosa mão sobre a vida de Karis e guiando sua vida, tendo bons planos futuros para ela.
O sofrimento decorrente da enfermidade de Karis serviu em muito para nos unir como família.
Apoiávamo-nos mutuamente pois, em meio a tudo, havia quem dissesse que estávamos recebendo uma punição decorrente de algum pecado oculto em nossas vidas e outras barbaridades.
Diante disso tudo, tínhamos duas escolhas: correr DE Deus ou correr PARA Deus. E corremos PARA Deus, como família e também como pessoas.
Aprendemos a olhar para a graça, misericórdia e fidelidade de Deus para cada novo dia (Lm 3.22-23). Aprendemos a "abrir mão" de nosso direito de controlar o que acontece em nossas vidas, e a, literalmente, oferecer nossas vidas como sacrifícios a Deus (Rm 12.1).
Aprendemos a achar a alegria em sua fiel provisão para cada dia, não "emprestando" hoje os problemas de amanhã (Mt 6.33,34).
Aprendemos a entregar nossos cuidados ao nosso Pai Celestial e a experimentar Seus cuidados com nossa vida (1Pd 5.7).
Aprendemos a dizer: "Não a minha, mas a Tua vontade seja feita", e a nos preocuparmos mais em agradar a Deus do que em agradar outras pessoas (Cl 3.23).
Aprendemos a ser honestos com Deus sobre nossas necessidades, fracassos, problemas e frustrações (Fl 3.6).
Aprendemos que cada dia de vida é uma demonstração da graça de Deus e, que há também outras coisas como - paz, amor, alegria — que são mais importantes do que boa saúde ou de se estar livre do sofrimento ou de se esperar que a vida seja sempre previsível e segura.
E aprendemos, também, que nenhuma dessas lições são fáceis de serem aprendidas e que precisam ser praticadas e desenvolvidas constantemente.
Através das provas físicas que Karis tem atravessado, temos visto Deus construir uma fé forte e sólida em sua vida, onde ela tem confiado que a graça de Deus é suficiente para ela (2 Co 12.9).
As experiências desses anos todos tem mantido nossa família muito unida, através da graça que Deus, diariamente, derrama sobre nós.
Karis diz que ela não trocaria de lugar com nenhuma outra pessoa no mundo, e eu também não.
A vida de minha filha tem sido um maravilhoso testemunho da graça de Deus (KARIS) e da alegria (JOY) que Ele tem lhe dado, por ser Ele quem é.
Fonte: Revista Lar Cristao - ano 15 - volume 62
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